google.com, pub-8049697581559549, DIRECT, f08c47fec0942fa0 HORTA E FLORES: março 2023

quinta-feira, 16 de março de 2023

Alcachofra, como comprar, conservar e consumir

 

A alcachofra é uma hortaliça para paladares refinados, trazida para o Brasil pelos italianos. Pertencente à família Asterácea, a mesma da alface, chicória e girassol, é nativa da região mediterrânea e cultivada como planta perene. Consome-se o botão floral, formado por um conjunto de escamas e uma base carnosa de onde saem as escamas. A alcachofra é fonte de vitamina C, ácido fólico e de sais minerais como magnésio e potássio. Possui poucas calorias

Como comprar

Há diferentes formas de botões, desde os compridos e pontudos, até aqueles com extremidade redonda ou quase achatada. Os dois grupos principais são os de botões verdes e os de botões arroxeados. No presente texto, somente a alcachofra de botões arroxeados será considerada, por ser o tipo em geral encontrado no mercado brasileiro.

Os botões devem estar bem fechados, com as escamas bem aderidas e com a tonalidade roxo escuro na ponta e verde na base. Quando a cor roxa começa a ficar mais clara, as escamas ficam fibrosas e de baixa qualidade e ocorre o afrouxamento das mesmas. Evite alcachofras com talos murchos, com áreas machucadas que se tornam escuras ou com mofo. A alcachofra é muito sensível ao manuseio, portanto escolha-as com cuidado sem machucá-las.

Como conservar

A alcachofra pode ser refrigerada, mantendo a aparência de produto fresco por até quatro dias, desde que sejaacondicionada dentro de sacos de plásticos. Pode ser guardada até na parte superior da geladeira, pois tolera temperaturas

baixas.  Os botões não devem ser lavados antes de colocados na geladeira. Para congelar a alcachofra lave-as bem, corte o talo rente à base e apare cerca de 2 cm da ponta das escamas. Coloque em vasilha ou saco de plástico e leve ao congelador. A alcachofra pode ser mantida congelada por até 3 meses.

Como consumir

A alcachofra é uma excelente entrada, acompanhada de molhos de queijo, manteiga ou vinagrete. Serve de recheio, base para molho ou preparo de massas. É usada como guarnição para acompanhar carne, frango ou peixe. Também pode ser utilizada como sobremesa.

Com uma faca afiada corte o talo próximo à base, e descarte as pontas das escamas. Até prepará-la, mantenha-a em água com limão ou vinagre para que não perca a cor natural.

As flores bem pequenas podem ser servidas cozidas inteiras ou cortadas em fatias bem finas. Quando as flores são maiores, a maneira tradicional de preparo é o cozimento em água com sal e suco de limão. Este cozimento deve ser feito por cerca de 30 minutos, ou até que as escamas se soltem com facilidade. Para consumi-la, serve-se a flor inteira, suga-se a seiva das escamas uma a uma, depois de passá-las no molho de vinagrete ou outro molho de acordo com a preferência. Depois de tirar todas as escamas tem-se o fundo ou coração. Esta parte, de textura bastante tenra também é consumido, da mesma maneira que as escamas, ou seja, com o molho de sua preferência. O fundo também pode ser usado sozinho, para preparar diferentes pratos como pastas, massas, acompanhamento de carnes diversas.

Para descongelar a alcachofra deixe-a na parte baixa da geladeira de um dia para o outro ou por quatro horas à temperatura ambiente, antes do preparo do prato. Em seguida, cozinhe-a em água fervente com sal e algumas gotas de limão, com a ponta das escamas para cima.

Alcachofra com molho holândes

Tempo de preparo : 1 hora e 40 MIN / Rendimento : 4 porções

Ingredientes

4 alcachofras

3 gemas

Suco de 1 ½ limão

½ xícara (chá) de manteiga

Sal a gosto

Como Fazer

1.Com uma tesoura, corte a base e a ponta das folhas. Passe suco de limão nas áreas cortadas para evitar seu escurecimento.

2.Retire as folhas soltas da base. Cozinhe a alcachofra, com as pontas das folhas para cima, numa panela com água fervente temperada com sal e algumas gotas de limão.

3.Deixe cozinhar em panela tampada até as folhas ficarem macias e se destacarem facilmente.

4.Retire o centro da alcachofra e recheie com o molho holandês. 

Como fazer o molho holandês:

1.Misture bem as gemas ao suco de limão, formando um creme.

2.Coloque o creme numa panela e leve para cozinhar em banho maria em água em ponto de ebulição.

3.Adicione um pouco da manteiga e misture bem até derreter.

4.Junte o restante da manteiga e bata até engrossar, acrescente sal a gosto e retire do fogo. Em seguida, coloque o creme no centro das alcachofras. Sirva bem quente.

Sugestão: pode ser servido com outro molho, ou simplesmente com manteiga derretida e salpicado com queijo ralado.

Alcachofra com palmito

Tempo de preparo : 2 horas e 30 MIN / Rendimento : 4 porções

Ingredientes

8 alcachofras

½ xícara (chá) de azeite

1/3 xícara (chá) de suco de limão

1 colher (sobremesa) de açúcar

½ colher (chá) de mostarda

½ colher (chá) de manjericão seco

1 dente de alho pequeno picado bem miúdo

250 g de palmito cortado em fatias

1 colher (sopa) de pimentão vermelho picado

Sal e pimenta a gosto.

Como Fazer

1.Cozinhe as alcachofras e escorra-as bem; retire a parte fibrosa e utilize o fundo da alcachofra cortando-o em pedaços.

2.Numa tigela grande, misture o óleo, o suco de limão, o açúcar, o sal, a pimenta, a mostarda, o manjericão e o alho.

3.Adicione os fundos de alcachofra, as fatias de cogumelo e o pimentão picado e misture bem. Cubra e leve à geladeira, mexendo ocasionalmente. Sirva depois de pelo menos 2 horas.

Sugestão: o palmito pode ser substituído por batata.

Alcachofra com recheio de atum

Tempo de preparo : 2 horas e 30 MIN / Rendimento : 2 porções

Ingredientes

2 alcachofras grandes

½ xícara (chá) de vinagre

1 litro de água

Recheio

1 lata de atum

½ xícara (chá) de maionese

1 colher (sopa) de cebola ralada

½ xícara (chá) de cebolinha

1 colher (chá) de mostarda

Sal e pimenta a gosto.

Como Fazer

1.Lave as alcachofras, corte as pontas de todas as folhas e coloque-as numa vasilha.

Cubra-as completamente com uma mistura de 1 litro de água para ½ xícara (chá) de vinagre e deixe-as de molho por 10 minutos.

2.Retire-as da mistura de água com vinagre e coloque-as com a ponta do cabo para cima, em uma panela cheia de água e deixe cozinhar até que fiquem macias.

3.Após o cozimento, retire-as e escorra-as em uma peneira ou escorredor.

4.Retire os centros das alcachofras e preserve as folhas laterais.

5.Abra delicadamente as folhas e distribua o recheio de atum no centro.

6.Coloque as alcachofras em uma panela, junte um copo (tipo americano) de água ao recheio que sobrou e regue as alcachofras. Tampe e cozinhe por alguns minutos.

Sugestão: O recheio de atum pode ser substituído por creme de queijo ou de alho e óleo.

Dicas

Temperos que combinam com a alcachofra: alho, tomilho, sal, limão, louro, pimenta-do-reino, manjericão, mostarda, vinagre de maçã.

• A água de cozimento da alcachofra pode ser aproveitada no preparo de sopas, cozidos e caldos.



sexta-feira, 3 de março de 2023

Doenças da Cenoura

 

Estão registradas no Brasil mais de quinze doenças de cenoura, causadas por fungos, vírus, bactérias e nematóides. Destas, um número relativamente pequeno é responsável pela maior parte dos danos ocorridos na cultura.

O controle destas enfermidades tem sido feito através do uso de cultivares resistentes e/ou fungicidas, bem como pelo emprego correto das práticas culturais.

Podridão de pré e pós-emergência

Dentre os vários patógenos envolvidos na ocorrência de podridões em cenoura tem-se: Alternaria dauci, Alternaria radicina, Pythium sp., Rhizoctonia solani e Xanthomonas campestris pv. carotae. A podridão de pré-emergência resulta em falhas no estande.

Na podridão de pós-emergência, também chamada de tombamento, as plântulas apresentam um encharcamento na região do hipocótilo rente ao solo, provocando reboleiras de plantas tombadas ou mortas. O controle só é eficiente quando se utilizam sementes de boa qualidade, rotação de cultura, adequada profundidade de plantio e manejo adequado de água.

Queima-das-folhas

É a doença mais comum da cenoura. É causada por Alternaria dauci, Cercospora carotae e Xanthomonas campestris pv. carotae. Caracteriza-se principalmente por uma necrose das folhas (Figura 1) que, dependendo do nível de ataque pode causar a completa desfolha da planta e, consequentemente, resultar em raízes de tamanho pequeno.

Fig. 1. Queima das folhas, causada por Alternaria dauci, Cercospora carotae e Xanthomonas campestris pv. carotae.

Os três patógenos que causam a queima-das-folhas podem ser encontrados na mesma planta, e até em uma única lesão.

É difícil determinar o(s) agente(s) causal(is) envolvido(s) pelos sintomas nas folhas, principalmente porque os cultivares reagem de maneira diferenciada ao ataque. A Alternaria dauci produz lesões nas folhas mais velhas e é caracterizada por necrose da borda dos folíolos, enquanto Cercospora carotae produz lesões individualizadas.

Os sintomas produzidos por X. campestris pv. carotae são indistinguíveis dos outros, embora, sob condições de alta umidade, seja comum uma exudação sobre as lesões bacterianas.

As cultivares do grupo "Nantes" são as mais suscetíveis à queima-das-folhas, e por isso necessitam da aplicação preventiva de fungicidas para o controle. As cultivares Brasília, Kuroda e Kuronan e outras adaptadas ao plantio de verão têm um bom nível de resistência a esta doença, praticamente dispensando o controle químico.

As cultivares do grupo Kuroda (Kuroda Nacional, Shin Kuroda, Nova Kuroda, Kuroda) apresentam diferenças entre si quanto à resistência . Portanto, a escolha de uma cultivar deste grupo deve levar em conta a sua procedência.

A cultivar Brasília, em certas condições, pode apresentar alguma suscetibilidade à C. carotae, requerendo algumas pulverizações.

O controle químico, quando os três patógenos estão presentes, deve ser feito com produtos à base de cobre (mais eficientes contra Xanthomonas campestris pv.carotae), intercalados com outros fungicidas ditiocarbamatos que estjam registrados para a cultura da cenoura (Tabela 1).

Podridão das raízes

Em geral é causada pelos fungos Sclerotium rolfsii, Sclerotinia sclerotiorum (Figura 2)ou pela bactéria Erwinia carotovora (Figura 3). As plantas atacadas apresentam crescimento reduzido com as folhas superiores amareladas, as quais tornam-se murchas no horário mais quente do dia.

Fig. 2. Planta atacada por Sclerotium rolfsii

Fig. 3. Raiz atacada por bactéria Erwinia caratovora


Os dois primeiros patógenos produzem podridão mole acompanhada da formação de escleródios e profuso crescimento micelial branco. Os escleródios de Sclerotinia sclerotiorum são de cor preta, irregulares, com até 1 cm de comprimento, e os deSclerotium rolfsii são menores, redondos, assemelhando-se a sementes de mostarda.

A bactéria Erwinia carotovora produz uma podridão mole em pequenas áreas das raízes, que se expandem sob condições de altas temperatura e umidade. As podridões ocorrem no campo quando a umidade do solo é excessiva.

Portanto, é essencial que se cultive a cenoura em solos que não acumulem muita água, que o plantio em época chuvosa seja feito em canteiros mais altos, e que a irrigação seja adequada, evitando-se o excesso de água. O controle químico normalmente não é econômico para nenhum dos três patógenos.

Após a colheita, ocorrem podridões secas e podridões moles, sendo essas últimas as mais importantes. O principal agente das podridões é a bactéria Erwinia carotovora, que causa grandes perdas quando as raízes são colhidas em solos molhados e/ou após a lavadas, as raízes não são adequadamente secas antes de serem embaladas (encaixotadas).


Nematóides

As espécies dos nematóides das galhas Meloidogyne incognita, M. javanica, M. arenariae M. hapla são os mais importantes nos cultivos de cenoura no Brasil. As plantas infectadas mostram crescimento reduzido e amarelecimento nas folhas semelhante ao sintoma de deficiência mineral.

As raízes tornam-se de tamanhos reduzidos com deformações devido a intensa formação de galhas (Figura 4).

Fig. 4. Raízes atacadas por nematóide de galhas  


A rotação de cultura e resistência genética são os principais e mais eficientes métodos de controle dos nematóides. A rotação com plantas do gênero Stylosanthes, Crotalaria e Styzolobium por um período mínimo de 120 dias, reduz a população dos nematóides e melhora as propriedades físicas do solo.

A rotação com tagetes e graminea como milho e sorgo é também utilizada em solos infestados para reduzir a população dos nematóides. Além do uso da rotação de culturas em áreas infestadas, recomenda-se também fazer arações e gradagens profundas em dias secos e quentes, para matar os nematóides por excesso de desidratação e calor.

O uso de cultivares resistentes como Brasília e Alvorada, bem como a aplicação de nematicidas registrados como Carbofuran, são outras medidas de controle dos nematóides que complementam a rotação de culturas.



CANAL DE VÍDEOS AGRÍCOLAS

CANAL DE VÍDEOS AGRÍCOLAS
CLIQUE NA IMAGEM ACIMA E VISITE NOSSO BLOG COM MAIS DE 300 VÍDEOS AGRÍCOLAS DO NOSSO CANAL DO YOUTUBE