google.com, pub-8049697581559549, DIRECT, f08c47fec0942fa0 HORTA E FLORES: agosto 2018

sábado, 25 de agosto de 2018

Fazendo a Compostagem



1) Compostagem e Composto: definição e benefícios

A compostagem é o processo de transformação de materiais grosseiros, como palhada e estrume, em materiais orgânicos utilizáveis na agricultura. Este processo envolve transformações extremamente complexas de natureza bioquímica, promovidas por milhões de microorganismos do solo que têm na matéria orgânica in natura sua fonte de energia, nutrientes minerais e carbono. 
Por essa razão uma pilha de composto não é apenas um monte de lixo orgânico empilhado ou acondicionado em um compartimento. É um modo de fornecer as condições adequadas aos microorganismos para que esses degradem a matéria orgânica e disponibilizem nutrientes para as plantas.

Composto orgânico pronto para ser utilizado na lavoura

Mas, o que é exatamente o composto?

Dito de maneira científica, o composto é o resultado da degradação biológica da matéria orgânica, em presença de oxigênio do ar, sob condições controladas pelo homem. Os produtos do processo de decomposição são: gás carbônico, calor, água e a matéria orgânica "compostada".

O composto possui nutrientes minerais tais como nitrogênio, fósforo, potássio, cálcio, magnésio, enxofre que são assimilados em maior quantidade pelas raízes além de ferro, zinco, cobre, manganês, boro e outros que são absorvidos em quantidades menores e, por isto, denominados de micronutrientes. Quanto mais diversificados os materiais com os quais o composto é feito, maior será a variedade de nutrientes que poderá suprir. Os nutrientes do composto, ao contrário do que ocorre com os adubos sintéticos, são liberados lentamente, realizando a tão desejada "adubação de disponibilidade controlada". Em outras, palavras, fornecer composto às plantas é permitir que elas retirem os nutrientes de que precisam de acordo com as suas necessidades ao longo de um tempo maior do que teriam para aproveitar um adubo sintético e altamente solúvel, que é arrastado pelas águas das chuvas.

Outra importante contribuição do composto é que ele melhora a "saúde" do solo.  A matéria orgânica compostada se liga às partículas (areia, limo e argila), formando pequenos grânulos que ajudam na retenção e drenagem da água e melhoram a aeração. Além disso, a presença de matéria orgânica no solo aumenta o número de minhocas, insetos e microorganismos desejáveis, o que reduz a incidência de doenças de plantas.


Cobertura de palha

Na agricultura agroecológica a compostagem tem como objetivo transformar a matéria vegetal muito fibrosa como palhada de cereais, capim já "passado", sabugo de milho, cascas de café e arroz, em dois tipos de composto : um para ser incorporado nos primeiros centímetros de solo e outro para ser lançado sobre o solo, como uma cobertura. Esta cobertura se chama "mulche" e influencia positivamente as propriedades físicas, químicas e biológicas do solo. Dentro os benefícios proporcionados pela existência dessa cobertura morta no solo, destacam-se :

Dentro os benefícios proporcionados pela existência dessa cobertura morta no solo, destacam-se :

-Estímulo ao desenvolvimento das raízes das plantas, que se tornam mais capazes de absorver água e nutrientes do solo.

-Aumento da capacidade de infiltração de água, reduzindo a erosão.

-Mantém estáveis a temperatura e os níveis de acidez do solo (pH).

-Dificulta ou impede a germinação de sementes de plantas invasoras (daninhas).

-Ativa a vida do solo, favorecendo a reprodução de microorganismos benéficos às culturas agrícolas.

Preparar o composto de forma correta significa proporcionar aos organismos responsáveis pela degradação, condições favoráveis de desenvolvimento e reprodução, ou seja, a pilha de composto deve possuir resíduos orgânicos, umidade e oxigênio em condições adequadas.


Muitas pessoas acreditam que um bom composto é difícil de ser feito ou exige um grande espaço para ser produzido; outras acreditam que é sujo e atrai animais indesejáveis. Se for bem feito, nada disto será verdadeiro. Um composto pode ser produzido com pouco esforço e custos mínimos, trazendo grandes benefícios para o solo e as plantas. Mesmo em um pequeno quintal ou varanda, é possível preparar o composto e, desta forma, reduzir a produção de resíduos inclusive nas cidades. Por exemplo, com restos das podas de parques e jardins se produz um excelente composto para ser utilizado em hortas, na produção de mudas, ou para ser comercializado como adubo para plantas ornamentais. Desta forma, são obtidos dois ganhos ao mesmo tempo: com a produção do composto propriamente dita e um benefício indireto que é a redução de gastos de transporte e destinação do lixo orgânico produzido pela comunidade local.

Outro engano muito comum é mandar para a lata do lixo partes dos alimentos que poderiam ir para o prato: folhas de muitas hortaliças (como as da cenoura e da beterraba), talos, cascas e sementes são ricas fontes de fibra e de vitaminas e minerais fundamentais para o bom funcionamento do organismo. O que comprova que a melhoria da saúde tanto de famílias ricas ou pobres pode ser conseguida como medidas simples como o reaproveitamento integral de alimentos, e o desenvolvimento de bons hábitos de vida e nutrição.

Todos os restos de alimentos, estercos animais, aparas de grama, folhas, galhos, restos de culturas agrícolas, enfim, todo o material de origem animal ou vegetal pode entrar na produção do composto.

Contudo, existem alguns materiais que não devem ser usados na compostagem, que são:

-madeira tratada com pesticidas contra cupins ou envernizadas.

-vidro, metal, óleo, tinta, couro, plástico e papel, que além de não serem facilmente degradados pelos microorganismos, podem ser transformados através da reciclagem industrial ou serem reaproveitados em peças de artesanato.

A fabricação do composto imita este processo natural, porém com resultado mais rápido e controlado. A seguir, serão descritos os materiais e as etapas para a elaboração das pilhas de composto numa propriedade rural.

Materiais para fazer o composto

-Esterco de animais.
-Qualquer tipo de plantas, pastos, ervas, cascas, folhas verdes e secas
-Palhas
-Todas as sobras de cozinha que sejam de origem animal ou vegetal: sobras de comida, cascas de ovo, entre outros.
-Qualquer substância que seja parte de animais ou plantas: pêlos, lãs, couros, algas.
Observação: Quanto mais variados e mais picados (fragmentados) os componentes usados, melhor será a qualidade do composto e mais rápido o término do processo de compostagem.

Modo de preparo das pilhas de composto

Escolha do local: deve-se considerar a facilidade de acesso, a disponibilidade de água para molhar as pilhas, o solo deve possuir boa drenagem. Também é desejável montar as pilhas em locais sombreados e protegidos de ventos intensos, para evitar ressecamento.

Iniciar a construção da pilha colocando uma camada de material vegetal seco de aproximadamente 15 a 20 centímetros, com folhas, palhadas, troncos ou galhos picados, para que absorva o excesso de água e permita a circulação de ar.

Terminada a primeira camada, deve-se regá-la com água, evitando encharcamento e, a cada camada montada, deve-se umedecê-la para uma distribuição mais uniforme da água por toda a pilha.

Na segunda camada, deve-se colocar restos de verduras, grama e esterco. Se o esterco for de boi, pode-se colocar 5 centímetros e, se for de galinha, mais concentrado em nitrogênio, um pouco menos.

Novamente, deposita-se uma camada de 15 a 20 cm com material vegetal seco, seguida por outra camada de esterco e assim sucessivamente até que a pilha atinja a altura aproximada de 1,5 metros. A pilha deve Ter a parte superior quase plana para evitar a perda de calor e umidade, tomando-se o cuidado para evitar a formação de "poços de acumulação" das águas das chuvas.

Vale lembrar que durante a compostagem existe toda uma sequência de microorganismos que decompõem a matéria orgânica, até surgir o produto final, o húmus maduro. Todo este processo acontece em etapas, nas quais fungos, bactérias, protozoários, minhocas, besouros, lacraias, formigas e aranhas decompõem as fibras vegetais e tornam os nutrientes presentes na matéria orgânica disponíveis para as plantas.

Além disso, o processo da compostagem traz em si, outros resultados que favorecerão o posterior desenvolvimento das culturas agrícolas no campo, tais como:

Diminuição do teor de fibras do material, o que no caso do composto que será incorporado ao solo evitará o fenômeno da "fixação do nitrogênio", que provoca a falta deste nutriente para a planta.
Destruição do poder de germinação de sementes de plantas invasoras (daninhas) e de organismos causadores de doenças (patógenos).
Degradação de substâncias inibidoras do crescimento vegetal existente na palha in natura (não compostada).








sexta-feira, 3 de agosto de 2018

Microrganismos: Dando Vida ao Solo



Solo, ao contrário do que imagina a maioria das pessoas, não é apenas terra. No início da formação do planeta não existiam solos, mas sim imensos blocos de pedra e muita água.

Durante milhões de anos, o calor e o frio racharam a pedra; o vento e a água transformaram pedaços quebrados em areia grossa, areia fina e argila. Mas isso ainda não era solo, começou a ser quando apareceu a vida, na forma de microorganismos e depois de seres maiores.

Nascendo, crescendo e morrendo, esses microorganismos adicionaram matéria orgânica à terra, que passou a abrigar cada vez mais organismos. Estes, ao decompor a matéria orgânica, produziam ácidos que alteravam a areia e a argila, criando novas substâncias e transformando aquela massa inerte num corpo complexo e cheio de vida: o solo.

Essas transformações continuam até hoje. Por isso, existe sempre uma rocha embaixo do solo – a rocha-mãe. Não se percebe que o solo está sendo produzido porque o processo é muito lento: para formar apenas um centímetro de solo agrícola são necessários séculos.

De outra parte, os pequenos animais e vegetais do terreno são essenciais para a agricultura. Seu trabalho é variado: os pequenos canais, ou poros, feitos pelas minhocas, formigas, larvas e outros inúmeros insetos, servem para o ar circular e a água e as raízes das plantas penetrarem. 


Além disso, esses animais, ajudados por bactérias e fungos, trituram e decompõem a matéria orgânica, tornando seus nutrientes disponíveis para as raízes das plantas. Fazem mais: fabricam húmus, que torna o solo fofo e armazena água e nutrientes para as plantas. Os microorganismos produzem ainda substâncias que ajudam as culturas a crescer e se defenderem de pragas e doenças.

Em outras palavras, os microorganismos do solo são como uma usina transformadora: decompõem a matéria orgânica, produzindo ácidos que dissolvem os nutrientes do solo como fósforo e potássio. Até mesmo o nitrogênio é retirado do ar por bactérias e dado de graça às plantas pelos nossos "amigos invisíveis". Porém, para que tudo isso aconteça, é preciso que exista a matéria orgânica no chão na forma de "mulche" (cobertura morta).

São importantes para uma boa relação solo-planta

 Os microrganismos presentes no solo possuem funções fundamentais para a manutenção da fertilidade no solo e para o crescimento de plantas saudáveis. A parte viva e mais ativa da matéria orgânica é constituída, em sua maioria, pelos microrganismos; sem eles, o solo seria uma composição de areia, silte e argila.

 Segundo Alan Borges, gerente de desenvolvimento da Fertiláqua, um único grama de solo possui mais de 10 mil espécies diferentes de microrganismos, cerca de um bilhão de bactérias, um milhão de actinomicetos e 100 mil fungos, além de quantidades significativas de protozoários e algas. “É enorme a lista de processos em que os microrganismos atuam e quanto mais eles existirem, mais produtivo será o solo”, afirma.

 O conjunto de grupos de microrganismos, com seus genomas e interações em um determinado ambiente é chamado de microbioma. Quando em equilíbrio, torna-se uma forte defesa contra doenças e outras fontes de estresse para as plantas; além de disponibilizar grandes quantidades de nutrientes vitais, elevando os patamares de produtividade.

 É por meio da conversão (fixação) do nitrogênio atmosférico em compostos nitrogenados – que são utilizados pelas plantas na síntese de proteína – que os microrganismos aumentam a fertilidade do solo. Nesse processo, as substâncias orgânicas são convertidas em compostos inorgânicos, tornando-os úteis para os vegetais. “Em resumo, são as reações bioquímicas realizadas que fertilizam o solo pelo fornecimento de nutrientes”, explica o gerente.

 Na cultura de cana-de-açúcar, tem se observado nos últimos anos a presença de microbiomas desequilibrados, principalmente devido à intensa mecanização, ausência de rotação de culturas, diversas aplicações de defensivos agrícolas e excesso de adubação mineral.

 Isso foi possível ser monitorado por meio de laboratórios de microbiologia de solo que fazem análises de atividades enzimáticas, bem como de DNA e RNA do solo, possibilitando diagnosticar a saúde do microbioma.

 Desenvolvida especificamente para atuar no processo de revitalização do solo de áreas de cana-de-açúcar, a Linha Longevus da Fertiláqua conta com dois produtos – Longevus Soca e Longevus Planta – que apresentam em sua composição ácidos orgânicos, aminoácidos e nutrientes.

 As substâncias húmicas (ácidos orgânicos) atuam diretamente na biologia do solo, tratando-se de uma fonte energética (carbono orgânico) para os microrganismos. Quanto maior for o teor de carbono orgânico de um material, maior será a fonte nutricional para a atividade microbiológica e maiores serão os benefícios.
 Além de melhorar a qualidade no solo, a nova linha tem como objetivo apresentar maior produtividade e ampliar número de cortes.

As práticas agrícolas modernas transformam o solo em uma espécie de fábrica de plantas. Mas chega uma hora em que o próprio agricultor reconhece que o solo está “cansado”.

Isso ocorre porque ele está perdendo sua vida, ou seja, virou uma máquina de produção. Diante dessa situação, se torna necessário toneladas de adubos para compensar. E, invariavelmente, as plantas desse solo adoecerão mais facilmente. Existe uma vida microbiológica que está morrendo nesse solo.

No post de hoje, veja por que é importante ativar a vida microbiológica do solo.

O solo vivo
O solo não é apenas uma mistura de componentes físicos (areia, silte e argila). Se assim fosse, as plantas ali não conseguiriam se desenvolver.

Pelo contrário, o solo tem vida, e uma vida muito ativa. Milhões de microrganismos povoam o solo: são bactérias, fungos, líquens, algas, ou seja, a lista é imensa.

Além desses microrganismos, ainda existem os insetos, os vermes, os moluscos, as raízes das plantas, etc. Todo esse conjunto compõe a vida do solo.

E essa vida é muito importante para todos esses seres que têm sua existência no solo. Todos são interdependentes, mas, ao mesmo tempo, como se fosse uma única vida. Por essa razão, se fala em vida do solo e por isso se diz que ele é vivo.

Toda essa vida do solo, no entanto, precisa ter condições adequadas para manter-se. Nem sempre a agricultura tecnológica moderna garante a existência dessas condições que, na verdade, resumem-se em três componentes:

matéria orgânica;

umidade;

aeração.

Matéria orgânica
A matéria orgânica é o componente mais importante para a vida desse solo. Com ela os seres que ali vivem dispõem de alimento e de substrato (os microrganismos crescem sobre a matéria orgânica). Sua presença no solo retarda o seu ressecamento, pois ajuda a segurar a umidade.

Além disso, a matéria orgânica melhora a qualidade do próprio solo, fornecendo nutrientes e criando uma estrutura adequada para o desenvolvimento das plantas.

Umidade
A umidade é a água disponível no solo. Como toda a vida depende da água, a umidade do solo, portanto, precisa ser mantida a qualquer custo, ou a vida presente nele acabará.

Aeração
A aeração do solo é a condição de conter ar para a sobrevivência dos microrganismos que ali vivem. Ela resulta da não compactação do solo.

O solo de uma floresta, por exemplo, é um solo extremamente vivo e aerado. As raízes das plantas, os insetos, as minhocas e outros animais que se deslocam pelo solo constroem essa permanente condição de aeração.

Por outro lado, as máquinas agrícolas, quanto mais transitarem pelo solo, mais compacto ele ficará reduzindo a aeração do solo.

O que é a ativação microbiológica do solo
A retirada das florestas elimina toda a fonte de vida dos solos. Quando o agricultor pretende utilizá-lo para cultivar sua lavoura, precisa recuperar as condições que permitem a vida do solo, ou suas plantas não conseguirão dar o melhor de si.

A ativação microbiológica é justamente o resgate das condições de matéria orgânica, umidade e aeração, juntamente com o retorno dos microrganismos que estão quase desaparecidos (mas estão lá, embora em número muito pequeno).

Desse modo, incorporar matéria orgânica no solo, revolvê-lo para aumentar sua aeração e criar condições de umidade são atividades que reativam a vida do solo. Essas novas condições permitem que os microrganismos se multipliquem, se desenvolvam e criem eles próprios as condições para outros também se desenvolverem — existem produtos de biotecnologia auxiliam na reativação microbiológica do solo.

Importância da ativação microbiológica do solo
Agora ficou fácil entender porque é preciso ativar a vida microbiológica do solo: porque um solo vivo é o ambiente propício para que as plantas que serão cultivadas possam dar o melhor de si.

Um solo vivo é um solo rico, que segura a umidade e dispõe dos nutrientes que as plantas precisam para suas raízes se alimentarem. Além disso, um solo vivo e sadio não precisa de tanto fertilizante, trazendo economia para o agricultor.






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