Caruru (Amaranthus spp.)
Caruru é a designação comum para as plantas do gênero Amaranthus. Planta herbácea anual, ereta ou subprostrada, com altura de 0,8 a 2,0 m e caule de coloração esverdeada. As plantas de coloração pigmentada são, em geral, denominadas amaranto. Apresentam folhas de consistência tenra e flores em espigas nos ápices dos caules ou nas axilas das folhas. Muitas vezes consideradas como invasoras de plantações, podem ser também utilizadas como indicadoras de qualidade do solo, indicando solo fértil, especialmente rico em potássio.
Nomes comuns – Caruru, caruru-de-porco, bredo.
Família botânica – Amarantaceae.
Origem – América tropical e subtropical.
Variedades – Há várias espécies comestíveis: Amarantuhs viridis L.: caruru de mancha, caruru pequeno, caruru de porco; Amaranthus hibridus L.: bredo vermelho, caruru bravo, caruru roxo, chorão, crista de galo; Amaranthus spinosus L.: bredo, bredo de chifre, bredo de espinho, caruru bravo, caruru de espinho, caruru; Amaranthus lividus L.: caruru de cuia. Todavia, há também carurus bravos, não comestíveis, devendo-se buscar informação com agricultores da localidade.
Clima e solo – É amplamente adaptado a diferentes condições de clima e solo, ocorrendo em todo o País. As plantas são tolerantes a calor e seca, adaptando-se bem a condições de alta insolação e temperaturas típicas das regiões áridas e semiáridas.
Preparo do solo – A planta é geralmente cultivada em áreas pequenas, por vezes somente manejada aproveitando- se a germinação de plantas espontâneas. Assim, as operações são, em geral, feitas manualmente com auxílio de enxadas para o plantio em canteiros, que devem ser semelhantes aos utilizados para alface, com 1,0 a 1,2 m de largura por 10 a 15 cm de altura.
Calagem e adubação – A calagem deve ser feita em função da análise de solo, aplicando-se calcário visando atingir pH entre 5,3 e 5,8. Por sua enorme rusticidade, recomenda-se somente a correção do solo e a utilização de composto orgânico, na dosagem de até 3,0 kg/m2 de canteiro, conforme os teores de matéria orgânica no solo.
Plantio – Reproduz-se por sementes, fácil e abundantemente. A semeadura é feita, normalmente, no local definitivo. Muitas vezes, o que acontece na prática em pequenas hortas é o manejo de plantas espontâneas, fazendo -se o desbaste para o espaçamento de aproximadamente 0,1 x 0,1 m. Pode ser plantado o ano todo, desde que haja disponibilidade de água. Sob temperaturas inferiores a 15ºC, o desenvolvimento é lento; portanto, na região Sul e em regiões de altitude do Sudeste, o desenvolvimento é favorecido de setembro a março.
Tratos culturais – A cultura deve ser mantida no limpo, sob baixa competição com as plantas infestantes por meio de capinas manuais. O sistema radicular vigoroso e o ciclo curto possibilitam ao caruru tolerar os estresses hídricos. Porém, para aumentar a produção especialmente de folhas, deve-se irrigar quando necessário.É planta bastante tolerante, sendo pouco afetada por pragas ou doenças. Observa-se esporadicamente a incidência de oídio e o ataque por pragas desfolhadoras, especialmente vaquinhas e idiamins.
Colheita – A colheita das folhas é feita cerca de 40 a 60 dias após o plantio, quando as plantas estão com 30 a 50 cm. Pode-se fazer a colheita mais tardia, mas as folhas vão ficando cada vez mais fibrosas. Colhe-se toda a planta, sugerindo-se o corte a 10 cm do solo para manter as folhas mais limpas e sem resíduo. Produz cerca de 1,0 a 1,5 kg/m2, o equivalente a 10 a 12 ton/ha, lembrando que em geral o cultivo como hortaliça folhosa é realizado em pequenos espaços.
Todas as partes do caruru são comestíveis. Na Bahia, é também conhecido como bredo e utilizado na culinária local, reservando-se o termo “caruru” ao prato preparado com esta planta, junto com quiabo, camarão e temperos, ainda que por vezes nem se
utilize mais o caruru no seu preparo.