google.com, pub-8049697581559549, DIRECT, f08c47fec0942fa0 HORTA E FLORES

quinta-feira, 6 de julho de 2023

Alface: Como comprar, Como conservar, Como consumir

 

Originária da Europa e da Ásia, a alface pertence à família Asterácea, como a alcachofra, o almeirão e a chicória ou escarola. É conhecida desde 500 anos antes de Cristo.

Os teores de nutrientes variam um pouco entre os vários tipos de alface, mas todas fornecem vitaminas A, B1 e B2. A alface roxa destaca-se como fonte de fósforo, ferro e potássio; e a alface lisa, como fonte de potássio.

Juntamente com o tomate, é a hortaliça preferida para saladas por seu sabor agradável e refrescante e facilidade de preparo.

Como comprar

A alface pode ter a folha lisa ou crespa, mais ou menos recortada, com ou sem formação de cabeça. Dependendo da variedade, as folhas são de cor verde, vermelho-escuro, roxo ou verde com manchas roxas. Entre as variedades disponíveis no mercado encontram-se os tipos: lisa, crespa, mimosa, americana, romana e frisée. A alface tipo americana possui as folhas crocantes e forma cabeça arredondada, enquanto a alface romana possui folhas crocantes com nervuras bem salientes e forma cabeça alongada.

Quaisquer das alfaces citadas podem ser cultivadas no solo ou em solução nutritiva (mistura de água e nutrientes). A alface cultivada em solução nutritiva é chamada alface hidropônica.

As folhas de alface devem apresentar aspecto de produto fresco, ou seja, devem ser brilhantes, firmes, sem áreas escuras. Escolha a alface com cuidado pelo seu aspecto, sem amassá-la ou quebrar as folhas.

Em respeito aos outros consumidores, deve-se evitar pegar em todas as unidades expostas na banca.

Quando já picada e embalada ou em saladas prontas, a alface deve obrigatoriamente ser mantida em gôndolas refrigeradas.

Como conservar

Consuma em até 4 dias

A alface é uma das hortaliças que se estragam rapidamente. Fora da geladeira, deve ser mantida com a parte de baixo dentro de uma vasilha com água em local bem fresco, por até um dia. Quando conservada em geladeira, deve ser mantida em saco de plástico ou em uma vasilha de plástico tampada, retirando-se as folhas de acordo com a necessidade, por três dias a quatro dias. Se preferir guardá-la lavada, destaque as folhas, lave-as cuidadosamente, escorra o excesso de água e coloqueas em vasilha de plástico tampada. Quando já picada, deve ser mantida na embalagem original ou em vasilha de plástico tampada. A alface de hidroponia deve ser conservada com as raízes; assim durará por mais tempo.

A alface não tolera congelamento.

Como consumir

A mais tradicional forma de consumir alface é como salada, de preferência combinando alfaces de diferentes cores e texturas, acompanhadas ou não de hortaliças de sabor mais intenso, como rúcula e agrião.

Uma salada bem temperada também pode ser usada no recheio de sanduíches ou misturada a macarrão para obter uma refeição completa, com ou sem adição deingrediente de origem animal, como carne ou frango desfiado, atum, sardinha ou ovos cozidos.

Mas a alface também pode ser cozida, usada em outros tipos de preparo, como gratinados, risotos e refogados.

Nesse caso, dê preferência a variedades de folhas mais grossas e resistentes ao calor, como a alface romana.

Quando for consumi-la crua, devem-se lavar as folhas uma por uma em água corrente e depois deixá-las de molho em solução de sanitizantes à base de cloro próprios para hortaliças. Em seguida, as folhas devem ser enxaguadas com água filtrada.

Dicas

Corte a alface romana em duas ou quatro partes no sentido longitudinal, unte as folhas externas com azeite e grelhe-as na churrasqueira até que comecem a murchar. Sirva como acompanhamento.

Preferencialmente, sirva a alface separada do molho da salada, porque assim as sobras de alface poderão ser guardadas e usadas em outros pratos.


RECEITAS

Trouxinha de alface

Ingredientes

• 4 folhas de alface grandes lavadas

• 1 xícara (chá) de arroz cozido

• 1 xícara (chá) de carne moída temperada e refogada

• 1 xícara (chá) de milho cozido (ou palmito, ou ervilha)

• 1 colher (sopa) de azeitonas picadas

• 2 colheres de margarina

Modo de fazer

1. Misture o arroz, a carne moída e as azeitonas. Reserve.

2. Coloque a margarina numa frigideira, leve ao fogo e deixe derreter. Tire a frigideira do fogo, passe uma por uma as folhas de alface na margarina simplesmente para murchá-las levemente.

Cuidado para não deixar a alface por muito tempo na frigideira quente, pois murchará demais.

3. Abra cada folha de alface e coloque o recheio, junte as pontas da folha e prenda com palito de dente.

Tempo de preparo e cozimento: 20 minutos

Rendimento: 4 porções

Sugestão Sirva acompanhada de arroz.

Molho para salada de alface

Ingredientes

• 4 dentes de alho amassados

• 1 xícara (café) de vinagre

• Suco de 1 limão

• 1 colher (sopa) de azeite de oliva

• 1 colher (sopa) de mostarda em pasta

• Sal e orégano a gosto.

Modo de fazer

1. Misturar todos os ingredientes e servir.

Tempo de preparo: 20 minutos

Rendimento: 1 xícara

Sugestão Pode-se usar vinagre de vinho ou de maçã.



sábado, 13 de maio de 2023

Cultura do Morango

 

A Embrapa Uva e Vinho, em cumprimento de sua missão institucional e em consonância com as ações de transferência tecnológica da Empresa, vem disponibilizando, desde 2003, informações sistematizadas e atualizadas sobre produtos e processos relativos à cadeia produtiva da uva, do vinho e das frutas de clima temperado. Estas informações, denominadas de Sistemas de Produção, têm por objetivo facilitar o acesso do usuário às orientações técnicas que a Embrapa produz, organiza, valida e oferece para que produtores, técnicos, industriais e comerciantes obtenham a máxima qualidade e rentabilidade de sua atividade produtiva.

Reconhecidamente uma das espécies de maior sensibilidade a pragas e doenças, o morango é altamente exigente em práticas culturais desde o plantio até a pós-colheita. Esta sensibilidade faz com que produtores apliquem agroquímicos de forma muito intensa, frequentemente sem os necessários critérios técnicos. Estas atitudes, embora possam permitir obter frutas de boa aparência, podem limitar o mercado pela presença de resíduos, além dos danos ao ambiente e a saúde do produtor e do consumidor. Desta forma, surgem opções de sistemas alternativos de produção, como é o caso do sistema semi-hidropônico e a produção orgânica. É, portanto, uma alternativa importante de diversificação na propriedade, para a qual devem-se seguir estritamente as orientações técnicas com o intuito de obter-se um produto de qualidade e em acordo com a legislação vigente, bem como atendendo aos requisitos de um mercado sempre mais exigente.

A definição do estado da arte do Sistema de Produção de Morangos Semi-Hidropônicos é resultante de uma parceria muito efetiva entre pesquisadores, técnicos e produtores. Por esta razão, manifestamos nossos agradecimentos ao Sr. José Pasa, pelo fornecimento das mudas para a execução dos experimentos e aos Srs. Arlindo Calgaro, Mário Calvino Palombini e Gelso Colombo, pelo apoio na elaboração e execução das pesquisas para aprimoramento do presente sistema de produção.

Estamos certos de que, ao serem apresentadas estas orientações técnicas, produtores experientes podem aprimorar seu sistema de produção. Por outro lado, novos produtores poderão ingressar na atividade com um suporte técnico que possibilitará avançar com maior rapidez na busca de um produto de alto padrão de qualidade.

O morangueiro é uma planta herbácea estolonífera, perene, com caule semi-subterrâneo, conhecido como coroa (caule modificado). A coroa apresenta um tecido condutor periférico em espiral nos dois sentidos unido às folhas. A medula é proeminente e muito suscetível às geadas. Na medida que a coroa envelhece pode originar de 8 a 10 novas coroas laterais.

As folhas se originam da coroa de forma helicoidal com forma e cor variando conforme a cultivar. Em geral, são trifoliadas com um par de estípulas triangulares na base, às vezes, apresentam um par de pequenos folíolos abaixo dos normais. Os folíolos são dentados, de cor verde escuro na face superior e acinzentada e pilosa na face inferior. As folhas têm 300 a 400 estômatos/mm², um número bem maior que os de outras culturas, como por exemplo, da macieira, que possui 246 estômatos/mm². Esta característica faz com que a cultura seja muito sensível à falta de água, baixa umidade relativa, alta temperatura e intensidade e duração da luz.

O morangueiro possui estolões ou caules que se desenvolvem a partir das gemas basais das folhas, crescem sobre a superfície do solo e têm a capacidade de emitir raízes e dar origem a novas plantas.

O pedúnculo floral é ereto, curvando-se após a polinização.

As flores são hermafroditas e hemicíclicas. O cálice é formado por brácteas unidas na base. As pétalas são livres, lobuladas, brancas ou avermelhadas, dispostas ao redor do receptáculo proeminente o qual, após a fecundação dos pistilos, se transforma no "morango". Desta forma, os "morangos" são frutos falsos, sobre os quais se encontram os aquênios, que são os frutos verdadeiros. Os estames, em número superior a 20 são numerosos e estão localizados ao redor do receptáculo. Os estames possuem filamentos longos ou curtos, que podem apresentar anteras férteis ou estéreis. Os pistilos são numerosos (entre 200 e 400), têm ovário com um só óvulo e dispostos em forma de espiral.

As raízes originam-se das coroas na forma de um sistema fasciculado, crescem principalmente nas épocas de dias curtos (<12 horas de luz), no outono e no início do inverno, sendo, neste caso, necessário utilizar cobertura plástica para elevar a temperatura do solo, condição que favorece o crescimento radicular.

A cultura responde de forma diferente às combinações de temperatura e de comprimento do dia. Assim, a formação de estolões e o desenvolvimento de folhas são favorecidos sob condições de dias longos e temperatura elevada. A indução floral ocorre com temperatura baixa e dias curtos e a frutificação, em dias longos e temperaturas amenas.

O morangueiro é cultivado, no Brasil, em várias formas: no solo, com ou sem cobertura plástica, em túneis baixos ou em estufas, ou no sistema hidropônico, com ou sem substrato. O sistema hidropônico conduzido em substrato é conhecido no país como semi-hidropônico.

A cultura é desenvolvida, em grande parte, por agricultores familiares que possuem áreas de cultivo pequenas. Visto que, para estabelecer culturas sucessivas é recomendado fazer rotação de culturas, para evitar o aumento da incidência de podridões de raízes e do colo por fungos, e pela crescente conscientização do produtor em relação ao risco do uso de agrotóxicos, os produtores de morango têm procurado novas maneiras para dar continuidade às suas atividades.

Uma alternativa para contornar esse problema é produzir morangos em ambiente protegido onde é limitado o ataque de pragas e doenças da parte aérea. Neste caso, o morango é produzido em substrato artificial sem contaminação por fungos fitopatogênicos e com fertirrigação (sistema semi-hidropônico). Esta alternativa é de grande importância para os produtores, pois assegura a rentabilidade da atividade reduzindo a demanda de agrotóxicos na cultura. O cultivo protegido também evita a ocorrência de chuvas, geadas e, em locais com invernos mais rigorosos, da neve, sobre as plantas.




quinta-feira, 16 de março de 2023

Alcachofra, como comprar, conservar e consumir

 

A alcachofra é uma hortaliça para paladares refinados, trazida para o Brasil pelos italianos. Pertencente à família Asterácea, a mesma da alface, chicória e girassol, é nativa da região mediterrânea e cultivada como planta perene. Consome-se o botão floral, formado por um conjunto de escamas e uma base carnosa de onde saem as escamas. A alcachofra é fonte de vitamina C, ácido fólico e de sais minerais como magnésio e potássio. Possui poucas calorias

Como comprar

Há diferentes formas de botões, desde os compridos e pontudos, até aqueles com extremidade redonda ou quase achatada. Os dois grupos principais são os de botões verdes e os de botões arroxeados. No presente texto, somente a alcachofra de botões arroxeados será considerada, por ser o tipo em geral encontrado no mercado brasileiro.

Os botões devem estar bem fechados, com as escamas bem aderidas e com a tonalidade roxo escuro na ponta e verde na base. Quando a cor roxa começa a ficar mais clara, as escamas ficam fibrosas e de baixa qualidade e ocorre o afrouxamento das mesmas. Evite alcachofras com talos murchos, com áreas machucadas que se tornam escuras ou com mofo. A alcachofra é muito sensível ao manuseio, portanto escolha-as com cuidado sem machucá-las.

Como conservar

A alcachofra pode ser refrigerada, mantendo a aparência de produto fresco por até quatro dias, desde que sejaacondicionada dentro de sacos de plásticos. Pode ser guardada até na parte superior da geladeira, pois tolera temperaturas

baixas.  Os botões não devem ser lavados antes de colocados na geladeira. Para congelar a alcachofra lave-as bem, corte o talo rente à base e apare cerca de 2 cm da ponta das escamas. Coloque em vasilha ou saco de plástico e leve ao congelador. A alcachofra pode ser mantida congelada por até 3 meses.

Como consumir

A alcachofra é uma excelente entrada, acompanhada de molhos de queijo, manteiga ou vinagrete. Serve de recheio, base para molho ou preparo de massas. É usada como guarnição para acompanhar carne, frango ou peixe. Também pode ser utilizada como sobremesa.

Com uma faca afiada corte o talo próximo à base, e descarte as pontas das escamas. Até prepará-la, mantenha-a em água com limão ou vinagre para que não perca a cor natural.

As flores bem pequenas podem ser servidas cozidas inteiras ou cortadas em fatias bem finas. Quando as flores são maiores, a maneira tradicional de preparo é o cozimento em água com sal e suco de limão. Este cozimento deve ser feito por cerca de 30 minutos, ou até que as escamas se soltem com facilidade. Para consumi-la, serve-se a flor inteira, suga-se a seiva das escamas uma a uma, depois de passá-las no molho de vinagrete ou outro molho de acordo com a preferência. Depois de tirar todas as escamas tem-se o fundo ou coração. Esta parte, de textura bastante tenra também é consumido, da mesma maneira que as escamas, ou seja, com o molho de sua preferência. O fundo também pode ser usado sozinho, para preparar diferentes pratos como pastas, massas, acompanhamento de carnes diversas.

Para descongelar a alcachofra deixe-a na parte baixa da geladeira de um dia para o outro ou por quatro horas à temperatura ambiente, antes do preparo do prato. Em seguida, cozinhe-a em água fervente com sal e algumas gotas de limão, com a ponta das escamas para cima.

Alcachofra com molho holândes

Tempo de preparo : 1 hora e 40 MIN / Rendimento : 4 porções

Ingredientes

4 alcachofras

3 gemas

Suco de 1 ½ limão

½ xícara (chá) de manteiga

Sal a gosto

Como Fazer

1.Com uma tesoura, corte a base e a ponta das folhas. Passe suco de limão nas áreas cortadas para evitar seu escurecimento.

2.Retire as folhas soltas da base. Cozinhe a alcachofra, com as pontas das folhas para cima, numa panela com água fervente temperada com sal e algumas gotas de limão.

3.Deixe cozinhar em panela tampada até as folhas ficarem macias e se destacarem facilmente.

4.Retire o centro da alcachofra e recheie com o molho holandês. 

Como fazer o molho holandês:

1.Misture bem as gemas ao suco de limão, formando um creme.

2.Coloque o creme numa panela e leve para cozinhar em banho maria em água em ponto de ebulição.

3.Adicione um pouco da manteiga e misture bem até derreter.

4.Junte o restante da manteiga e bata até engrossar, acrescente sal a gosto e retire do fogo. Em seguida, coloque o creme no centro das alcachofras. Sirva bem quente.

Sugestão: pode ser servido com outro molho, ou simplesmente com manteiga derretida e salpicado com queijo ralado.

Alcachofra com palmito

Tempo de preparo : 2 horas e 30 MIN / Rendimento : 4 porções

Ingredientes

8 alcachofras

½ xícara (chá) de azeite

1/3 xícara (chá) de suco de limão

1 colher (sobremesa) de açúcar

½ colher (chá) de mostarda

½ colher (chá) de manjericão seco

1 dente de alho pequeno picado bem miúdo

250 g de palmito cortado em fatias

1 colher (sopa) de pimentão vermelho picado

Sal e pimenta a gosto.

Como Fazer

1.Cozinhe as alcachofras e escorra-as bem; retire a parte fibrosa e utilize o fundo da alcachofra cortando-o em pedaços.

2.Numa tigela grande, misture o óleo, o suco de limão, o açúcar, o sal, a pimenta, a mostarda, o manjericão e o alho.

3.Adicione os fundos de alcachofra, as fatias de cogumelo e o pimentão picado e misture bem. Cubra e leve à geladeira, mexendo ocasionalmente. Sirva depois de pelo menos 2 horas.

Sugestão: o palmito pode ser substituído por batata.

Alcachofra com recheio de atum

Tempo de preparo : 2 horas e 30 MIN / Rendimento : 2 porções

Ingredientes

2 alcachofras grandes

½ xícara (chá) de vinagre

1 litro de água

Recheio

1 lata de atum

½ xícara (chá) de maionese

1 colher (sopa) de cebola ralada

½ xícara (chá) de cebolinha

1 colher (chá) de mostarda

Sal e pimenta a gosto.

Como Fazer

1.Lave as alcachofras, corte as pontas de todas as folhas e coloque-as numa vasilha.

Cubra-as completamente com uma mistura de 1 litro de água para ½ xícara (chá) de vinagre e deixe-as de molho por 10 minutos.

2.Retire-as da mistura de água com vinagre e coloque-as com a ponta do cabo para cima, em uma panela cheia de água e deixe cozinhar até que fiquem macias.

3.Após o cozimento, retire-as e escorra-as em uma peneira ou escorredor.

4.Retire os centros das alcachofras e preserve as folhas laterais.

5.Abra delicadamente as folhas e distribua o recheio de atum no centro.

6.Coloque as alcachofras em uma panela, junte um copo (tipo americano) de água ao recheio que sobrou e regue as alcachofras. Tampe e cozinhe por alguns minutos.

Sugestão: O recheio de atum pode ser substituído por creme de queijo ou de alho e óleo.

Dicas

Temperos que combinam com a alcachofra: alho, tomilho, sal, limão, louro, pimenta-do-reino, manjericão, mostarda, vinagre de maçã.

• A água de cozimento da alcachofra pode ser aproveitada no preparo de sopas, cozidos e caldos.



sexta-feira, 3 de março de 2023

Doenças da Cenoura

 

Estão registradas no Brasil mais de quinze doenças de cenoura, causadas por fungos, vírus, bactérias e nematóides. Destas, um número relativamente pequeno é responsável pela maior parte dos danos ocorridos na cultura.

O controle destas enfermidades tem sido feito através do uso de cultivares resistentes e/ou fungicidas, bem como pelo emprego correto das práticas culturais.

Podridão de pré e pós-emergência

Dentre os vários patógenos envolvidos na ocorrência de podridões em cenoura tem-se: Alternaria dauci, Alternaria radicina, Pythium sp., Rhizoctonia solani e Xanthomonas campestris pv. carotae. A podridão de pré-emergência resulta em falhas no estande.

Na podridão de pós-emergência, também chamada de tombamento, as plântulas apresentam um encharcamento na região do hipocótilo rente ao solo, provocando reboleiras de plantas tombadas ou mortas. O controle só é eficiente quando se utilizam sementes de boa qualidade, rotação de cultura, adequada profundidade de plantio e manejo adequado de água.

Queima-das-folhas

É a doença mais comum da cenoura. É causada por Alternaria dauci, Cercospora carotae e Xanthomonas campestris pv. carotae. Caracteriza-se principalmente por uma necrose das folhas (Figura 1) que, dependendo do nível de ataque pode causar a completa desfolha da planta e, consequentemente, resultar em raízes de tamanho pequeno.

Fig. 1. Queima das folhas, causada por Alternaria dauci, Cercospora carotae e Xanthomonas campestris pv. carotae.

Os três patógenos que causam a queima-das-folhas podem ser encontrados na mesma planta, e até em uma única lesão.

É difícil determinar o(s) agente(s) causal(is) envolvido(s) pelos sintomas nas folhas, principalmente porque os cultivares reagem de maneira diferenciada ao ataque. A Alternaria dauci produz lesões nas folhas mais velhas e é caracterizada por necrose da borda dos folíolos, enquanto Cercospora carotae produz lesões individualizadas.

Os sintomas produzidos por X. campestris pv. carotae são indistinguíveis dos outros, embora, sob condições de alta umidade, seja comum uma exudação sobre as lesões bacterianas.

As cultivares do grupo "Nantes" são as mais suscetíveis à queima-das-folhas, e por isso necessitam da aplicação preventiva de fungicidas para o controle. As cultivares Brasília, Kuroda e Kuronan e outras adaptadas ao plantio de verão têm um bom nível de resistência a esta doença, praticamente dispensando o controle químico.

As cultivares do grupo Kuroda (Kuroda Nacional, Shin Kuroda, Nova Kuroda, Kuroda) apresentam diferenças entre si quanto à resistência . Portanto, a escolha de uma cultivar deste grupo deve levar em conta a sua procedência.

A cultivar Brasília, em certas condições, pode apresentar alguma suscetibilidade à C. carotae, requerendo algumas pulverizações.

O controle químico, quando os três patógenos estão presentes, deve ser feito com produtos à base de cobre (mais eficientes contra Xanthomonas campestris pv.carotae), intercalados com outros fungicidas ditiocarbamatos que estjam registrados para a cultura da cenoura (Tabela 1).

Podridão das raízes

Em geral é causada pelos fungos Sclerotium rolfsii, Sclerotinia sclerotiorum (Figura 2)ou pela bactéria Erwinia carotovora (Figura 3). As plantas atacadas apresentam crescimento reduzido com as folhas superiores amareladas, as quais tornam-se murchas no horário mais quente do dia.

Fig. 2. Planta atacada por Sclerotium rolfsii

Fig. 3. Raiz atacada por bactéria Erwinia caratovora


Os dois primeiros patógenos produzem podridão mole acompanhada da formação de escleródios e profuso crescimento micelial branco. Os escleródios de Sclerotinia sclerotiorum são de cor preta, irregulares, com até 1 cm de comprimento, e os deSclerotium rolfsii são menores, redondos, assemelhando-se a sementes de mostarda.

A bactéria Erwinia carotovora produz uma podridão mole em pequenas áreas das raízes, que se expandem sob condições de altas temperatura e umidade. As podridões ocorrem no campo quando a umidade do solo é excessiva.

Portanto, é essencial que se cultive a cenoura em solos que não acumulem muita água, que o plantio em época chuvosa seja feito em canteiros mais altos, e que a irrigação seja adequada, evitando-se o excesso de água. O controle químico normalmente não é econômico para nenhum dos três patógenos.

Após a colheita, ocorrem podridões secas e podridões moles, sendo essas últimas as mais importantes. O principal agente das podridões é a bactéria Erwinia carotovora, que causa grandes perdas quando as raízes são colhidas em solos molhados e/ou após a lavadas, as raízes não são adequadamente secas antes de serem embaladas (encaixotadas).


Nematóides

As espécies dos nematóides das galhas Meloidogyne incognita, M. javanica, M. arenariae M. hapla são os mais importantes nos cultivos de cenoura no Brasil. As plantas infectadas mostram crescimento reduzido e amarelecimento nas folhas semelhante ao sintoma de deficiência mineral.

As raízes tornam-se de tamanhos reduzidos com deformações devido a intensa formação de galhas (Figura 4).

Fig. 4. Raízes atacadas por nematóide de galhas  


A rotação de cultura e resistência genética são os principais e mais eficientes métodos de controle dos nematóides. A rotação com plantas do gênero Stylosanthes, Crotalaria e Styzolobium por um período mínimo de 120 dias, reduz a população dos nematóides e melhora as propriedades físicas do solo.

A rotação com tagetes e graminea como milho e sorgo é também utilizada em solos infestados para reduzir a população dos nematóides. Além do uso da rotação de culturas em áreas infestadas, recomenda-se também fazer arações e gradagens profundas em dias secos e quentes, para matar os nematóides por excesso de desidratação e calor.

O uso de cultivares resistentes como Brasília e Alvorada, bem como a aplicação de nematicidas registrados como Carbofuran, são outras medidas de controle dos nematóides que complementam a rotação de culturas.



sexta-feira, 16 de dezembro de 2022

Plantas daninhas e seu controle na Cenoura

 

Plantas daninhas

Muitas plantas daninhas causam dano econômico à cultura da cenoura.

Essa cultura tem demorado estabelecimento de plantas, e com isso, nos primeiros 40-50 dias após a semeadura, é preciso intensificar o controle de plantas daninhas para que não ocorra redução da produtividade dessa cultura. O mato compete por luz, água, nutrientes, espaço e é hospedeira de doenças como os nematoides das galhas. Por isso, a lavoura deverá ser mantida livre dos mesmos para o bom desenvolvimento e satisfatória produtividade de raízes comerciais. Muitas plantas daninhas são problemas sérios na cultura da cenoura. Por exemplo, a tiririca (Cyperus rotundus) é de difícil controle com herbicidas e o controle manual, além de ineficiente, danifica a lavoura, pois a retirada das mesmas acaba arrancando também as plantas de cenoura. Outras de folhas estreitas, a exemplo das gramíneas como capim pé-de-galinha (Eleusine indica) ou marmelada (Braquiaria plantagienea) também são problemas sérios, mas podem ser controlados com herbicidas registrados para a cultura da cenoura. Folhas largas também são problema, entre eles corda-de-viola (Ipomoea spp.), trapoeraba (Commelina benghalensis L), trevo [(Oxalis latifólia Kunth) Figura 8]. No entanto, o controle integrado aliado a técnicas adequadas de manejo, podem ajudar a manter a lavoura no limpo no período mais crítico do desenvolvimento.

Plantas daninhas em competição com cenoura.

O manejo mais comum na eliminação de plantas daninhas em cenoura consiste na aplicação de herbicidas para o controle das mesmas. A segunda opção é a catação manual do mato, no entanto, é uma prática onerosa e de pouco rendimento operacional. A retirada manual do mato é uma técnica eficiente, mas pouco produtiva. Esse processo aliado à escassez de mão de obra, bem como o baixo rendimento, faz com que poucos produtores adotem essa medida. É utilizada normalmente em pequenas hortas domésticas, produtores em cultivos orgânicos ou em projetos sociais.

A tarefa consiste em passar quantas vezes for necessário, retirando as plantas daninhas dos canteiros mantendo-os limpos, geralmente até os 40 - 50 dias após a semeadura. A capina mecânica utilizando enxada ou capinadeiras acopladas a trator não é normalmente utilizado, exceto na eliminação de plantas daninhas entre canteiros.

Solarização

Em sistemas de cultivo orgânico uma técnica eficiente no controlo do mato consiste na solarização da área antes da semeadura da cenoura 

Nessa técnica, os canteiros são levantados e realiza-se uma irrigação suficiente para estimular a germinação da maioria das sementes das plantas daninhas. Em seguida, coloca-se um filme plástico utilizado em estufas, de 100 mícrons - 150 mícrons. Esse filme precisa ser transparente para permitir a passagem da luz solar que induzirá a germinação da sementeira.

Geralmente deixa-se esse plástico por um período entre 10 - 20 dias, tempo suficiente para indução da germinação das plantas daninhas até a morte das mesmas. Em seguida efetua-se a semeadura da cenoura, com redução significativa do banco de sementes de plantas daninhas presentes no solo, facilitando assim, a catação manual do mato.

Sistema de solarização utilizado em cenoura para redução da infestação das plantas daninhas.

Controle quimico

Em sistemas de produção de larga escala o processo predominante de controle das plantas daninhas é o químico. Existem poucos produtos registrados para controle de mato em cenoura. Mesmo assim, os poucos produtos existentes não são utilizados de forma correta, muitas vezes por crendices, o que não potencializa a utilização desses produtos como ferramenta no controle do mato. Os produtos registrados para o controle de plantas daninhas em cenoura podem ser acessados no sistema Agrofit do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (Tabela 2).

A escolha do melhor herbicida, bem como do momento da aplicação, depende de vários fatores, conhecimento do produto a ser aplicado, estádio de desenvolvimento das plantas de cenoura, bem como do conhecimento da comunidade infestante e de fatores ambientais como umidade do solo e do ar, temperatura, ventos e luminosidade. É importante que o produtor procure orientação de um profissional capacitado e experiente para ajudálo na utilização dos herbicidas, evitando assim riscos de contaminação ao aplicador, ao ambiente, bem como contaminação residual no alimento colhido. É importante ler a bula de cada produto e seguir rigorosamente o que está escrito na mesma.





sábado, 5 de novembro de 2022

Plantio orgânico da Beterraba

 

Plantio orgânico da Beterraba

Plantio de beterraba orgânica é sensível à acidez do solo, desenvolvendo-se melhor em pH entre 6,0 e 7,5. O solo deve estar bem drenado, fértil e rico em matéria orgânica. Uma dica que dou é que beterraba cresce melhor com solo rico em boro.

A beterraba (Beta vulgaris), planta originária da Europa, pertence à família das chenopodiaceae, assim como a acelga e o espinafre. A parte comestível é uma raiz tuberosa que possui uma típica coloração vermelho-escuro devido ao pigmento antocianina, que também ocorre nas nervuras e no pecíolo das folhas. Além do açúcar, a beterraba apresenta valor nutricional muito rico em vitaminas do complexo B e sais minerais como ferro, cobre, sódio, potássio e zinco. É recomendada para tratamento de anemia, prisão de ventre e problemas de rins. Por ser consumida na forma de salada crua e também cozida, o cultivo orgânico de beterraba (sem agroquímicos) é fundamental para garantir a saúde do agricultor, consumidor e meio ambiente. Pesquisa da Agência Nacional de Vigilância Sanitária – Anvisa, com 21 espécies de frutas e hortaliças no Brasil, revelou que, das 3.130 amostras coletadas em 2009, 29% apresentaram resultados insatisfatórios,ou seja,com resíduos de agrotóxicos, especialmente, os não autorizados para a cultura. A beterraba foi uma das mais contaminadas por agrotóxicos, apresentando 32% das amostras com resíduos de agrotóxicos. Considerando que a beterraba, praticamente, não tem problemas com pragas e doenças, estes resultados são muito preocupantes e, mostram que a aplicação dos agrotóxicos, além de desnecessários, aumentam o custo e, o que é pior, não são autorizados para a cultura, aumentando o risco tanto para a saúde dos trabalhadores rurais como dos consumidores, além de contaminar o meio ambiente.


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quinta-feira, 11 de agosto de 2022

Cultivo da Couve-Rábano

 

A couve-rabano pertence à família das Brassicaceae, à espécie Brassica oleracea / e à sub-espécie caulorapa  gongylodes.

Encontramos também na espécie Brassica oleracea o brócolis, o repolho, a couve-de-bruxelas, a couve-manteiga, a couve-flor e a couve-de-milão.

A couve-rábano é uma planta bianual cultivada pela sua cabeça que é a maior parte do próprio talo.

Ela produz pouca folha, a sua polpa é branca e mais macia. Existem diferentes variedades que se destacam pelo tamanho, forma e cor das cabeças. Existem variedades precoces e outras de conservação.

f1 Brassica oleracea Grupo Gongylodes ou Brassica oleracea variedade gongylodes

As couves-rábanos são um grupo de cultivares de couve em que ocorre um espessamento do caule. Estes são colhidos quando ainda estão tenros, sendo consumidos principalmente cozidos. Há cultivares com caules brancos (verde-claros) e roxos.

Clima

A couve-rábano é uma hortaliça de clima ameno ou frio, crescendo melhor em temperaturas entre 18°C e 25°C. A planta pode suportar baixas temperaturas, mas também pode florescer precocemente se a temperatura ficar abaixo de 10°C.

Luminosidade

A couve-rábano necessita de boa luminosidade, com luz solar direta pelo menos algumas horas por dia.

f1 A couve-rábano é cultivada principalmente para o consumo de seu caule arredondado

Solo

Plante em solo bem drenado, fértil, rico em matéria orgânica. O pH ideal do solo está entre 6,5 e 7,5.

Irrigação

A horta deve ser irrigada de forma a manter o solo úmido, sem que fique encharcado. A couve-rábano, quando já bem desenvolvida, é mais tolerante a falta de água do que outras couves.

Mudas de couve-rábano

Plantio

Semeie as sementes diretamente no local definitivo na horta. Também podem ser semeadas em sementeiras e transplantadas quando as mudas têm de 3 cm a no máximo 5 cm de altura, com duas folhas definitivas. Contudo, as mudas de couve-rábano são bastante sensíveis ao transplante, assim é necessário tomar cuidado ao manuseá-las e transplantar preferencialmente no fim da tarde ou em dias nublados.

A couve-rábano também pode ser cultivada com facilidade em vasos e jardineiras.

f2 Horta com couves-rábano

Tratos culturais

Ervas invasoras devem ser retiradas com cuidado para não danificar as raízes da couve-rábano, pois o sistema radicular desta é relativamente pouco profundo.

f3 A couve-rábano pode ser colhida cerca de dois meses após o plantio, quando cultivada em condições ideais


Colheita

A colheita da couve-rábano ou couve-nabo ocorre de 40 a 65 dias após a semeadura, variando conforme a cultivar plantada e as condições de cultivo. As folhas da couve-rábano também podem ser consumidas.

A colheita das cultivares tradicionais deve ser realizada antes que os caules globulares ultrapassem a cerca de 8 cm de diâmetro, pois eles começam a se tornar lenhosos quando crescem acima deste tamanho. Algumas cultivares modernas permanecem tenras quando ficam maiores.


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