google.com, pub-8049697581559549, DIRECT, f08c47fec0942fa0 HORTA E FLORES: maio 2023

sábado, 13 de maio de 2023

Cultura do Morango

 

A Embrapa Uva e Vinho, em cumprimento de sua missão institucional e em consonância com as ações de transferência tecnológica da Empresa, vem disponibilizando, desde 2003, informações sistematizadas e atualizadas sobre produtos e processos relativos à cadeia produtiva da uva, do vinho e das frutas de clima temperado. Estas informações, denominadas de Sistemas de Produção, têm por objetivo facilitar o acesso do usuário às orientações técnicas que a Embrapa produz, organiza, valida e oferece para que produtores, técnicos, industriais e comerciantes obtenham a máxima qualidade e rentabilidade de sua atividade produtiva.

Reconhecidamente uma das espécies de maior sensibilidade a pragas e doenças, o morango é altamente exigente em práticas culturais desde o plantio até a pós-colheita. Esta sensibilidade faz com que produtores apliquem agroquímicos de forma muito intensa, frequentemente sem os necessários critérios técnicos. Estas atitudes, embora possam permitir obter frutas de boa aparência, podem limitar o mercado pela presença de resíduos, além dos danos ao ambiente e a saúde do produtor e do consumidor. Desta forma, surgem opções de sistemas alternativos de produção, como é o caso do sistema semi-hidropônico e a produção orgânica. É, portanto, uma alternativa importante de diversificação na propriedade, para a qual devem-se seguir estritamente as orientações técnicas com o intuito de obter-se um produto de qualidade e em acordo com a legislação vigente, bem como atendendo aos requisitos de um mercado sempre mais exigente.

A definição do estado da arte do Sistema de Produção de Morangos Semi-Hidropônicos é resultante de uma parceria muito efetiva entre pesquisadores, técnicos e produtores. Por esta razão, manifestamos nossos agradecimentos ao Sr. José Pasa, pelo fornecimento das mudas para a execução dos experimentos e aos Srs. Arlindo Calgaro, Mário Calvino Palombini e Gelso Colombo, pelo apoio na elaboração e execução das pesquisas para aprimoramento do presente sistema de produção.

Estamos certos de que, ao serem apresentadas estas orientações técnicas, produtores experientes podem aprimorar seu sistema de produção. Por outro lado, novos produtores poderão ingressar na atividade com um suporte técnico que possibilitará avançar com maior rapidez na busca de um produto de alto padrão de qualidade.

O morangueiro é uma planta herbácea estolonífera, perene, com caule semi-subterrâneo, conhecido como coroa (caule modificado). A coroa apresenta um tecido condutor periférico em espiral nos dois sentidos unido às folhas. A medula é proeminente e muito suscetível às geadas. Na medida que a coroa envelhece pode originar de 8 a 10 novas coroas laterais.

As folhas se originam da coroa de forma helicoidal com forma e cor variando conforme a cultivar. Em geral, são trifoliadas com um par de estípulas triangulares na base, às vezes, apresentam um par de pequenos folíolos abaixo dos normais. Os folíolos são dentados, de cor verde escuro na face superior e acinzentada e pilosa na face inferior. As folhas têm 300 a 400 estômatos/mm², um número bem maior que os de outras culturas, como por exemplo, da macieira, que possui 246 estômatos/mm². Esta característica faz com que a cultura seja muito sensível à falta de água, baixa umidade relativa, alta temperatura e intensidade e duração da luz.

O morangueiro possui estolões ou caules que se desenvolvem a partir das gemas basais das folhas, crescem sobre a superfície do solo e têm a capacidade de emitir raízes e dar origem a novas plantas.

O pedúnculo floral é ereto, curvando-se após a polinização.

As flores são hermafroditas e hemicíclicas. O cálice é formado por brácteas unidas na base. As pétalas são livres, lobuladas, brancas ou avermelhadas, dispostas ao redor do receptáculo proeminente o qual, após a fecundação dos pistilos, se transforma no "morango". Desta forma, os "morangos" são frutos falsos, sobre os quais se encontram os aquênios, que são os frutos verdadeiros. Os estames, em número superior a 20 são numerosos e estão localizados ao redor do receptáculo. Os estames possuem filamentos longos ou curtos, que podem apresentar anteras férteis ou estéreis. Os pistilos são numerosos (entre 200 e 400), têm ovário com um só óvulo e dispostos em forma de espiral.

As raízes originam-se das coroas na forma de um sistema fasciculado, crescem principalmente nas épocas de dias curtos (<12 horas de luz), no outono e no início do inverno, sendo, neste caso, necessário utilizar cobertura plástica para elevar a temperatura do solo, condição que favorece o crescimento radicular.

A cultura responde de forma diferente às combinações de temperatura e de comprimento do dia. Assim, a formação de estolões e o desenvolvimento de folhas são favorecidos sob condições de dias longos e temperatura elevada. A indução floral ocorre com temperatura baixa e dias curtos e a frutificação, em dias longos e temperaturas amenas.

O morangueiro é cultivado, no Brasil, em várias formas: no solo, com ou sem cobertura plástica, em túneis baixos ou em estufas, ou no sistema hidropônico, com ou sem substrato. O sistema hidropônico conduzido em substrato é conhecido no país como semi-hidropônico.

A cultura é desenvolvida, em grande parte, por agricultores familiares que possuem áreas de cultivo pequenas. Visto que, para estabelecer culturas sucessivas é recomendado fazer rotação de culturas, para evitar o aumento da incidência de podridões de raízes e do colo por fungos, e pela crescente conscientização do produtor em relação ao risco do uso de agrotóxicos, os produtores de morango têm procurado novas maneiras para dar continuidade às suas atividades.

Uma alternativa para contornar esse problema é produzir morangos em ambiente protegido onde é limitado o ataque de pragas e doenças da parte aérea. Neste caso, o morango é produzido em substrato artificial sem contaminação por fungos fitopatogênicos e com fertirrigação (sistema semi-hidropônico). Esta alternativa é de grande importância para os produtores, pois assegura a rentabilidade da atividade reduzindo a demanda de agrotóxicos na cultura. O cultivo protegido também evita a ocorrência de chuvas, geadas e, em locais com invernos mais rigorosos, da neve, sobre as plantas.




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