google.com, pub-8049697581559549, DIRECT, f08c47fec0942fa0 HORTA E FLORES: maio 2018

segunda-feira, 28 de maio de 2018

O que é Composto Orgânico




O que é COMPOSTO ORGÂNICO 
Ou CONDICIONADOR DE SOLO 

O condicionador de solo é um produto que tem a finalidade de melhorar as características físicas, químicas e biológicas dos solos. Não é um meio de cultivo como os substratos, e sim um reforço às propriedades do solo. 
Composto é o resultado da fermentação de materiais orgânicos que resulta em húmus. 
Entende-se fermentação como o processo de transformação de material orgânico por microorganismos (bactérias). Nesse processo, também chamado de humificação, nutrientes são mineralizados gerando os macros e micros nutrientes que são essenciais às plantas. 
Ainda importante que nesse processo de fermentação uma grande quantidade de calor é gerada, fazendo com que a pilha de composto, em processo de fermentação, atinja altas temperaturas(70ºC) o que esteriliza o material, eliminando vetores de doenças (fungos,nematoides, bactérias nocivas...) e neutralizando as sementes de ervas invasoras. 
Como podemos ver o COMPOSTO ORGÂNICO /é a melhor opção que temos para reforçar e garantir afertilidade do solo. 
Importante observar é que as matas nativas produzem seu próprio composto. 
A constante queda de folhas, galhos, árvores velhas e outros materiais que se depositam no solo das matas passam pelo processo de decomposição (humificação) mineralizando nutrientes para as plantas.  

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Carlos Pena compartilhou o seguinte PDF:


VÍDEOS







CULTURA DO ALHO PORÓ




Considerações Gerais


O alho-poró - Ailium porrum, L., de origem européia, segundo o professor Paul G. Smith, da Universidade da Califórnia, Davis, E.U.A., que era tido como pertencente à família das Liliáceas, passou, recentemente, a ser classificado como pertencente à família das Amarilidáceas.
A planta é herbácea, tenra e bíenal, produz talo e folhas no primeiro ano; haste floral, flores e sementes no segundo ano. As folhas que são compridas e relativamente largas, possuem bainhas longas, que sobrepõem umas às outras para forrar um falso caule, cilíndrico, também chamado talo.Este, de dez a vinte centímetros de comprimento e três a seis centímetros de diâmetro, tem a base dilatada em forma de bulbo. O sistema radicular é constituído por raízes fasciculadas, semelhantes do alho comum. As flores são brancas, róseas ou lilases, numerosas, encontram-se dispostas em uma inflorescência do tipo umbela, quase esférica. Os frutos são do tipo cápsula trigona e as sementes, pretas, achatadas, com superfície enrugada, semelhantes às da cebola, porém menores, perdem o poder germinativo rapidamente.
O alho-porro é bastante cultivado na Europa, especialmente na França e na Inglaterra.
No Brasil, principalmente nos estados sulinos, sua cultura tende a ser feita em escala crescente, devido às condições favoráveis de clima e solo.

Variedades


A escolha da variedade é de muita importância para o bom êxito da cultura.
Para as nossas condições de clima e solo, são consideradas boas as seguintes variedades: “Gigante-Musselburgh”, “Gigante-de-carentan” e Gigante americano”.

Plantio


Para o plantio de um hectare, são necessários, aproximadamente, 700 gramas de sementes com 80 % de poder germinativo, considerado o espaçamento de 15cm entre plantas e de 50cm entre linhas.
Um grama contém em média, 400 sementes. As sementes de alho-poró perdem a vitalidade rapidamente, porém, quando guardadas em latas hermáticamente fechadas e em local fresco, elas conservam o poder germinativo por mais tempo.
Após a semeação, cobre-se o solo com capim seco, e rega-se diariamente.
A germinação se dá seis a oito dias mais tarde, quando a cobertura com capim deve ser retirada de uma só vez, à tarde.
As sementes devem ser previamente desinfetadas com “Neantina” ou “Rhodiauran” seco, à razão de 0,5% em peso das sementes tratadas. Colocam-se as sementes e o desinfetante em saco de papel ou lata, agitando-se fortemente durante um minuto.
O canteiro de semeação deverá permanecer sempre limpo, evitando-se assim, a concorrência de ervas más.
As melhores mudas que irão para transplantação ao local definitivo devem estar com 10 a 15 cm de altura e com três a quatro folhas. Isso se dá 50 a 65 dias após .a semeação.
Os canteiros de semeação devem, na ausência de boa chuva, ser irrigados copiosamente na ocasião do arrancamento das mudas, o que facilitará a operação.
Os sulcos de plantação devem ter dez centímetros de profundidade.
Não é necessário que as mudas fiquem em posição vertical, como se verifica quando são plantadas a mão, porque dentro de poucos dias se erguem. O transplante deve ser feito após uma boa chuva ou irrigação.

Clima e Solo


O alho-poró pode ser considerado uma hortaliça de inverno, sendo necessário, para o seu bom desenvolvimento, que as temperaturas médias mensais estejam entre 13 e 24ºC.
É planta pouco tolerante à acidez do solo, preferindo terras com pH entre 6,0 e 6,8. Quando o solo é ácido, deve-se procurar corrigi-lo pela calagem. Para isto, é aconselhável a aplicação de calcário em pó, preferivelmente o dolomítico, pelo menos dois meses antes do plantio.
O solo para o cultivo dessa verdura deve ser fértil, profundo com boa capacidade de retenção de umidade, rico em húmus, solto, para a operação de amontoa, a fim de haver o necessário branqueamento do talo.

alho2

Tratos Culturais
Para formular uma boa adubação, é necessário que a terra do local de plantio seja analisada.
Entretanto, para solos de média fertilidade, pode-se recomendar a aplicação de 3kg de estêrco de curral, por metro linear de sulcos, oito a dez dias antes do plantio.
O esterco de curral poderá ser substituído pela farinha de torta de mamona previamente fermentada, ou então aplicada com um mês de antecedência da plantação, a fim de ter tempo de se decompor, e em quantidade equivalente a 1/10(um décimo) do peso recomendado. Pode ainda, ser substituído pelo esterco de galinha fermentado, em dose correspondente a um quarto do peso recomendado, dependendo da sua pureza. Quando o estêrco de galinha não for fermentado, deverá ser aplicado pelo menos com um mês de antecedência da plantação.
Para evitar a erosão, o alinhamento para o plantio do local definitivo deve ser efetuado em nível, quando a irrigação for por aspersão ou com leve desnível de 0,25% na irrigação por infiltração.
As capinas, as escarificações e amontoa são necessárias, e esta última operação consiste em chegar terra às plantas, durante seu crescimento – 90/100 dias após o plantio, para proporcionar o necessário branqueamento e maciez do talo ou falso caule.
A rotação de cultura deve ser feita com milho, arroz, tomate, repôlho, etc. interessante incluir uma leguminosa adubo-verde, na rotação de cultura, como crotalária paulinea, crotalária júncea, lablab, feijão-de-porco, a qual será incorporada ao solo antes de florescer.

colheita


A colheita se dá cinco a seis meses a contar da semeação, quando, então, as hastes têm de 2,5 a 4 cm de diâmetro. Corte-as junto ao solo, lave-as, retire as folhas secas, amarradas em maços.
Pode ser considerada boa produção, cerca de trinta e cinco toneladas por alqueire.

quarta-feira, 23 de maio de 2018

Desordens Fisiológicas na Cultura do Brócolis



Desordens fisiológicas devem ser levadas em conta como um fator de importância crescente no cultivo de brócolis. Com a expansão da área de cultivo nas diferentes regiões, alguns problemas têm sido relatados com frequência. As cultivares apresentam diferenças no que se refere às desordens fisiológicas. 
Algumas apresentam boa adaptação às diversas condições ambientais. Uma ampla avaliação experimental nas principais regiões de cultivo permite selecionar, com eficiência, cultivares com boa estabilidade.
Desse modo, a avaliação de cultivares quanto às desordens é fundamental para selecionar as mais adequadas às condições de cultivo.

Inflorescências (cabeças) e brotações laterais

É uma desordem causada por estresse decorrente da exposição a temperaturas elevadas, acima de 25 °C. Caso uma cultivar indicada para plantio no inverno ou meia-estação seja cultivada em condições de altas temperaturas, o meristema da planta se diferencia e, em vez de formar flores ou folhas, forma pequenas inflorescências (cabeças) ou brotações laterais (Figura 24), que competem com a inflorescência principal por água e nutrientes. Porém, para alguns mercados menos exigentes quanto ao aspecto visual e ao tamanho, especialmente para comercialização in natura, a formação de pequenas inflorescências laterais é aproveitada pelo produtor, colhidas após as centrais e vendidas agrupadas em bandejas cobertas por filme plástico.

Olho-de-gato

O olho-de-gato é uma desordem que se caracteriza pela abertura prematura das pétalas dos botões florais, que formam pontuações de cor amarela na inflorescência, em formato de roseta (Figura 25). A ocorrência dessa desordem depende da cultivar, mas normalmente ocorre no verão e é associada a altas temperaturas. Nesse caso, as inflorências estão fora do padrão para a
comercialização, portanto são descartadas.

Folhas e brácteas na inflorescência

Essa desordem normalmente torna a planta rígida e inapta à comercialização.
É causada pelo cultivo em condições adversas, tais como: deficit hídrico e altas temperaturas.
As plantas revertem a indução da fase reprodutiva, com a formação de inflorescências, para crescimento vegetativo.
Isso causa diminuição da “cabeça” e desenvolvimento de folhas ou brácteas em meio aos pedúnculos florais, tornando-as impróprias para a comercialização (Figura 26).

Caule oco ou talo oco

Caracteriza-se pelo aparecimento de uma cavidade nas partes internas do caule.
Esse distúrbio não é causado por um único fator, mas pela combinação de um ou mais fatores que intensificam o seu efeito, entre os quais estão altas temperaturas (acima de 25 °C), baixa precipitação, baixa umidade relativa do ar, irrigação deficitária, espaçamentos muito amplos e adubação deficiente de B. Havendo indisponibilidade de B, as células terão menor elasticidade e se romperão, causando a formação de um orifício no caule (talo) (Figura 27). Pesquisas mostram que, além do B, o N afeta diretamente seu aparecimento em brócolis, por atuar no crescimento das plantas, fazendo-as se desenvolver rapidamente, o que pode levar à deficiência de B. Além disso, observa-se também a suscetibilidade diferencial das cultivares a essa desordem.

sexta-feira, 18 de maio de 2018

Cultivo da Mostarda



Algumas espécies de plantas recebem o nome popular mostarda, produzindo sementes que são utilizadas para fazer condimentos do mesmo nome. Todas também podem ser consumidas como verdura, pelo menos quando jovens, mas a mostarda-oriental é a mais utilizada, existindo diversas cultivares que são utilizadas basicamente como verdura. As três espécies mais cultivadas de mostarda são:
Cultivar de mostarda-oriental, mostarda-marrom ou mostarda-castanha (Brassica juncea)

Brassica juncea - chamada de mostarda-oriental, mostarda-marrom, mostarda-castanha, mostarda-da-índia ou mostarda-da-china. Há um grande número de subespécies e cultivares desta mostarda, incluindo cultivares de folhas verdes, avermelhadas ou roxas, folhas lisas e crespas, plantas com o caule bastante desenvolvido e plantas que produzem grandes raízes comestíveis. É a mostarda mais utilizada e apreciada como verdura, sendo usadas como alimento suas folhas, flores, sementes, caules e raízes, dependendo da subespécie. Suas sementes também são usadas para fazer o condimento mostarda, mas são principalmente utilizadas para a obtenção de óleo de mostarda ou na preparação de pratos culinários.
Mostarda-preta (Brassica nigra)

Brassica nigra - chamada de mostarda-preta, suas sementes são muito apreciadas em pratos da culinária e são usadas na fabricação do condimento mostarda. Suas sementes são as mais ricas em lipídios e assim também são utilizadas para a obtenção de óleo de mostarda. Suas folhas e brotos podem ser consumidos cozidos, mas seu uso como verdura é incomum. Essa planta pode ultrapassar os 2 m de altura.


Mostarda-branca (Sinapis alba
Sinapis alba, por vezes denominada Brassica alba ou Brassica hirta - chamada de mostarda-branca ou mostarda-amarela, é a mostarda cujas sementes são mais usadas na fabricação do condimento mostarda (a mostarda amarela). Suas sementes são amareladas, beges ou castanho-claras. Suas folhas podem ser consumidas cozidas se colhidas antes da floração, mas seu uso como verdura também não é muito comum. Esta espécie atinge até 1,6 m de altura.

Clima

A mostarda pode crescer em uma ampla faixa de temperaturas, embora o ideal seja um clima ameno. As plantas podem suportar geadas leves.
A mostarda pode tolerar clima quente, mas a produção e a qualidade das sementes pode ser prejudicada se a temperatura for muita alta durante a floração e o crescimento das vagens. O ideal é que a temperatura não ultrapasse os 27°C. A mostarda-oriental, cultivada como verdura, geralmente não suporta bem altas temperaturas.

Luminosidade

A mostarda cresce melhor com luz solar direta, mas também pode ser cultivada em sombra parcial, especialmente se for cultivada durante o verão ou em regiões mais quentes.
Cultivar roxa de mostarda-oriental 

Solo

Cultive em solo bem drenado, fértil e rico em matéria orgânica. As mostardas são tolerantes quando ao pH do solo, mas crescem melhor com pH acima de 6.

Irrigação

Irrigue de forma a manter o solo sempre úmido, sem que fique encharcado.
Mudas de mostarda-oriental

Plantio

As sementes são geralmente semeadas diretamente no local definitivo, embora também possam ser semeadas em sementeiras e módulos, e transplantadas posteriormente quando as mudas estiverem bem desenvolvidas, tal que possam ser facilmente manuseadas.
O espaçamento entre as plantas varia muito com a espécie e a cultivar sendo plantadas. Para a mostarda-branca e a mostarda-preta, muitas vezes o espaçamento entre as plantas é negligenciado, estabelecendo-se apenas uma distância de 30 a 40 cm entre as linhas de plantio. Para a mostarda-oriental, um espaçamento de 15 a 35 cm é geralmente usado, dependendo da subespécie e da cultivar.
A mostarda-oriental pode ser cultivada facilmente em jardineiras e vasos de tamanho grande.

Tratos culturais

Retire plantas invasoras que estejam concorrendo por nutrientes e recursos.
A presença de abelhas é essencial para a polinização das flores e a produção de sementes.
Vagens de mostarda

Colheita

A colheita das folhas da mostarda-oriental pode geralmente ser iniciada a partir de 40 a 70 dias do plantio, variando com a cultivar e as condições de cultivo.
A floração e a produção de sementes acontece de 2 a 5 meses após o plantio. As vagens da mostarda-oriental podem ser colhidas quando estão completamente secas. Já as vagens da mostarda-preta e da mostarda-branca devem colhidas antes de secarem, pois são deiscentes, isto é, as vagens se abrem e liberam as sementes quando estas estão maduras.


sábado, 12 de maio de 2018

Controle de Doenças no Brócolis



Hérnia das crucíferas
A hérnia das crucíferas é um dos principais problemas nas áreas produtoras de brássicas em todo o mundo. A doença é causada pelo patógeno de solo Plasmodiophora brassicae (Woron), que completa parte de seu ciclo de vida dentro das raízes da planta hospedeira – as brássicas.
Os sintomas característicos dessa doença são a murcha da planta e a formação de galhas nas raízes, por causa do crescimento anormal do tecido, que engrossa e encurta as raízes, adquirindo forma semelhante a uma hérnia, o que deu o nome à doença.
As plantas apresentam um aspecto normal de sanidade, mas murcham nos períodos mais quentes e secos do dia, recuperando-se durante a noite. Nas raízes, visualizam-se as galhas que se estendem quanto maior seja a infecção e a formação das raízes laterais (Figuras 15A e 15B). Quando as plantas não são capazes de absorver água e nutrientes em quantidade suficiente, ocorre a diminuição da produção por causa do comprometimento do sistema radicular.
Se a infecção é muito severa nos primeiros dias, pode levar à morte da planta.
A infestação do solo pode ocorrer pelos seguintes fatores: introdução de mudas infectadas na área, movimentação de pessoas, de máquinas e implementos agrícolas contaminados, solo e água contaminados.
P. brassicae possui estruturas de resistência extremamente eficientes com relação a sua forma de dispersão e sobrevivência no solo na forma de esporos de resistência. Por causa dessas particularidades, o controle da doença é ainda um desafio para os agricultores, pois não existe uma forma única capaz de eliminar completamente o patógeno do solo. No País, não há nenhum agrotóxico registrado no Mapa para o controle dessa doença em brócolis. Uma vez infestada a área, a solução é buscar estratégias de convivência com a doença. A hérnia das crucíferas é uma doença de difícil controle.
Desse modo, recomenda-se a utilização de várias estratégias de manejo que sejam adequadas à região e a forma de produção do agricultor, buscando o controle eficiente da doença.
Tradicionalmente, seu controle é realizado pela rotação de cultivos com espécies não suscetíveis ao patógeno durante longos períodos de tempo para reduzir o inóculo do solo, que possui meia-vida de 4 anos.
Assim, após esse período de rotação, restarão 50% de esporos viáveis em uma área e, após 8 anos de rotação, a tendência é haver apenas 25% de esporos viáveis na área.
Plantas como o manjericão e a hortelã, quando em cultivo prévio ao de brássicas, apresentam efeito antagônico contra P. brassicae, porém são de pouca viabilidade econômica em consórcio com brócolis, quando cultivados em escala e em sistemas convencionais. Algumas plantas estimulam a germinação prévia de esporos de P. brassicae, por isso são denominadas plantas-armadilhas. Essas plantas fazem que parte dos esporos de P. brassicae germinem antes da implantação da cultura de interesse, no caso as brássicas, tornando-os incapazes de invadir o pelo da raiz, reduzindo assim os sintomas nas plantas.
Compostos orgânicos à base de tortas e farelos vegetais têm se mostrado uma estratégia viável no manejo da hérnia das crucíferas. Porém, em áreas com alta concentração de inóculo, o uso desses produtos deve ser combinado com outras práticas para supressão da doença. O uso de substratos desinfetados para produzir as mudas é outro método preventivo para o controle de hérnia das crucíferas. A limpeza de bandejas pode ser realizada com o uso de hipoclorito de sódio e outros produtos comerciais sanitizantes à base de ácidos e peróxidos, que são diluídos em diferentes concentrações que variam de 0,5% a 1% do volume de água.
Outra prática importante é o ajuste do pH do solo. O aumento da alcalinidade do solo é a forma mais antiga praticada para controle da hérnia das crucíferas. A doença é mais severa em solos ácidos (com pH abaixo de 5,5), diminuindo em pH superiores e é inexistente em pH acima de 7,8.
A calagem do solo é o método mais utilizado para aumentar o pH e consiste na aplicação de Ca e Mg, os quais, quando incorporados, alteram favoravelmente suas propriedades físicas e químicas.
O uso de cultivares resistentes é uma das formas mais estáveis de controlar essa doença, porém ainda não há nenhuma cultivar de brócolis disponível no mercado com resistência ao patógeno. A dificuldade de introgressão da resistência em brássicas, bem como a dificuldade de manutenção, deve-se ao fato de P. brassicae ser um patógeno que apresenta grande variabilidade genética, com nove raças conhecidas, dificultando a seleção de cultivares resistentes às diversas raças.
A utilização de áreas com solos bem drenados, com água de boa qualidade, entre outras medidas, são recomendadas para o controle dessa doença.


Figura 15. Galhas severas de hérnia das crucíferas causada por Plasmodiophora brassicae.


Podridão-negra
Os brócolis têm sua produção limitada pela ocorrência de doenças bacterianas, entre as quais está a podridão-negra, causada pela bactéria Xanthomonas campestris pv. campestris (Pammel). Essa bactéria apresenta distribuição mundial e pode promover considerável redução na produtividade e na qualidade do produto, e, em casos extremos, pode levar à perda total na colheita em cultivares extremamente suscetíveis.
A sua disseminação se dá por meio de sementes ou mudas, restos culturais infectados e/ou estruturas de sobrevivência, além de apresentar grande efeito da disseminação secundária a curta distância. Os sintomas da podridão-negra podem aparecer em qualquer estádio de desenvolvimento desde a fase cotiledonar, lesionando as folhas, causando manchas e posterior queda da planta. Nas folhas definitivas, a bactéria penetra pelos hidatódios e provoca lesões amareladas, as quais progridem, em forma de V, em direção ao centro da folha e ficam limitadas pelas nervuras. Com o decorrer do desenvolvimento, essas lesões avançam para a nervura principal e adquirem uma tonalidade marrom-clara. Posteriormente, secam a folha e provocam sua queda (Figuras 16A e 16B).
Uma das medidas mais efetivas para o controle da doença é o uso de cultivares resistentes. Em brócolis, esta doença tem sido observada em várias regiões produtoras e não há cultivares comerciais consideradas resistentes.
No Mapa, não há nenhum agrotóxico registrado para o controle dessa doença em brócolis no País. Cultivares do tipo inflorescência única que possuem folhas imbricadas (mais eretas) permitem menor acúmulo de água na planta e podem auxiliar no manejo dessa doença.
As seguintes medidas de controle da podridão-negra devem ser adotadas em caráter preventivo:
• Utilizar sementes sadias.
• Evitar o excesso de adubação nitrogenada (orgânica ou mineral).
• Evitar plantios muito adensados.
• Utilizar preferencialmente a irrigação por sistema de gotejamento, evitando o molhamento foliar.
• Fazer rotação de culturas com hortaliças de famílias botânicas diferentes das brássicas.
• Queimar ou enterrar os restos de cultura, principalmente de cultivos contaminados.
• Controlar insetos mastigadores que ocasionam lesões e que servem de porta de entrada para a bactéria.
• Eliminar plantas daninhas próximas ao plantio.

Figura 16. Lesão em formato de V e avanço para a nervura.

Podridão-mole
A doença é causada por Pectobacterium carotovorum (Jones), com predominância da subespécie P. carotovorum subsp. carotovorum em brócolis. Os sintomas da podridão-mole se caracterizam, inicialmente, pela maceração dos tecidos da base das folhas em contato com o solo infestado, progridem rapidamente para o caule principal e resultam no colapso de toda a planta (Figura 17). Inflorescências com menor granulometria (botões florais menores e mais compactos) permitem menor acúmulo de água e podem auxiliar no manejo dessa doença.

Figura 17. Apodrecimento do caule causado por P. carotovorum.

Nas regiões produtoras, esta bactéria ocasiona um mau odor típico e é bastante frequente em plantios no verão. Tem sua ocorrência associada a ferimentos advindos
de capinas e/ou da colheita.
As principais medidas preconizadas para o controle de podridões-mole incluem:
• Evitar plantio em solos de baixada, mal drenados.
• Retirar da área plantas doentes.
• Destruir restos culturais.
• Realizar a rotação de culturas por 3 a 4 anos.
• Não armazenar inflorescências e maços de plantas doentes e sadias conjuntamente.
• Armazenar as inflorescências em local ventilado, seco e preferencialmente em baixas temperaturas.
• Evitar ferimentos durante os tratos culturais, como capina e durante a colheita.
• Controlar insetos mastigadores, que ocasionam lesões que servirão de porta de entrada para a bactéria.
• Usar água de irrigação livre de contaminação.
• Evitar o excesso de umidade com
espaçamentos maiores entre plantas.
• Fazer adubação e calagem equilibradas.
• Utilizar cloro na água de lavagem do produto.

Pratinho
O pratinho, também conhecido como doença do anel e enfezamento dos brócolis, é uma doença da cultura dos brócolis que apenas recentemente se tornou importante no Brasil. Ela tem causado perdas relevantes no Estado de São Paulo, até mesmo quando a incidência da doença é baixa, pelo fato de as plantas infectadas serem impróprias para a comercialização.
A doença é causada por fitoplasmas, um grupo de bactérias que habitam exclusivamente o floema das plantas. A colonização desse tecido está relacionada com o principal sintoma da doença em plantas de brócolis, que é o escurecimento dos vasos do floema (Figura 18A), que nada mais é do que a resposta da planta à infecção pela bactéria. Além desse sintoma típico, as plantas também apresentam redução do crescimento, alteração da coloração das folhas e má formação da inflorescência (Figura 18B). A bactéria demora algum tempo para se multiplicar e induzir a expressão dos sintomas e, por esse motivo, os sintomas são mais acentuados quando a
infecção ocorre no início do cultivo.
A disseminação do fitoplasma associado ao pratinho não ocorre da mesma forma que comumente acontece com várias bacterioses, ou seja, por meio de sementes, pela transmissão da bactéria de uma planta para a outra, por ferramentas de corte ou pela água de irrigação/chuva. Os fitoplasmas infectam as plantas de brócolis por meio de cigarrinhas que se alimentam no floema de plantas. Essas cigarrinhas adquirem a bactéria de uma planta contaminada e, posteriormente, transmitem-na para as plantas nas quais vai se alimentar. O processo de transmissão de fitoplasmas não é ocasional, por isso somente algumas cigarrinhas que se alimentam do floema de plantas poderão transmiti-los. No Brasil, as seguintes espécies foram identificadas como capazes de transmitir a bactéria: Atanus nitidus (Linnavuori), Balclutha hebe (Kirkaldi), Agallia albidula (Uhler) e Agalliana sticticollis (Stål).
Considerando-se que as mudas que formam o campo de cultivo sejam sadias, quando produzidas em ambiente telado (livre de insetos) há questionamentos quanto à origem da doença.

Figura 18. Escurecimento dos vasos do floema (A); redução do crescimento, alteração da coloração das folhas e má formação da inflorescência (B).

Estudos recentes revelaram que plantas daninhas presentes nas áreas de cultivo de brócolis (ou na proximidade dos campos) servem de hospedeiras tanto para fitoplasmas quanto para cigarrinhas. Plantas daninhas de diversas espécies abrigam fitoplasmas similares àqueles encontrados em plantas dessa brássica. Logo, acredita-se que as cigarrinhas adquirem as bactérias a partir dessas plantas daninhas e as disseminam para a cultura. Essa hipótese é reforçada pelo fato de a maior incidência da doença sempre ser maior nas bordas do cultivo, especialmente nas proximidades de áreas com grande ocorrência de plantas daninhas.
Após a infecção das plantas de brócolis pela bactéria, não é mais possível eliminá-la, portanto todas as medidas de controle da doença visam evitar a infecção da planta.
As medidas de controle devem ser realizadas mesmo antes da implantação da cultura, pela produção de mudas em ambiente protegido de insetos e pelo controle das cigarrinhas e das plantas daninhas na área de cultivo de brócolis, visando à redução da população do vetor e da fonte de inóculo do patógeno, respectivamente.

Alternariose
A alternariose, causada por Alternaria brassicicola (Schwn.) Wilt. ou Alternaria brassicae (Berk.) Sacc. é uma doença limitante na produção de brócolis, podendo reduzir sua produtividade em até 50%. Esse patógeno causa danos maiores quando ocorre na fase de sementeira, provocando necrose dos cotilédones, do hipocótilo e tombamento, o que acarreta a destruição das mudas e inviabiliza o transplantio.
Em plantas adultas, os sintomas ocorrem inicialmente nas folhas mais velhas, e são caracterizados por lesões pequenas e necróticas. Posteriormente, todas as folhas passam a apresentar lesões circulares, concêntricas e com halo clorótico (Figura 19).
Essas lesões podem coalescer e, em ataques mais severos, as folhas amarelecem e secam.

Figura 19. Lesão causada por alternariose.

As sementes infectadas, quando jovens, são destruídas ou ficam chochas, enquanto as sementes maduras podem ser infestadas e infectadas e contêm o micélio dormente do fungo.
Nos restos culturais comumente deixados na área nas diversas regiões produtoras,
A. brassicicola sobrevive dentro dos locais de plantio e entre eles, tendo em vista que suas estruturas de reprodução são facilmente disseminadas pelo vento. Em longos períodos com condições favoráveis à doença, tais como temperaturas amenas, umidade relativa do ar elevada e pouco molhamento foliar, seja por irrigação seja por baixas precipitações, as estruturas de reprodução originadas de poucas lesões produzem grande número de novas infecções e podem causar danos severos à cultura dentro de um tempo relativamente curto.
O manejo da alternariose em brócolis pode ser realizado pelo uso de agrotóxicos (Tabela 5) e pela incorporação dos restos foliares infectados no solo, à profundidade mínima de 10 cm, combinados com rotação de culturas que envolvam outras espécies, visando a um intervalo mínimo de 2 meses entre o plantio de brássicas na área.


Outra medida de manejo associada ao controle é o uso de quebra-ventos para isolamento das áreas de cultivo. O quebra-vento atua como barreira para a dispersão do fungo, sendo opção para essa finalidade o capim-elefante, entre outras plantas (Figura 20).


Figura 20. Barreira do tipo quebra-vento de capim-elefante.

Porém, é de extrema importância a aplicação desse manejo regionalmente, evitando- se cultivos sucessivos de brássicas e áreas com diferentes estágios de desenvolvimento em propriedades vizinhas, o que pode inviabilizar essa prática caso não seja efetuado corretamente.

Nematoides
Muitos gêneros de nematoides parasitas de plantas podem ocorrer em áreas de produção de brócolis, porém as informações são escassas.
No Brasil, os problemas em brócolis geralmente ocorrem por causa da infestação pelo nematoide-das-galhas (Meloidogyne spp.), em especial as espécies Meloidogyne incognita (Kofoid & White) e Meloidogyne javanica (Treub), que são as espécies com maior distribuição nas regiões produtoras. Também vale destacar a presença de Meloidogyne hapla (Chitwood) e Meloidogyne arenaria (Neal) em áreas isoladas no País.
A alta incidência dessas espécies é atribuída à capacidade de reprodução em regiões com ampla variabilidade de temperatura.
Outra espécie de nematoide-das-galhas que vem causando problemas em hortaliças no Brasil é Meloidogyne enterolobii (Yang & Eisenback). Essa espécie apresenta forte ameaça às hortaliças
cultivadas, incluindo a cultura dos brócolis. Vale ressaltar que outras espécies de nematoides como Ditylenchus dipsaci (Khiin), Pratylenchus penetrans (Cobb) e Rotylenchulus reniformis (Linford & Oliveira) são relatados na cultura, porém sem prejuízos estimáveis.
O sintoma mais visível da infecção por nematoides é a presença de galhas e inchaços nas raízes com formato arredondado (Figura 21). A observação da presença de galhas e de massa de ovos no sistema radicular de plantas infectadas é a melhor forma de detectar a presença do nematoide-das-galhas em áreas de cultivo.

Figura 21. Galhas e massa de ovos (setas bancas) presentes em raízes de brócolis por infestação causada pelo nematoide-das-galhas (Meloidogyne spp.).

Sintomas adicionais na parte aérea, tais como nanismo das plantas, amarelecimento e folhas murchas podem ocorrer. Normalmente são observadas falhas no estande das plantas que não conseguem cobrir toda área dos canteiros. Os danos estão diretamente relacionados ao tamanho da população inicial do nematoide no solo. Pode haver também a intensificação dos danos causados pelo rápido apodrecimento das raízes em razão da invasão de patógenos secundários, tais como Sclerotium rolfsii (Saccardo), Fusarium sp., Verticillium sp. e Ralstonia sp. (Figura 22).
Massas de ovos como pontos mais escuros na superfície das raízes galhadas também podem ser observadas (Figura 23).
Vale lembrar que se deve ter o cuidado para não haver confusões em relação à diagnose visual, pois, em cultivos de brássicas como os brócolis, pode ocorrer a presença da hérnia cujo agente etiológico é um fungo denominado de P. brassicae (mais detalhes em hérnia das crucíferas). Com a penetração do patógeno e o progresso da doença, também ocorre à formação de galhas, no entanto, geralmente, elas são maiores, quebradiças quando esmagadas com os dedos e não existe a presença de massa de ovos.
As galhas do nematoide são mais discretas e não são quebradiças quando esmagadas.

Figura 22. Sintomas em raízes de brócolis por infestação causada pelo nematoide-das-galhas (Meloidogyne spp.). Observação de galhas e apodrecimento das raízes por causa da invasão por outros patógenos.


Figura 23. Sintomas em raízes de brócolis por infestação causada pelo nematoide-das-galhas (Meloidogyne spp.).

É importante lembrar que tanto Meloidogyne spp., quanto P. brassicae podem ocorrer na mesma área de cultivo com intensificação dos danos à cultura.
Para o controle de nematoides na cultura dos brócolis é importante a integração de várias práticas, que vão desde a produção das mudas sadias até a escolha da área de plantio. Entre as principais medidas de controle, destacam-se:
• A prevenção e a rotação de culturas com culturas não hospedeiras (cultivares de milho e milheto resistentes e outras hortaliças que apresentem resistência).
• O alqueive.
• Uso de plantas antagonistas, como as crotalárias, e uso de matéria orgânica (torta de mamona, bagaço de cana, palha de café, entre outros).
• A utilização de cultivares resistentes quando disponíveis.

A maioria dos cultivos de hortaliças folhosas, como, por exemplo, os brócolis, geralmente situa-se na região urbana ou periurbana de cidades ou metrópoles, e isso aumenta a movimentação de pessoas, maquinários e animais, o que contribui para potencializar a disseminação desses
patógenos.
Além disso, o uso de condicionadores de solo não esterilizados, como tortas vegetais e outros, e de água de irrigação com risco de contaminação por nematoides contribuem para alta disseminação desses organismos.
Assim, antes de adotar o manejo integrado de nematoides, é necessário conhecer a espécie ou espécies que estão presentes na área e se o nível populacional de nematoides é alto o suficiente para causar prejuízos econômicos à cultura a ser cultivada. Com base nessas informações, o produtor vai determinar se a opção de manejo é eficiente e viável economicamente.



segunda-feira, 7 de maio de 2018

Controle de Pragas na Cultura do Brócolis




Controle de Pragas

Os insetos sugadores de seiva (pulgões e a mosca-branca) e as lagartas constituem os principais grupos de pragas dos brócolis.
São de infestação frequente nas condições de cultivo brasileiras.
Os pulgões – Brevicoryne brassicae (Linnaeus), Myzus persicae (Sulzer) e Lipaphis erysimi (Kaltenbach) (Hemiptera: Aphididae) – são insetos de 1 mm a 3 mm de comprimento, com corpo periforme e mole e antenas desenvolvidas. A forma áptera (sem asas) de B. brassicae apresenta coloração verde-acinzentada, coberta por uma camada cerosa branca (Figura 9); a forma alada é de coloração verde, cabeça e tórax pretos, além de abdome com manchas escuras na parte dorsal. A forma áptera de L. erysimi possui coloração verde-escura


Figura 9. Folha de brócolis com colônia do pulgão B. brassicae.

ou acinzentada, com antenas e pernas pretas, podendo ser identificada equivocadamente como B. brassicae; a forma alada tem cabeça e abdome verde-escuro, enquanto o tórax é verde-claro. Já a espécie M. persicae possui coloração verde-clara, rosada ou avermelhada (Figura 10).


Figura 10. Folha de brócolis infestada pelo pulgão Myzus persicae.

Esses pulgões podem atacar o cultivo de brócolis durante todo o seu ciclo e ocorrem em grandes colônias na face inferior das folhas, nas brotações e nas flores. A sucção contínua de seiva e a injeção de toxinas provocam o definhamento de mudas e plantas jovens, bem como o encarquilhamento das folhas, brotos e ramos. Além disso, a excreção de líquido açucarado durante a alimentação dos insetos favorece o desenvolvimento do fungo Capnodium sp., causador da fumagina (lâmina preta), que ocorre sobre as folhas e as estruturas reprodutivas da planta e afeta, consequentemente, a fotossíntese e a respiração das plantas, prejudicando a aparência das inflorescências.
A mosca-branca [Bemisia tabaci (Genn.) biótipo B (= espécie críptica Middle East-Asia Minor 1)] também é um inseto muito pequeno (Figura 11).
O adulto possui dorso amarelo-palha, antenas curtas e quatro asas membranosas recobertas com pulverulência branca. Quando o inseto está pousado na planta

Figura 11. Mosca-branca – Bemisia tabaci biótipo B (adulto).

suas asas não se sobrepõem. A ninfa (forma jovem) é translúcida de coloração amarelo a amarelo-pálido (Figura 12). Esse inseto causa danos aos brócolis pela sucção da seiva e ação toxicogênica, provocando alterações no desenvolvimento vegetativo e reprodutivo das plantas.
Em alta infestação, as plantas apresentam coloração branco-acinzentada ou verde-opaca, cujo sintoma é conhecido como “talo branco”, que favorece o surgimento de fumagina sobre as folhas, talos e inflorescências dos brócolis, depreciando o produto comercializado.

 

Figura 12. Mosca-branca – Bemisia tabaci biótipo B (ninfas).


Existem várias medidas de controle para os pulgões e a mosca-branca. O primeiro passo para o manejo integrado dessas pragas consiste no monitoramento de suas populações com armadilhas amarelas adesivas instaladas estrategicamente nas bordaduras e no centro da lavoura. A inspeção periódica das armadilhas (duas vezes por semana) permite identificar quando os insetos sugadores estão colonizando o cultivo, bem como os maiores focos de infestação e a eficiência dos métodos de controle.
O controle cultural consiste na adoção de práticas que visam deixar o ambiente menos favorável ao desenvolvimento desse grupo de pragas.
Dessa forma, recomenda-se:
• O uso de sementes sadias e com alto poder germinativo.
• O uso de cultivares de ciclo curto e o planejamento da época de plantio para a região, visando à evasão no período/época de maiores picos populacionais das pragas.
• A produção de mudas em cultivo protejido com telado que dificulte a entrada das pragas.
• O uso de armadilhas amarelas adesivas para captura de pulgões alados e adultos de mosca-branca durante a fase de mudas em telado;
• A seleção de mudas sadias e vigorosas para o transplantio.
• O isolamento dos cultivos por data e área, a fim de evitar o escalonamento de plantio; a instalação dos cultivos no sentido contrário ao vento, do mais velho para o mais novo, para desfavorecer o deslocamento de insetos sugadores das lavouras mais velhas para as novas.
• A implantação prévia de barreiras vivas ou faixas de cultivos (sorgo, capim-elefante, milheto ou cana-de-açúcar) ao redor da lavoura; o plantio de espécies vegetais (coentro, artemísia, erva-doce) no entorno e dentro da área do cultivo (consórcio) que atraiam os inimigos naturais.
• A manutenção de vegetação nativa entre talhões e a cobertura do solo com superfície refletora (casca de arroz, palha de gramíneas ou plástico prateado), para dificultar a colonização de pulgões alados e adultos de mosca-branca.
• A adubação química conforme análise de solo ou foliar e requerimentos da cultura, a fim de evitar excesso de N.
• O manejo adequado da irrigação para evitar o estresse hídrico e favorecer o estabelecimento rápido das plantas, podendo também ser utilizada para controle mecânico pela remoção dos insetos sugadores das folhas e inflorescências.
• A manutenção de cultivos livres de plantas infestantes, a destruição de restos culturais logo após a colheita e a rotação de culturas com plantas não hospedeiras de pulgões e da mosca-branca.
O uso de inseticidas biológicos que contenham os fungos entomopatogênicos Brevicoryne bassiana e Lecanicillium spp. pode controlar os pulgões e a mosca-branca, principalmente quando os produtos forem utilizados com umidade relativa do ar acima de 60%.
O controle químico é a principal medida de controle de pulgões e mosca-branca e existem vários inseticidas registrados no Mapa para a cultura dos brócolis (Tabela 4).



Entretanto, o uso indiscriminado de agrotóxicos tem elevado substancialmente o custo de produção de brócolis e pode acarretar sérios danos ambientais e a contaminação da produção com resíduos tóxicos.
Para o controle dos pulgões e da mosca-branca, antes do florescimento dos brócolis também podem ser utilizados produtos alternativos, como óleo mineral ou óleo vegetal emulsionável e inseticida botânico à base de óleo de nim (Azadirachta indica), nunca ultrapassando a concentração de 0,5% (volume/volume) na calda pulverizada, ou seja, para o preparo da calda deve-se misturar 50 mL do produto comercial em 10 L de água. Doses mais altas poderão ocasionar fitointoxicação, e o uso frequente de produtos à base de nim pode ter efeito nocivo sobre os inimigos naturais.
As principais lagartas da ordem Lepidoptera que infestam os brócolis pertencem às seguintes espécies: Plutella xylostella (Linnaeus) (traça-das-crucíferas); Trichoplusia ni (Hübner) (lagarta falsa-medideira) e Ascia monuste orseis (Latreille) (curuquerê-da-couve). Plutella xylostella (família Plutellidae) – os adultos são mariposas de 8 mm a 10 mm de comprimento, com coloração parda e mancha branca na margem posterior das asas formando uma faixa em formato de diamante quando em repouso. Os ovos são muito pequenos, arredondados e esverdeados, depositados na face inferior das folhas e nas inflorescências. As lagartas atingem até 10 mm de comprimento, são de coloração verde-clara (Figura 13A), cabeça de cor parda e corpo com pelos escuros, curtos e esparsos. As lagartas causam desfolha e podem destruir completamente a lavoura.



Figura 13. Folha de brócolis com lagarta (A) e pupas de traça-das-crucíferas da espécie Plutella xylostella (B).

A traça pode ainda favorecer a entrada de bactérias oportunistas, como Pectobacterium spp., nos tecidos lesionados, aumentando a incidência de podridão-mole nas plantas.
A pupa é protegida por um casulo de seda branca (Figura 13B), facilmente reconhecida na face inferior das folhas. Trichoplusia ni – a mariposa é marrom e possui uma mancha branco-prateada no centro da asa anterior. Os ovos são arredondados e esverdeados. A sua postura é feita em camadas sobre a face inferior das folhas. A lagarta é verde-clara, com até 40 mm de comprimento, e apresenta a parte posterior do corpo mais robusta. Quando se locomove, apresenta movimento semelhante ao de medir com a palma da mão.
As lagartas atacam as folhas de brócolis e produzem grandes orifícios. No ápice da planta (região meristemática), as folhas são comidas dos bordos para o centro, entre as nervuras. A pupa é de coloração marrom e protegida por casulo fino de seda branca, sendo encontrada na face inferior da folha. Ascia monuste orseis – os adultos são borboletas com cerca de 50 mm de envergadura, corpo preto e asas branco-amareladas, com bordas marrom-escuras. Os ovos são amarelados, depositados em grupos não muito próximos na face inferior da folha, talos e inflorescências (Figura 14A).
As lagartas chegam a medir 40 mm de comprimento, possuem cabeça escura, corpo de coloração cinza-esverdeado, com faixas longitudinais amarelas e verdes e pontuações pretas (Figura 14B).
As lagartas ocasionam desfolha parcial ou total da planta e consomem as inflorescências e sementes produzidas. As pupas são de coloração marrom-esverdeada e não são protegidas por casulo de seda, sendo encontradas na própria planta ou no solo.


Figuras 14. Folhas de brócolis com ovos (A) e lagarta do curuquerê-da-couve (A. monuste orseis) (B).

Para o manejo integrado das lagartas em brócolis, deve-se monitorar a lavoura pelo menos duas vezes por semana. Para a traça-das-crucíferas, recomenda-se o emprego de armadilhas iscadas com feromônio sexual sintético para captura de mariposas e a inspeção das plantas (folhas, ramos e inflorescências) na busca de sintomas de infestação, de lagartas e pupas. Para os demais lepidópteros, devem-se inspecionar diretamente as plantas.
Além das medidas culturais para o controle de insetos sugadores, o manejo das lagartas na cultura dos brócolis deverá incluir:
• A adoção de cultivos intercalares (consórcio) com plantas não hospedeiras, que tenham porte ereto.
• A sucessão e rotação de culturas com plantas não hospedeiras, evitando-se plantios sucessivos de brássicas na mesma área de cultivo; a remoção de folhas com ovos/posturas e lagartas.
• A destruição e incorporação dos restos culturais e de cultivos abandonados; a eliminação de plantas espontâneas de cultivos anteriores antes do novo plantio de brócolis no mesmo local.
• A adoção de vazio fitossanitário, de modo que a área de cultivo e todas as outras áreas que lhe são próximas fiquem simultaneamente livres da cultura e de plantas hospedeiras das lagartas por, pelo menos, quatro semanas.
O uso de inseticidas químicos é a principal medida de controle de lagartas, com diversos produtos registrados para brócolis (Tabela 5). Alternativamente, podem-se utilizar inseticidas botânicos à base de óleo de nim (A. indica), com até 0,5% de concentração, na calda a ser pulverizada.
O uso de inseticidas biológicos que contenham a bactéria entomopatogênica Bacillus thuringiensis (Berliner) (subespécies kurstaki e aizawai) também pode controlar eficientemente esse grupo de pragas.
Esses inseticidas biológicos devem ser utilizados em fases iniciais do ataque, ou seja, quando as lagartas ainda são pequenas (menores que 1 cm de comprimento), principalmente durante o período de floração.
As pulverizações devem ser dirigidas às folhas, ramos e inflorescências, e realizadas sempre com vento fraco e no final da tarde, quando as temperaturas estão mais amenas.
Outra possibilidade de controle biológico é a liberação do parasitoide de ovos Trichogramma pretiosum (Riley) (Hymenoptera: Trichogrammatidae) para controle de P. xylostella (traça-das-crucíferas) e de T. ni (falsa-medideira), podendo ser utilizado conjuntamente com inseticidas à base de B. thuringiensis e inseticidas reguladores de crescimento para controle de lagartas, os quais são seletivos em favor desse inimigo natural.


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