google.com, pub-8049697581559549, DIRECT, f08c47fec0942fa0 HORTA E FLORES: agosto 2016

domingo, 21 de agosto de 2016

Cultivo de Batata Orgânica

Alguns produtos agrícolas são severamente castigados pela mídia como sendo a fonte de toda contaminação por agrotóxicos ingeridos pela população. Talvez este seja um dos fatores que impedem um consumo maior de frutas, legumes e verduras. Certamente os cultivos feitos por produtores conscientes, assessorado por técnicos responsáveis, os produtos que são colocados no mercado estão dentro dos padrões exigidos mundialmente. Para comprovar este fato, pesquisas recentes têm mostrado um grande passo na redução dos resíduos de agrotóxicos contidos nos produtos amostrados nos grandes mercados do país. Entre os produtos de destaque, a batata.
Admitindo que os produtos agrícolas do nosso mercado estejam dentro das especificações exigidas em níveis de contaminação por agroquímicos, existe o consumidor de produto orgânico que não abre mão de consumir produtos certificados que não tiveram nenhum tipo de aplicação de fertilizantes, inseticidas, herbicidas ou qualquer outro produto químico no processo de produção. Não são tão exigentes quanto ao padrão e reconhecem que em determinadas épocas do ano a qualidade diminui, mesmo assim continuam a consumir. Mesmo com o preço bem mais alto que os produtos convencionais este tipo de consumidor é fiel.
Quando falamos de cultivo de batata sem fertilizantes químicos, sem inseticidas e fungicidas que são utilizados para a cultura, há sempre a questão, é possível?
É bem claro que ainda não temos um “pacote” pronto para a produção de batata orgânica, mas é possível produzir de maneira satisfatória com que temos disponível no mercado. Além dos insumos, adubos orgânicos e sementes o conhecimento da cultura é indispensável para ter sucesso nesta atividade. A agricultura orgânica exige muito mais cuidados e aplicação do conhecimento que os cultivos convencionais. Conhecer a fisiologia da cultura, bem como saber as diferentes características de cada variedade a ser plantada é fundamental para uma boa produção.
Antes de iniciar nesta atividade é preciso entrar em contato com órgãos certificadores de orgânicos, pois, para obtenção de um certificado é preciso cumprir uma série de exigências, que vão desde o histórico da área até uma lista de produtos que possuem selo ou aprovação para seu uso nesta atividade. Outro ponto importante, ou melhor, imprescindível é contatar empresas que possam comprar o produto, estipular o padrão de classificação e se possível estabelecer um preço, mesmo antes da colheita. Não podemos esquecer que todo mercado funciona da mesma maneira, lei da oferta e procura. Certamente no mercado de orgânicos a batata juntamente com outros produtos tem sempre uma procura maior que a oferta.
Depois de resolvido o grande dilema da comercialização e certificação, é o momento de organizar e planejar a produção.
Como já mencionado, conhecer a variedade que vamos trabalhar é vital para o sucesso do nosso empreendimento. Mesmo no cultivo convencional é comum ter lavouras com grandes frustrações por manejar erradamente a variedade. Sempre digo que mudar de variedade de batata é como mudar de espécie botânica.
Variedades para cultivo orgânico deve ter certas características como segue, ser precoce na tuberização, ter um sistema radicular bem desenvolvido, maior tolerância possível a requeima (P. infestans) e alternaria. Estes são itens básicos, mas outras características também são sempre bem-vindas. Não ser tão atrativa a insetos, ter resistência a viroses, boa aparência dos tubérculos e boas qualidades culinárias. Certamente estas características todo bom produtor procura, entretanto no cultivo orgânico não temos a possibilidade de recorrer aos inúmeros fungicidas e inseticidas que existe no mercado para literalmente “salvar a lavoura”.
As variedades brasileiras oriundas de vários programas de melhoramento genético nacional são as mais indicadas. Mas é possível encontrar produtores orgânicos plantando variedades importadas (Monalisa, Baraka, Caesar, Cupido, Ágata) com diferentes resultados, mas certamente sem ter muita idéia do que vai produzir. Se o plantio é feito em época que há chances da ocorrência de requeima, certamente as chances de perder toda a lavoura são grandes, e isto ás vezes ocorre.
As variedades que tem se mostrado bons resultados no cultivo orgânicos são: BRS Ana, Cristal, Camila, Eliza da EMBRAPA, Itararé, Aracy do Instituto Agronômico de Campinas. Todos estes materiais tive a oportunidade de acompanhar em cultivo orgânico, muitas com testemunha de variedades importadas. Todas estas variedades possuem um potencial para atingir acima de 27.000 kg/há.

Originária da América do Sul, a batata (Solanum tuberosum L.) está disseminada na maioria dos países do mundo; pertence à família das solanáceas, assim como o tomate, pimentão, berinjela e fumo e, caracteriza-se pela formação de caule subterrâneo intumescido, onde se acumulam reservas, denominado tubérculo (parte comestível). A batata, denominada erroneamente de "batata-inglesa", é um dos poucos alimentos capazes de nutrir a crescente população mundial, não apenas como energético, mas também como fonte de proteínas, vitaminas e sais minerais. É boa fonte de vitamina C e do complexo B, além de ser rica em potássio, com bons teores de fósforo e magnésio e razoável fonte de ferro. O baixo conteúdo de sódio a credencia para dietas que exigem baixo teor de sal. As diversas formas de apresentação tornam a batata um dos produtos mais utilizados na cozinha em todo o mundo, como fritas, saladas, purê, cozidas e assadas. A praticidade e a versatilidade culinária da batata evidenciam também a potencialidade para o investimento e desenvolvimento de produtos industrializados, com níveis de produção e consumo ainda muito baixos no Brasil, mas com boas perspectivas de mercado. A cultura apresenta maior destaque no Sudeste e Sul do país, em função das condições de clima mais favoráveis e do hábito alimentar dos habitantes, em sua maioria descendentes de europeus.
   O cultivo orgânico é uma boa opção de renda aos produtores, pois além de agregar maior valor aos produtos através do sistema de produção, reduz o custo de produção com insumos que podem ser preparados na propriedade, proporcionando maior autonomia do produtor que, por sua vez, não fica dependente de insumos importados cada vez mais caros. É importante destacar que no período de 12 meses (junho/2007 a maio/2008), os fertilizantes e os agrotóxicos que o Brasil importa em sua grande maioria (cerca de 70%), tiveram um aumento de 120 e 70%, respectivamente. Por ser uma das hortaliças que mais utiliza agrotóxicos, o cultivo orgânico é essencial para garantir a saúde do produtor, consumidor e meio ambiente.

Recomendações técnicas

Escolha correta da área e análise do solo: sempre que possível escolher áreas não cultivadas nos últimos três anos com batata e outras espécies da mesma família botânica. Solos contaminados com murchadeira e fusariose, doenças causadas por bactéria e fungo, respectivamente, não devem ser utilizados. Solos mal drenados, argilosos, pouco ensolarados e locais sujeitos a neblinas devem ser evitados. A análise do solo com antecedência é essencial para se fazer a recomendação adequada de adubação e correção da acidez. O excesso de calcário eleva o pH do solo que favorece a sarna comum, doença que contamina os tubérculos e o solo. O excesso ou a deficiência nutricional favorecem as doenças foliares e afeta a qualidade dos tubérculos.

.Uso de batata-semente de boa qualidade: 
o emprego de "semente" contaminada por viroses (doenças que causam a degeneração), sem brotação ou com brotação excessiva e/ou esgotada, leva ao fracasso da lavoura. O plantio de batata-semente em dormência, origina lavoura desuniformes e de fraco desenvolvimento. A aquisição da "semente" com antecedência, caso não esteja brotada, guardando-a em local protegido de pulgões para que a brotação ocorra naturalmente, é o ideal. A aquisição de algumas caixas de batata-semente de boa qualidade (certificada, registrada ou básica), multiplicando-a em área isolada sem problemas de doenças, no plantio de inverno/primavera, visando a produção de "semente" própria para o plantio de batata consumo no outono, no Litoral Catarinense, é uma boa alternativa para reduzir o alto custo deste insumo.

.Uso de cultivares adaptadas: 
no cultivo de batata orgânica é fundamental o uso de cultivar resistente às doenças foliares. Dentre as cultivares, a Epagri 361Catucha e SCS 365 Cota são as que mais se destacam pela alta resistência à requeima e pinta-preta, principais doenças foliares da batata . Além da maior adaptação ao cultivo orgânico, estas cultivares possibilitam maior renda ao produtor, pois os tubérculos produzidos possuem alto teor de matéria seca, um dos principais requisitos para a industrialização na forma de "chips" batata palha e pré-fritas (palitos). A Epagri, através da Estação Experimental de São Joaquim, está multiplicando batata-semente de boa qualidade, das cultivares Catucha e SCS 365 Cota.

Preparo adequado do solo:
 recomenda-se uma lavração profunda, com antecedência mínima de 30 dias e outra próximo ao plantio, quando houver condições adequadas de umidade do solo. Por ocasião do plantio da "semente", gradear o solo uma a duas vezes. O solo bem preparado, associado a amontoa (chegamento de terra) bem feita (cerca de 20 cm), sem torrões, reduz as pragas de solo como a larva-alfinete e larva-arame que ao perfurarem os tubérculos depreciam comercialmente os tubérculos colhidos

Adubação equilibrada: 
para uma adubação equilibrada, recomenda-se a análise do solo e dos teores de nutrientes do adubo orgânico, com antecedência. Plantas bem nutridas são mais resistentes às doenças e pragas, produzindo tubérculos de melhor qualidade. O desequilíbrio nutricional aumenta a suscetibilidade às doenças da folhagem e à sarna dos tubérculos e, pode afetar a qualidade culinária e industrial da batata. 

Plantio na época recomendada: 
a batateira não tolera geadas e excesso de umidade. Temperaturas noturnas elevadas, na época de tuberização, prejudicam e até impedem a formação de tubérculos. Plantio de outono e de inverno (março/abril) – em regiões onde não ocorrem geadas (Litoral). Plantio de primavera (setembro/outubro) – em regiões onde ocorrem geadas. Plantio de verão (dez./janeiro) - onde as temperaturas são amenas no verão (Planalto). 

Irrigação: 
a batata, embora seja uma das hortaliças mais exigentes em água (consome de 300 a 500 mm de água durante todo o ciclo), é também prejudicada pelo excesso, pois reduz a aeração do solo, aumenta a lixiviação de nutrientes e, ainda, favorece às doenças. O sistema de irrigação por aspersão, embora seja o mais utilizado, favorece a ocorrência de doenças foliares (requeima e pinta-preta). Para diminuir este problema, recomenda-se sempre que possível, a irrigação pela manhã para evitar que a folhagem permaneça com umidade durante a noite. A fase do início da tuberização ao início da senescência (maturação)que vai de 45 a 55 dias após a emergência, é a mais crítica quanto à deficiência hídrica, podendo haver decréscimo da produtividade e o aparecimento da sarna-comum. Irrigações excessivas neste período podem favorecer o aparecimento das doenças de solo e da folhagem. A alternância de excesso e falta de água pode causar defeitos morfo-fisiológicos tais como embonecamento, rachaduras e outras deformações nos tubérculos. 

Amontoa: 
consiste em chegar terra junto às plantas, para melhorar sua fixação ao solo e, ainda para evitar que os tubérculos se desenvolvam fora da terra, favorecendo o esverdeamento. Uma boa amontoa em ambos os lados da fileira formando um camalhão com cerca de 20 cm de altura, quando as plantas estão com 25 a 30 cm de altura, reduz os danos de insetos que perfuram e depreciam comercialmente os tubérculos.

Manejo de doenças e pragas:
 é possível prevenir o aparecimento e o desenvolvimento de grande parte delas com as seguintes medidas preventivas: a) escolha correta da área; b) uso de tubérculos-sementes sadios e protegidos dos pulgões; c) utilizar cultivares resistentes; d) arar o solo com três meses de antecedência para expor as pragas de solo e os patógenos ao dessecamento; e) plantio na época recomendada; f) evitar escalonamentos de plantios e o uso de "semente" de tamanhos diferentes na mesma área pois as plantas mais velhas são mais suscetíveis à pinta-preta, disseminando-a para as mais jovens; g) nutrição e correção da acidez conforme análise do solo; h) um bom preparo de solo (sem torrões) e a amontoa adequada (em torno de 20 cm) reduz os danos (perfurações nos tubérculos) causados pela larva-alfinete; i) destruição dos restos de culturas, refugos de tubérculos, plantas hospedeiras e plantas voluntárias das proximidades da lavoura; j) pulverização preventiva com calda bordalesa ( 0,5%), a cada 7 a 10 dias, a partir da emergência das plantas, visando o manejo de doenças e pragas da parte aérea; k) pulverização com urina de vaca a 1%, visando o manejo da pinta-preta após a amontoa e l) rotação de culturas com gramíneas. 

Colheita, classificação e armazenamento: 
a batata consumo deve ser colhida em dias secos, amenos e com baixa umidade no solo para evitar a contaminação dos tubérculos por doenças. As hastes devem estarem secas e os tubérculos com a película firme. A colheita deve ser feita 10 a 15 dias mais tarde para que a película dos tubérculos não se solte. Iniciar a seleção dos tubérculos durante a colheita, após a secagem externa deles, eliminando-se os podres e com defeitos. A classificação deve ser feita por tamanho. Após a embalagem em sacos, deve-se guardar as batatas em locais limpos, ventilados e escuros para evitar o esverdeamento. Recomenda-se apenas a escovação dos tubérculos, evitando-se a lavagem dos mesmos.



sábado, 6 de agosto de 2016

irrigação de gotejamento na batata



1 – Introdução 
A elevada exigência hídrica da cultura da batata, associada a elevados custos de produção, alto risco característico da atividade e perspectiva de retorno financeiro compensador fazem com que a irrigação seja prática indispensável para a obtenção de produtividade elevada no empreendimento, em especial nos plantios realizados na estação seca.

Tradicionalmente, os métodos mais utilizados para a irrigação da cultura da batata são aspersão convencional, canhões autopropelidos e pivot central. Tais métodos possuem algumas características comuns como o fato de serem dotados de equipamentos que possibilitam sua movimentação 
pelo terreno, aplicando-se água em parte da área cultivada em cada turno. Por isto, aplica-se grandes volumes de água por turno, necessários para suprir a demanda da cultura por vários dias. Apesar de possuírem relativa eficiência de irrigação, algumas conseqüências negativas decorrem do seu uso como aplicação excessiva e desperdício de água, maior consumo de energia, maior necessidade de mão-de-obra, 
lixiviação de nutrientes no perfil do solo reduzindo a eficiência das fertilizações, molhamento da parte aérea das plantas, lavando parte dos defensivos aplicados e causando até severos danos mecânicos nas folhas, criando, assim, condições que favorecem a ocorrência de doenças.

Considerando-se a preocupação crescente com a escassez de água e a necessidade premente de economia tanto de água quanto de energia, os bataticultores defrontam- se hoje com o desafio de continuarem 
a desempenhar seu papel de enorme importância social e econômica, porém com maior racionalidade no uso dos recursos naturais. Assim, a utilização de métodos de irrigação e de práticas de manejo que permitam maior eficiência no uso da água e menor consumo de energia são metas imprescindíveis 
para a bataticultura moderna. Neste contexto, a irrigação por gotejamento destaca- se como a tecnologia de irrigação e fertilização mais racional para o setor, visto ser o método que possibilita maior eficiência 
no uso da água e que apresenta a menor demanda de energia e de mão-de-obra. No presente artigo discute-se as principais características do gotejamento, suas potencialidades para a cultura da batata 
e resultados decorrentes de 4 anos de pesquisa da Netafim Brasil e empresas associadas na adequação da 
tecnologia do gotejamento às condições de cultivo da batata do Brasil Central.


2 – Irrigação por gotejamento para batata: A irrigação por gotejamento iniciou-se em Israel, em meados dos anos 60, e desde então vem experimentando intensas inovações tecnológicas, evoluindo crescentemente. Um projeto de irrigação por gotejamento possui alguns componentes básicos comuns a qualquer sistema como bombas e tubulações de recalque, se diferenciando dos outros métodos pelas seguintes características:
- São sistemas que possibilitam irrigar toda a área plantada simultaneamente (Foto 1). Assim, irriga-se sempre que necessário, permitindo a aplicação de lâmina de água suficiente para suprir a demanda hídrica de 1 ou 2 dias;
- A água é transportada no interior de tubos de pequeno calibre, sendo aplicada ao solo de forma localizada, sob baixas pressões, por meio dos gotejadores. A ação de cada gotejador cria uma zona úmida ao redor das plantas chamada bulbo úmido, e com a junção de cada um dos bulbos criase 
uma faixa úmida seguindo a linha das plantas (Foto 1);

Assim, na irrigação por gotejamento são aplicados pequenos volumes de água com elevada frequência, ou seja, com intervalos curtos entre as irrigações, sendo o método que permite atingir os maiores níveis de 
uniformidade, precisão e controle da irrigação e da nutrição das plantas.


O gotejamento já é um método consagrado para irrigar hortaliças, sendo a sua adequação para a cultura da batata considerada como um importante desafio na irrigação por gotejamento no Brasil. De posse 
das experiências da Netafim em diversos países do mundo e de 4 anos de testes a campo realizados pela Netafim Brasil e empresas parceiras, a irrigação por gotejamento traz os seguintes benefícios 
para a cultura da batata e para o bataticultor:

- 30 a 50% de economia de água: 
- Maior produtividade e melhor qualidade sanitária, aspecto de muita importância para batata-semente; 
- Menor gasto de energia elétrica, necessitando de 1 cv/ha contra 2,5-3 cv/ha dos outros métodos; 
- A aplicação de água não causa molhamento foliar, concorrendo para melhoria do aspecto sanitário da cultura e redução do uso de defensivos; 
-Permite a realização de quimigação que é a aplicação de produtos químicos (defensivos e fertilizantes) na água de irrigação; 
- Permite a aplicação de fertilizantes utilizando a água de irrigação como veículo (fertirrigação), permitindo que se aplique nutrientes em qualquer fase do ciclo da cultura; 
- Permite a automação da irrigação; 
- Permite a realização de trato fitossanitário simultaneamente à irrigação; 
- Redução do uso de tratores e de equipamentos de pulverização; 
- Redução do uso de mão-de-obra para as práticas de irrigação, fertilização e tratos fitossanitários; 
-Redução dos custos de produção e maior lucratividade;

3 – Resultados experimentais e perspectivas futuras: Em ensaio conduzido no ano de 2000 na estação Experimental da Zeneca em Holambra-SP, foi estudada a produtividade da cv. Atlantic sob condições 
de irrigação por gotejamento e por aspersão. Foram montadas 2 áreas de gotejamento e 1 área de aspersão, as quais foram preparadas e semeadas seguindo padrão único. Também receberam 1,5 t/ha de Superfosfato Triplo a lanço em toda área e o mesmo controle fitossanitário. Nestas foram realizadas as seguintes práticas de fertilização e irrigação:

Tratamento 1: 
2,0 t/ha de 04-16-08 aplicadas no sulco de plantio, totalizando 80 kg/ha de N, 320 kg/ha de P2O5 e 160 kg/ha de K2O; 
Irrigação por gotejamento em linhas simples, utilizando tubo-gotejadores equipados com gotejadores Super Typhoon 125 espaçados de 0,5 m e com vazão de 1,6 L/ h; 
Manejo de irrigação seguindo proposta da Netafim para gotejamento em batata; Fertirrigação com fertilizante fluido 10- 00-10, totalizando 209 kg/ha de N e 209 kg/ha de K2O; 
Total de nutrientes aplicados: 289 kg/ ha de N, 965 kg/ha de P2O5 e 369 kg/ha de K2O;

Tratamento 2: 
1,0 t/ha de 04-30-16 aplicada no sulco de plantio, totalizando 40 kg/ha de N, 300 kg/ha de P2O5 e 160 kg/ha de K2O; 
Irrigação por gotejamento em linhas simples, utilizando tubo-gotejadores equipados com gotejadores autocompensantes tipo RAM 1,6Q espaçados de 0,5 m e com vazão de 1,6 L/h; 
Manejo de irrigação seguindo proposta da Netafim para gotejamento em batata; 
Fertirrigação utilizando nitrato de amônio e cloreto de potássio comerciais, totalizando 207 kg/ha de N e 160 kg/ha de K2O; 
Total de nutrientes aplicados: 247 kg/ ha de N, 945 kg/ha de P2O5 e 320 kg/ha de K2O;

Tratamento 3: 
2,0 t/ha de 04-16-08 aplicadas no sulco de plantio, totalizando 80 kg/ha de N, 320 kg/ha de P2O5 e 160 kg/ha de K2O; 
Irrigação por aspersão em turnos de rega variáveis (geralmente 4 dias), de acordo com as condições climáticas; 
Adubação em cobertura utilizando fertilizante granulado 20-00-20 na dosagem de 800 kg/ha, aplicados aos 30 dias após plantio, totalizando 160 kg/ha de N e 160 kg/ha de K2O; 
Total de nutrientes aplicados: 240g/ha de N, 965 kg/ha de P2O5 e 320 kg/ha de K2O; 
As produtividades obtidas em cada área constam na Tabela 1:

O incremento de produtividade obtido em relação à aspersão (8 t/ha), em adição à economia de água, energia elétrica e de defensivos proporcionada pelo gotejamento, demonstram a viabilidade econômica do 
método, permitindo amortizar o investimento feito na aquisição do projeto de gotejamento em uma ou duas safras. Atualmente, um ensaio para produção de batata-semente sob gotejamento vem sendo conduzido em Patos de Minas-MG, junto ao “Grupo Nascente” com excelentes resultados preliminares. Destacam-se neste ensaio, a aplicação de defensivos via água de irrigação com notável economia de defensivos 
e de mecanização; a economia de água em relação ao pivot central; a aplicação de P, Ca e micronutrientes em fertirrigação (em adição ao N e ao K) e o excelente aspecto fitossanitário da cultura.

Os resultados finais serão obtidos em setembro do presente ano. Recentemente foi instalada uma área 
comercial para produção de batata consumo em Monte-Mor-SP, junto aos “Irmãos Andrade”, na qual vários testes de fertirrigação estão sendo conduzidos, sempre tendo como testemunha métodos tradicionais de irrigação e fertilização da batata.. Diante da conjuntura atual de pressão por racionalização no uso dos recursos naturais e elevada competitividade no setor, os bataticultores devem buscar a redução de custos e a obtenção de resultados de produtividade e qualidade cada vez melhores, sendo 
a irrigação por gotejamento uma das inovações tecnológicas mais importantes para a modernização da bataticultura brasileira.




CANAL DE VÍDEOS AGRÍCOLAS

CANAL DE VÍDEOS AGRÍCOLAS
CLIQUE NA IMAGEM ACIMA E VISITE NOSSO BLOG COM MAIS DE 300 VÍDEOS AGRÍCOLAS DO NOSSO CANAL DO YOUTUBE