google.com, pub-8049697581559549, DIRECT, f08c47fec0942fa0 HORTA E FLORES: Variedades de Batata (Solanum tuberosum)

sexta-feira, 22 de janeiro de 2016

Variedades de Batata (Solanum tuberosum)



História natural. Reconhece-se Solanum tuberosum pelos seus tubérculos oblongos e arredondados, sem caule herbáceo, cilíndrico, estriado, ramoso, um pouco felpudo, alto, de quase 2 pés, carregado de folhas aladas, esverdeadas, compostas de 5 a 6 folíolos de tamanho desigual, ovóides, pontudas e inteiras. As flores nascem em cima dos ramos, dispostos em corimbo, são de cor branca, avermelhada, azulada ou arroxeada, formadas de um cálice de 5 divisões, de uma corola em roda, limbo aberto em 5 lóbulos, 5 estames e 1 estilete. O ovário é representado por uma baga globulosa mole de vários septos, contendo sementes pequenas e redondas. Este precioso vegetal reputa-se oriundo do Sul América. “Lê-se no Jornal do Instituto Real de Londres nº 8 que D. José Pavon, autor da Flora Peruviana, achava a batata cultivada em grande abundância pelos naturais do Chile que a denominam Papas, assim como no Peru dizem que provém dos bosques perto de Santa Fé de Bogotá. O fato é que ela foi levada do Peru para a Carolina do Norte, na América pelos espanhóis, no meio do século XVI e que, mais tarde, o almirante Walter Raleigh a trouxe do estado da Virgínia para a Inglaterra, no reinado de Elizabeth, de onde se espalhou para o resto do continente europeu. O Solanum tuberosum foi descrito pela primeira vez por Gaspar Bauhin. No fim do século passado, pelos cuidados de Parmentier, no reinado de Luis XVI a cultura da batata tornou-se geral em França. Antes, a planta era desprezada a  ponto de ser comida vulgar do gado. Hoje, isso mudou e, como diz o Riedel no Manual do Agricultor Brasileiro, p. 56, é talvez o presente de maior monta que o novo continente tenha feito aos seus descobridores pois que, com o sucesso deste tubérculo, a Europa já está salva daquelas fomes horrendas que em tantas épocas a tem açoitado”. Distinguem-se variedades de batatas pela forma, pela cor, pelo tamanho e pelo gosto. Existem variedades de cores brancas, amarelas, encarnadas, roxas; formas redondas, compridas ou achatadas, as quais se reproduzem independentemente do solo, da cultura e da exposição. A mais vigorosa é a batata, cuja cor vermelha, penadiada torna-se, pois, cor de linhaça. É a variedade mais fecunda, que prospera em todos os terrenos e, sobretudo, nas terras arenosas. A branca é também muito produtiva e de excelente sabor, uma espécie querida dos irlandeses e que recebemos em grandes porções da Corte e de outros portos. A cultivada  no Brasil se chama Batata inglesa, todas as variedades do Solanum tuberosum, porque agora as cidades marítimas são supridas deste gênero especialmente pela Inglaterra. A espécie achatada e arredondada, amarela, cujas folhas são crespas e as flores em forma de penacho, provém de Nova Iorque. Muitos dão-lhe a preferência por ser suculenta e de delicado sabor. A espécie vermelha redonda provém da América do Norte, onde é muito cultivada. Sua polpa é firme, fina e fornece farinha em abundância. A variedade vermelha oblonga algumas vezes apresenta-se um pouco acre. A variedade vermelha pequena é de boa qualidade. A batata roxa foi levada da América para a Holanda. A corola e o cálice têm cor arroxeada, a superfície dos tubérculos é * coalhada de pontos roxos e amarelados. A batata pequena ou chinesa tem talos delgados, folhas de cor verde claro, flores *, tubérculos pequenos irregulares arredondados, de sabor açucarado e agradável. A espécie vermelha de corola branca produz mais que todas as outras espécies conhecidas. Seus tubérculos são de sabor delicado, e ela merece a maior preferência por parte do lavrador e * que cultivam mantimentos. “A batata dá colheitas abundantíssimas em terrenos onde o trigo não produz. Já os habitantes de grandes províncias a têm, por esta razão, substituído o pão, e nas outras tem grande função no sustento diário dos homens e do gado. A batata se dá muito bem à beira-mar do Brasil, porém nas regiões de Serra acima e províncias meridionais não cede a palmas, pela abundância da quantidade da colheita às de importação. O território da colônia Suíça de Morro Queimado (Nova Friburgo) tem particularmente terreno favorável para plantar o Solanum tuberoso com os mesmos preparos que necessita a mandioca, porém, no cabo de 3 a 4 meses, recompensa grandiosamente o trabalho que ocasionou” (Riedel, Manual do Agricultor do Brasil, p.56). Todas as variedades ou espécies de Solanum tuberosum encerram princípios nutrientes que diferem unicamente pelas proporções. As brancas são geralmente mais produtivas, as vermelhas são mais sápidas e conservam-se por mais tempo. As amarelas são de gosto mais delicado. A qualidade do solo influi diretamente sobre a quantidade dos tubérculos, mas se o terreno for arenoso ou lígneo mais sápida e suculenta será a batata. Multiplicam-se as batatas por estaca, por mergulho e por semeada. Este último processo, apesar de levar mais tempo, é o que se deve preferir. Colhem-se as sementes das melhores qualidades para serem semeadas.
      Análise Química. Segundo a análise de Vauquelin, o Solanum tuberosum contém asparaginas, albumina vegetal, *, ácido tartárico, uma matéria fibrosa e alguns sais. O suco da batata contém albumina colorida, extrato de cal, asparagina, uma resina amarga aromática e *, fosfato de potassa, de cal, ácido cítrico, citrato de potassa, enfim uma matéria animal particular. Os únicos * da batata de sabor marcado são a resina e a matéria animal; também são os únicos corados. O aroma e o sabor da batata assada debaixo de cinzas quentes no seu próprio suco referem-se a estes dois princípios. Mr. Peschier retirou goma e açúcar da fécula da batata inglesa.  A batata contém por libra 11 onças e ½ de água de vegetação, 2 e ½ de fécula, 1 onça e duas oitavas de extrato salino, seis oitavas de fibra. A batata secada no forno não tem mais o mesmo peso, perde uma quinta parte. Partida em talhadas e secando-as, estas ficam transparentes oferecendo consistência e aparência córnea. O parênquima da batata, segundo Marcet (Annaes de chimica p. 32 T. 36), é composto de carbono, oxigênio e hidrogênio. Boussingault tem feito a análise da folhagem da planta, a qual encerra além dos 3 princípios encontrados no parênquima, maior porção de azoto de sais e terras. As cinzas da batata são compostas de silicium, cal e magnésia e barro, segundo Buckert (Annales de Chimie T. 22 p.94); contém ácido sulfúrico e fosfórico com maior porção de soda do que potassa, segundo Vogel (Annuaire de 1849). Os talos da batata são compostos de sais alcalinos e de matérias insolúveis. Os sais encontrados na batata são de carbonato de potassa, sulfato de potassa e muriato de potassa, fosfato de cal, silício e areia, carbonato de cal e magnésia e carvão (Ann. de phy. et Chi. T.32).
     Propriedades. A batata proporciona uma alimentação suave, substancial e de fácil digestão. As experiências de Pfaff, lente de química de Kiel e de Vibourg de Compenhague, as de Parmentier e de Enihoff confirmam que as partes constituintes que dominam na batata são a fécula e o glúten, de onde resulta a sua propriedade de nutriente. É segundo a porção de fécula que ela contém que se declara a sua madureza. As batatas cuja fécula predomina sobre o glúten tomam, sendo cozidas, um aspecto farinhento. As que são cozidas permanecem duras, encerram muita albumina e maior porção de glúten que de fécula. Prevalece o uso da batata como alimento, e até mesmo é recomendada uma alternativa como valioso antiescorbútico. A sua cultura propaga-se dia a dia no Brasil, do mesmo modo que se mantém no maior auge em todas as outras regiões do Norte América e da Europa para o sustento alimentar de todas as classes. Se ela nutre menos que o pão de trigo, é questão supérflua, uma vez que se sabe quanto é mais barata. “As batatas consideradas como alimento costumam coser-se antes de serem empregadas na maior parte dos seus usos. Esta operação pratica-se entre nós introduzindo-as em um vaso com água que se faz ferver o tempo necessário para sua cozedura” (Auxiliador, t. 21, nova série, 1846). Cozem-se a vapor em panela, vaso de ferro ou folha de flandres e depois fabricam-se pães e outras massas alimentares. Os alemães costumam fabricar queijo com a adição de massa de batata cozida a vapor. A farinha seca de batata com toda a sua substância nutriente encontra na arte culinária uma multidão de aplicações. Preparam-se bebidas saborosas, delicados pratos de meio e temperam-se com a mesma molhos que tornam-se mais nutritivos.  * tornada no * adquire o agradável sabor de batatas assadas; diluída em caldo ou em leite fervido, fornece alimento e bebida saborosa. Cadet de Vaux a misturava com a preparação do chocolate, o que o tornava mais leve. Nas artes, faz-se uso hoje das batatas em grande escala: prepara-se com as batatas uma cola que gruda à perfeição, faz-se com elas uma tinta boa para pintar; as flores misturadas com óleo e alvaide dão uma boa cor amarela que se aplica para tingir. Cadet de Vaux assevera que a batata pode substituir o sabão para a lavagem de roupa (Journal de Pharmacie t.6), Enfim, nas artes a fécula substitui em uma multidão de casos a goma e serve para colar os panos de linho para fazer papel, para infinitos objetos da indústria. A batata é planta sem igual para a economia rural e doméstica, não só os tubérculos nutrem os homens, mas ainda servem para o sustento do gado. O leite das vacas torna-se mais abundante, em nata, se ingerido diariamente com batatas cruas ou cozidas. São o melhor alimento para porcos, carneiros, aves domésticas e mesmo para os cavalos. Na arte culinária, cada dia se revela uma nova descoberta para utilizar a batata inglesa. Quer cozida, quer assada, ela transforma-se em centenas de  saborosas iguarias, como foi visto no célebre banquete de 1844 dado em Munique para festejar o aniversário de sua introdução na Europa pelo almirante Raleigh. O emprego medicinal da batata não é menos proveitoso do que seu emprego alimentar. Raspa-se o tubérculo cru que serve assim de cataplasma refrigerante sobre as queimaduras. Cozida e reduzida a uma massa mole a batata constitui excelente cataplasma maturativa. O Dr. Nauche assevera que o cozimento de batata branca é bom laxativo, que a batata vermelha é adstringente e que a última convém nos casos de afecções catarraes crônicas da bexiga e dos intestinos. Recomendam-se o xarope e a tintura alcoólica de batata em lesões de fígado como desobstruintes. O Dr. Nauche obtinha maior proveito em pedilúvios quando usava água fervente da batata raspada crua, em vez dos pós de mostarda. A opinião de G. Bauchin  acerca de sua virtude afrodisíaca não tem fundamento. A opinião relativa a sua virtude antiescorbútica provém unicamente de dar a batata como comida *** e não por conter em si princípios ou agentes que curam o escorbuto. Há pouco tempo que se noticiou na Rússia que o seu uso era capaz de fazer expelir o tumor, porém o fato coligido (Boletim da Academia de Medicina de Paris, maio, 1841), é um pouco duvidoso. Parmentier acreditava que o uso das batatas * o como das urinas e que assim se tornava proveitoso. As folhas do Solanum tuberosum são aconselhadas em cozimentos e injeções como calmantes, em casos de inflamações dos órgãos urinários. Fazem-se delas cataplasmas para resolver ou madurecer tumores glandulosos, ou acalmar hemorróidas. Os botânicos e lavradores lisonjeavam-se de se achar a batata livre de enfermidades, porém Martius noticiou no dia 16 de agosto de 1842, à Academia de Ciências de Paris que um fungo microscópico, o Fusisporium solani, tomava conta dos tubérculos e os tornava duros como pedras. A moléstia propagou-se no inverno de 1845 por toda a Europa, havendo sido o frio dos maiores. Já antes Boussingault e A. d’Orbigny haviam assinalado uma enfermidade que desde tempos remotos acometia a batata nos Andes e na Bolívia quando as chuvas eram recorrente. Ao farmacêutico Joseph Bonjean de Chambery cabe a glória de haver melhor patenteado a natureza da enfermidade na sua monografia da Batata publicada em 1846, analisando as várias opiniões dos mais ilustrados sábios do dia, os quais referem à presença de fungos; outros, à gangrena seca; alguns à existência de vermes e à fermentação pútrida, as alterações orgânicas da batata. Essas moléstias das batatas fizeram com que se indagasse melhor o álcali que elas contêm e a solamina, veneno ativo descoberto em 1821 pelo Desfess* e que resultou das novas pesquisas feitas sobre as batatas uma análise completa que transcrevemos da obra do Sr J. Bonjean p.97: 1° Fécula 0,16; 2° Matéria animal particular 009; 3° Resina amarga aromática009; 4° Parênquima ou matéria fibrosa 009; 5° Solamina 009;  6°Asparagina 009; 7° Albumina corada 009; 8° Princípio açucarado 009; 9° Princípio gomoso 009; 10° Extrato de cal 009; 11° Extrato de potassa 009;  12° Fosfato de cal 009; 13° Fosfato de potassa 009; 14° Ácido cítrico livre 009; *, *, *, 17° magnésia 009; 18° manganesa 009; 19° óxido de ferro 009; *, *, 22° * de vegetação 0,75 = 1

Nas cultivares para consumo de mesa, as características apontadas como essenciais para o mercado atual brasileiro são: a aparência de tubérculo, película lisa e brilhante, formato alongado, gemas superficiais, polpa de cor creme ou amarela e resistência ao esverdeamento. Nas cultivares que se destinam ao processamento industrial, destacam-se como características mais importantes o alto potencial produtivo, tubérculos de formato adequado e com gemas superficiais e teores adequados de matéria seca e açúcares redutores. As cultivares mais plantadas atualmente no Brasil são, em sua grande maioria, oriundas da Europa. Entretanto, a produtividade ainda continua baixa pois estas cultivares foram geneticamente melhoradas sob condições de fotoperíodo longo e baixa pressão de alguns fatores bióticos e abióticos importantes que afetam a cultura no Brasil. Estas cultivares, quando plantadas em condições subtropicais e tropicais do país, apresentam um período vegetativo menor e, por conseguinte, têm uma menor produção de fotossintetizados, resultando em menor produtividade. Este fato é particularmente importante para produção de matéria prima visando processamento na forma de palitos pré-fritos congelados, cujos padrões mínimos requeridos para a indústria são produtividades acima de 40 t/ha e conteúdo de matéria seca superior a 19%.

Considerando que a introdução de cultivares de outros países não é capaz de atender devidamente às demandas da cadeia brasileira da batata, é importante que sejam desenvolvidas cultivares, com as características requeridas pelo mercado fresco de consumo e de processamento industrial.

As principais cultivares desenvolvidas por instituições brasileiras de pesquisa estão descritas abaixo:

Baronesa
Foto: Arione da Silva Pereira.
Cultivar Baronesa

Figura 1. Cultivar Baronesa.

Lançada em 1955, ‘Baronesa’ foi a mais importante cultivar do melhoramento genético de batata no Brasil, atingindo, por muitos anos, mais de 80% da área plantada no Estado do Rio Grande do Sul. Mesmo que substituída quase totalmente pela cultivar Asterix, ainda ocupa nichos de produção em pequena escala. Esta cultivar possui elevado potencial produtivo e estabilidade de produção mesmo sob níveis moderados de fertilidade.

Derivada de autocruzamento da cultivar alemã Loman, realizado em 1952, ‘Baronesa’ foi desenvolvida pelo programa de Melhoramento Genético de Batata do Instituto Agronômico do Sul – IAS, que precedeu a Embrapa Clima Temperado, Pelotas-RS.

‘Baronesa’ possui ciclo vegetativo médio (100-110 dias), plantas de porte baixo a médio, com hábito de crescimento semiereto. Os tubérculos têm formato oval-alongado, gemas com profundidade média a superficial, película rosa e lisa, e polpa amarela clara. Apresenta suscetibilidade moderada ao esverdeamento. O período de dormência é relativamente curto, mas com forte dominância apical.

Esta cultivar é moderadamente resistente à pinta-preta (Alternaria spp.) e ao virus Y da batata (Potato virus Y - PVY); suscetível à requeima (Phytophthora infestans), à murcha-bacteriana (Ralstonia solanacearum) e ao virus do enrolamento da folha da batata (Potato leaf roll virus - PLRV).

Apresenta teor médio de matéria seca, com aptidão de uso múltiplo, preferencialmente ao cozimento para elaboração de salada e outros pratos afins.

BRS Ana
Foto: Arione da Silva Pereira.
Cultivar BRS Ana

Figura 2. Cultivar BRS Ana.

Lançada em 2007, com base na aparência e rendimento de tubérculos, teor de matéria seca e qualidade de fritas à francesa, esta cultivar é de duplo propósito (consumo de mesa e processamento industrial), com alto potencial produtivo e rusticidade. Apresenta menor exigência em fertilizantes que as principais cultivares importadas e moderada tolerância à seca.

Originou-se do cruzamento entre o clone C-1750-15-95 desenvolvido pela Embrapa, e a cultivar holandesa Asterix, realizado em 2000 pelo Programa de Melhoramento Genético de Batata da Embrapa (Clima Temperado, Pelotas, RS; Produtos e Mercado/Escritório de Canoinhas, SC e; Hortaliças, Brasília, DF).

Apresenta ciclo vegetativo tardio (110-120 dias), plantas grandes, com hábito de crescimento ereto. Os tubérculos possuem formato oval, gemas superficiais, película vermelha e levemente áspera, e polpa branca. Apresenta suscetibilidade moderada ao esverdeamento. Possui período de dormência médio, e baixa incidência de distúrbios fisiológicos.

Possui suscetibilidade moderada à requeima e resistência moderada à pinta-preta. Apresenta baixa degenerescência de sementes por viroses, conferida pela resistência moderada ao mosaico (PVY) e enrolamento (PLRV). Tem menores exigências nutricionais e de água que as cultivares mais plantadas, possibilitando reduzir custos e riscos de produção. Para obter-se alta percentagem de tubérculos de valor comercial, recomenda-se que o plantio seja feito com as sementes bem brotadas, que proporcionem cerca de quatro hastes por planta.

O teor de matéria seca é médio a alto, sendo apta ao cozimento; no entanto, é mais adequada para fritura à francesa. Face ao formato e tamanho dos tubérculos, esta cultivar tem possibilidades de uso no processamento industrial na forma de palitos pré-fritos congelados e fécula, e também para a fabricação de batata palha.

BRS Eliza
Foto: Arione da Silva Pereira.
Cultivar BRS Eliza

Figura 3. Cultivar BRS Eliza.

Lançada em 2002, foi derivada do cruzamento entre as cultivares holandesas Edzina e Recent, efetuado em 1979, pelo programa de Melhoramento Genético de Batata da Embrapa Clima Temperado, Pelotas, RS.

Apresenta período de dormência médio e ciclo vegetativo médio (100-110 dias), plantas de porte médio e hábito de crescimento ereto. Os tubérculos têm formato oval, película amarela e lisa, polpa amarela clara e gemas superficiais. Apresenta baixa suscetibilidade ao esverdeamento.

Possui elevado potencial produtivo, com tubérculos de boa aparência, e resistência à requeima e à pinta-preta e exigência relativamente baixa em adubação, o que possibilita a sua utilização tanto em sistema de produção convencional quanto orgânico.

Apresenta suscetibilidade ao mosaico (PVY) e ao enrolamento (PLRV), bem como à canela-preta (Pectobacterium spp.).

Possui baixo teor de matéria seca, com aptidão culinária ao cozimento para elaboração de purê e de pratos afins.

Cristal
Foto: Arione da Silva Pereira.
Cultivar Cristal

Figura 4. Cultivar Cristal.

Lançada em 1996, foi originada do cruzamento efetuado em 1964 entre os clones CRI-420-12-60 e CRI-368-8-60, ambos desenvolvidos pelo Instituto de Pesquisa e Experimentação Agropecuária do Sul - IPEAS. Foi obtida pelo programa de Melhoramento Genético de Batata da Embrapa Clima Temperado, Pelotas, RS.

Apresenta ciclo vegetativo médio (100 dias), plantas com tamanho pequeno-médio e hábito de crescimento ereto. Os tubérculos possuem formato oval-alongado; película amarela, um pouco áspera, gemas superficiais e polpa amarela intensa. Apresenta suscetibilidade moderada ao esverdeamento e período de dormência médio.

Tem moderado potencial produtivo de tubérculos de boa aparência, com plantas com bom nível de resistência à requeima e pinta-preta, que lhe confere potencial de utilização em sistemas de produção orgânicos. Possui bom nível de resistência ao mosaico (PVY) e suscetibilidade ao enrolamento (PLRV).

O teor de matéria seca é médio-alto, com aptidão de múltiplo uso culinário, tanto para fritura na forma de palitos e cozimento para elaboração de salada, purê e pratos afins.

EPAGRI 361 – Catucha
Foto: Arione da Silva Pereira.
Cultivar EPAGRI 361 - Catucha

Figura 5. Cultivar EPAGRI 361 - Catucha.

Lançada em 1995, esta cultivar originou-se de cruzamento efetuado em 1979 entre dois clones desenvolvidos pelo IPEAS/Embrapa, CRI-1149-1-78 e C-999-263-70. O obtentor é o Programa de Melhoramento Genético de Batata da EPAGRI, em parceria com o Programa de Melhoramento da Embrapa Clima Temperado, Pelotas, RS.

Com ciclo vegetativo médio (100 dias), ‘Catucha’ apresenta plantas de tamanho médio, com hábito de crescimento semiereto a ereto, e hastes vigorosas, que rapidamente cobrem o solo. Os tubérculos possuem formato oval-alongado, película amarela, um pouco áspera, gemas superficiais e polpa amarela clara. Apresenta suscetibilidade moderada ao esverdeamento e período de dormência médio.

Possui alto potencial produtivo, atingindo boa produtividade mesmo sob níveis moderados de adubação.

Possui alto nível de resistência de campo à requeima e moderada resistência à pinta-preta, características que a tornam apta ao cultivo orgânico. É suscetível ao mosaico (PVY) e ao enrolamento (PLRV).

Apresenta alto teor de matéria seca, com aptidão a múltiplos usos, mas preferencialmente para fritura.

BRS Clara
Foto: Arione da Silva Pereira.
Cultivar BRS Clara

Figura 6. Cultivar BRS Clara.

‘BRS Clara’, lançada em 2010, foi desenvolvida pelo Programa de Melhoramento Genético de Batata da Embrapa (Clima Temperado, Pelotas, RS; Produtos e Mercado/ Escritório de Canoinhas, SC e; Hortaliças, Brasília, DF). Originou-se do cruzamento entre a cultivar húngara White Lady e a cultivar Catucha, efetuado em 2000. Destaca-se pela facilidade de manejo de brotação e do controle da requeima.

O ciclo vegetativo é médio (100 a 105 dias), apresenta plantas de tamanho médio e hastes medianamente vigorosas, com hábito de crescimento semiereto e com enrolamento fisiológico característico das folhas. Os tubérculos possuem formato oval-alongado, gemas superficiais, película amarela e lisa e polpa creme. Apresenta suscetibilidade moderada ao esverdeamento. A dormência de tubérculos é médio-curta.

Apresenta elevado potencial produtivo, com alta percentagem de tubérculos graúdos. Tem resistência alta à requeima e moderada à pinta-preta. É suscetível ao mosaico (PVY) e ao enrolamento (PLRV).

O ponto ideal de colheita deve ser definido visando um equilíbrio entre o máximo rendimento e a qualidade da película, pois quando este ponto é ultrapassado, os tubérculos podem apresentar película levemente áspera e fosca. Da mesma forma, na época mais quente, deve ser colhida assim que a película estiver firme e comercializada imediatamente após a colheita, para não haver perda de qualidade da pele.

Os tubérculos têm teor médio de matéria seca, apresentando textura firme na cocção, com uso preferencial para a preparação de saladas e outros pratos afins.

Macaca
Foto: Arione da Silva Pereira.
Cultivar Macaca

Figura 7. Cultivar Macaca.

Presumivelmente originada do programa de melhoramento genético do IPEAS, que precedeu a Embrapa Clima Temperado, Pelotas, RS, provavelmente a partir de escape de clones. Também chamada de Macaquinha, Rosa Redonda e Rosa Maçã, passou por limpeza clonal nos laboratórios da Embrapa Clima Temperado, e foi caracterizada e registrada no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA).

O ciclo vegetativo é curto (menor que 90 dias), apresenta plantas de tamanho pequeno e hastes pouco vigorosas, com hábito de crescimento prostrado. Os tubérculos possuem formato oval-curto e achatado, película vermelha intensa e áspera, polpa branca e gemas superficiais. Apresenta suscetibilidade moderada ao esverdeamento. A dormência de tubérculos é curta, sem dominância apical.

O potencial produtivo é médio e instável, apresentando suscetibilidade à pinta-preta, alta resistência ao mosaico (PVY) e alta suscetibilidade ao enrolamento (PLRV).

Apresenta teor de matéria seca médio-baixo, esfarelando-se na cocção, sendo recomendada para a preparação principalmente de purê, bem como também refogada e frita inteira.

BRSIPR Bel
Foto: Antonio César Bortoletto.
Cultivar BRSIPR Bel

Figura 8. Cultivar BRSIPR Bel.

‘BRSIPR Bel’ foi lançada em 2012, desenvolvida na cooperação entre o Programa de Melhoramento Genético de Batata da Embrapa (Clima Temperado, Pelotas-RS; Produtos e Mercado/ Escritório de Canoinhas-SC e; e Hortaliças, Brasília-DF) e o Instituto Agronômico do Paraná - IAPAR. Originou-se do cruzamento entre a cultivar húngara Rioja e o clone C-1740-11-95 desenvolvido pelo programa de melhoramento da Embrapa, efetuado em 2001.

Seu ciclo vegetativo é médio (110 dias), apresenta plantas de tamanho médio e hastes moderadamente vigorosas, com hábito de crescimento semiereto, com bom aspecto vegetativo. Os tubérculos possuem formato oval, película amarela e pouco áspera, polpa creme e gemas superficiais. Apresenta alta suscetibilidade ao esverdeamento. A dormência dos tubérculos é relativamente longa, necessitando de um período de descanso antes da quebra de dormência.

Apresenta elevado potencial produtivo, com alta percentagem de tubérculos comerciais. Tem facilidade de manejo da quantidade e tamanho dos tubérculos a serem produzidos, realizado por meio do controle da quantidade de brotos dos tubérculos sementes.

É moderadamente suscetível à requeima e moderadamente resistente à pinta-preta, ao mosaico (PVY) e ao enrolamento (PLRV). Apresenta teor relativamente alto de matéria seca, com uso preferencial para processamento industrial nas formas de chips e de batata palha. Pode ser comercializada para consumo fresco, desde que sejam tomados os cuidados para prevenir o esverdeamento dos tubérculos.

BRS F63 Camila
Foto: Antonio César Bortoletto.
Cultivar BRSIPR Camila

Figura 9. Cultivar BRS F63 Camila.

`BRS F63 Camila`, lançada em 2015, foi desenvolvida pelo Programa de Melhoramento Genético de Batata da Embrapa (Clima Temperado, Pelotas, RS; Produtos e Mercado/ Escritório de Canoinhas, SC e; Hortaliças, Brasília, DF). Originou-se do cruzamento dos clones C1750-15-95 x C1883-22-97 efetuado em 2004. Foi testada sob o código F63-01-06 e selecionada com base na aparência, rendimento e peso específico de tubérculos.

A cultivar é indicada para plantio na região Sul e nas épocas mais frias das demais regiões produtoras do país. Apresenta elevado potencial produtivo de tubérculos comerciais, teor médio de matéria seca que possibilita maior versatilidade culinária, vida de prateleira mais longa no mercado e no armazenamento de sementes; alta resistência PVY, que permite maior número de multiplicações de sementes, tornando-a mais barata e com melhor qualidade que outras cultivares.

`BRS F63 Camila` produz tubérculos de boa aparência, ovalados, com olhos rasos, polpa amarela clara, película amarela e lisa, resistência moderada ao esverdeamento de pós-colheita, e período de dormência médio. As plantas apresentam ciclo de desenvolvimento vegetativo médio e moderada suscetibilidade à requeima e à pinta-preta.

Na culinária, a `BRS F63 Camila` apresenta textura firme na cocção e sabor característico, sendo adequada inclusive para cozinha gourmet na preparação de saladas e pratos afins.





3 comentários:

  1. Prezados, bom dia!

    Entro em contato, pois consegui um ponto em uma feira noturna na minha cidade, Itapecerica da Serra, e pretendo vender batata recheada.
    Comprei um saco de batata tipo Florão e ao cozinhar percebi que conforme ia trabalhando com eles, iam ficando viscosas e também o centro delas estavam crus.

    Gostaria de saber o porque as batatas apresentavam esta viscosidade e qual o tempo certo para o cozimento no centro das batatas?

    Sem mais agradeço.

    Atenciosamente:
    José Ricardo

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. prezado Ricardo:

      sugiro à vc visitar sites de culinária, (digite:preparo de batata recheada) e não esqueça de verificar se a batata usada tem aptidões para a sua atividade,

      abraços

      Excluir

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