Clima
Originária de clima tropical e subtropical, a berinjela desenvolve-se preferencialmente em regiões de clima quente (temperatura média diurna de 25-350C e noturna de 20-270C) e com umidade relativa do ar de 80%. Nessas condições, pode ser cultivada durante todo o ano. Em locais de temperatura média inferior a 180C no inverno, o plantio deve ser realizado na primavera ou verão. As temperaturas elevadas são favoráveis na germinação, emergência e estádio inicial de formação de mudas. Temperatura média abaixo de 140C inibe o crescimento, floração e frutificação; acima de 320C acelera a maturação dos frutos e, acima de 350C por período prolongado, inviabiliza o pólen, impede a plena fertilização e resulta em frutos defeituosos. Temperatura noturna abaixo de 160C resulta em crescimento retardado das plântulas. Entretanto, uma vez estabelecida, a cultura tem certa resistência ao frio.
Como a maioria das solanáceas, responde favoravelmente à termoperiodicidade, com diferença de 6 a 80C entre as temperaturas noturna e diurna. Aparentemente, não é sensível a variações no comprimento do dia, podendo crescer e florescer durante todo o ano. É boa sua tolerância à seca e umidade excessiva. Embora não seja considerada cultura de hábito perene, quando submetida à poda após o primeiro ano de produção, a planta rebrota permitindo novo ciclo de produção.
SOLOS
Preparo do solo e calagem
A berinjela pode ser cultivada em diversos tipos de solos, desde os arenosos até os muito argilosos. Entretanto, desenvolve-se melhor em solos de textura média, profundos, ricos em matéria orgânica, com boa retenção de umidade e bem drenados, uma vez que a cultura não tolera encharcamento.
Antes do preparo do terreno, deve-se retirar amostras de solo da camada de 0-20 cm e, quando possível, da camada subsuperficial (20-40 cm), para realização de análises químicas, imprescindíveis à adequada recomendação de corretivos e fertilizantes. O procedimento para amostragem do solo pode ser encontrado nos Manuais de Recomendação de Adubação ou por meio de consulta a um técnico.
O preparo do solo geralmente consiste de uma a duas arações e duas gradagens. A aração deve atingir a profundidade de 30 cm, sendo seguida por uma gradagem de nivelamento. Em seguida aplica-se o calcário à lanço, distribuído de maneira uniforme no terreno, incorporando-o na camada de 0 a 20 cm de forma homogênea por meio de uma segunda gradagem. A calagem deve ser realizada com antecedência em relação ao plantio, com tempo suficiente para que o calcário reaja no solo, o que leva em torno de 60 a 90 dias e só ocorre na presença de umidade. Deve-se utilizar preferencialmente o calcário dolomítico. O calcário calcinado, de maior custo, pode ser uma boa opção para casos em que se tenha urgência para o plantio, visto que reage em cerca de 15 dias.
Para maior eficiência dos fertilizantes aplicados e melhor desenvolvimento das plantas de berinjela recomenda-se correção do pH a valores 5,5 a 6,5 e saturação por bases em torno de 70%. A quantidade de calcário a ser aplicada dependerá do resultado da análise de solo e pode ser calculada utilizando-se de um dos critérios descritos a seguir:
Antes do preparo do terreno, deve-se retirar amostras de solo da camada de 0-20 cm e, quando possível, da camada subsuperficial (20-40 cm), para realização de análises químicas, imprescindíveis à adequada recomendação de corretivos e fertilizantes. O procedimento para amostragem do solo pode ser encontrado nos Manuais de Recomendação de Adubação ou por meio de consulta a um técnico.
O preparo do solo geralmente consiste de uma a duas arações e duas gradagens. A aração deve atingir a profundidade de 30 cm, sendo seguida por uma gradagem de nivelamento. Em seguida aplica-se o calcário à lanço, distribuído de maneira uniforme no terreno, incorporando-o na camada de 0 a 20 cm de forma homogênea por meio de uma segunda gradagem. A calagem deve ser realizada com antecedência em relação ao plantio, com tempo suficiente para que o calcário reaja no solo, o que leva em torno de 60 a 90 dias e só ocorre na presença de umidade. Deve-se utilizar preferencialmente o calcário dolomítico. O calcário calcinado, de maior custo, pode ser uma boa opção para casos em que se tenha urgência para o plantio, visto que reage em cerca de 15 dias.
Para maior eficiência dos fertilizantes aplicados e melhor desenvolvimento das plantas de berinjela recomenda-se correção do pH a valores 5,5 a 6,5 e saturação por bases em torno de 70%. A quantidade de calcário a ser aplicada dependerá do resultado da análise de solo e pode ser calculada utilizando-se de um dos critérios descritos a seguir:
1. Método da elevação da porcentagem de saturação por bases:
t ha-1 de calcário = (V2–V1)T/PRNT, em que:
V2 = 70% (saturação por bases desejada)
V1 = saturação por bases atual (análise de solo) = [(Ca2+ + Mg2+ + K+) x 100]/T
T= capacidade de troca catiônica a pH 7,0 [Ca2+ + Mg2+ + K+ + (H + Al)] em cmolc dm-3
PRNT = poder relativo de neutralização total do calcário a ser aplicado.
t ha-1 de calcário = (V2–V1)T/PRNT, em que:
V2 = 70% (saturação por bases desejada)
V1 = saturação por bases atual (análise de solo) = [(Ca2+ + Mg2+ + K+) x 100]/T
T= capacidade de troca catiônica a pH 7,0 [Ca2+ + Mg2+ + K+ + (H + Al)] em cmolc dm-3
PRNT = poder relativo de neutralização total do calcário a ser aplicado.
2. Método da neutralização do Al3+ e fornecimento de Ca2+ + Mg2+:
t ha-1 de calcário = Y [Al3+ - (5,0 x t/100)] + [3,0 – (Ca2+ + Mg2+)] x 100/PRNT
em que:
Y = fator que varia com a capacidade tampão de acidez do solo, a ser definido de acordo com a textura. Para solos arenosos (0-15% de argila), de textura média (15-35), argilosos (35-60) e muito argilosos (60-100% de argila) utiliza-se valores Y de 0,5; 1,5; 2,5 e 3,5, respectivamente.
t = capacidade de troca catiônica efetiva (Ca2+ + Mg2+ + K+ + Al3+) em cmolc dm-3
PRNT = poder relativo de neutralização total do calcário a ser aplicado.
O plantio da berinjela pode ser realizado em sulcos ou covas. O sulco deve ter aproximadamente 20 cm de profundidade. O espaçamento é de 1,2 a 1,5 m entre fileiras e de 0,7 a 1,0 m dentro da fileira. Para as cultivares híbridas atuais, que apresentam plantas extremamente vigorosas, ou quando se pretende prolongar o período de colheita deve-se optar pelos maiores espaçamentos. A muda deve ser transplantada na mesma profundidade da sementeira, sem enterrar o coleto para evitar a podridão-do-colo.
Adubação
A recomendação de adubação para a berinjela deve ser feita com base nos resultados da análise de solo e seguir orientação técnica. Para Latossolos do Distrito Federal, a Embrapa Hortaliças adota a recomendação de adubação apresentada na Tabela 1. A adubação de plantio deve ser aplicada cerca de 10 dias antes do transplante das mudas, no sulco de plantio, juntamente com 30 t ha-1 (60 m3 ha-1) de esterco de curral curtido ou 10 t ha-1 (20 m3 ha-1) de esterco de galinha. Considerando que a berinjela é muito exigente em magnésio, caso o teor deste elemento no solo esteja abaixo de 1,5 cmolc dm-3, deve-se adicionar 150 kg ha-1 de sulfato de magnésio, atentando para a relação Ca:Mg do solo, que deve ficar em torno de 3-6:1. As adubações em cobertura deverão ser realizadas aos 45 e 90 dias após o transplante com 25 kg ha-1 de N e 25 kg ha-1 de K2O por aplicação. Entretanto, caso tenha sido aplicado esterco de galinha puro no plantio e dependendo do desenvolvimento da planta não há necessidade de adubação nitrogenada em cobertura.
Os estados da região Sudeste, principais produtores de berinjela no Brasil, possuem recomendações de adubação adequadas e calibradas às suas condições de solo e clima. Para São Paulo, as recomendações encontram-se na Tabela 2. Deve-se aplicar 10 a 20 t ha-1 de esterco de curral curtido ou 1/4 dessas quantidades de esterco de galinha, juntamente com a adubação de plantio, cerca de 10 dias antes do transplante das mudas. É recomendável que se aplique também 30 kg ha-1 de S no plantio caso não se utilize adubos contendo enxofre em sua formulação, como o sulfato de amônio, por exemplo. A adubação em cobertura com N e K deve ser parcelada de 4 a 6 vezes, a partir de 30 dias após o transplantio.
As recomendações de adubação para Minas Gerais, visando uma produtividade de 25 a 70 t ha-1, estão apresentadas na Tabela 3. Todo o P (100%) e parte do N e do K (40%) devem ser aplicados antes do plantio, enquanto o restante do potássio e do nitrogênio (60%) deverão ser parcelados ao longo do ciclo, em cobertura, sendo seis aplicações de 10% a cada 15 dias. Deve-se adicionar 20 a 40 t ha-1 de esterco de curral curtido ou 5 a 10 t ha-1 de esterco de galinha, aplicados 10 a 15 dias antes do transplantio, incorporados e bem misturados ao solo, nos sulcos ou nas covas de plantio. As maiores doses deverão ser utilizadas nos solos arenosos.
Na Tabela 4 estão descritas as quantidades de adubos para o cultivo da berinjela no estado do Rio de Janeiro visando obter uma produtividade de 20 a 30 t ha-1. A adubação orgânica, 20 a 30 t ha-1 de esterco de curral ou composto orgânico ou 10 a 15 t ha-1 de cama de aves ou 5 a 8 t ha-1 de esterco de aves, deve ser aplicada 20 a 30 dias antes do transplantio juntamente com 2/3 da dose de P e 1/3 da dose de K. O restante do P (1/3) deve ser aplicado no transplantio das mudas. O resto do K (2/3) será adicionado em duas coberturas junto com o N, a primeira após o transplantio e a segunda 30 dias depois, sendo 1/3 da dose de K e 30 kg ha-1 de N por vez. Se houver sintoma de deficiência de N, aplicar mais uma dose de 30 kg ha-1 de N.
Os estados da região Sudeste, principais produtores de berinjela no Brasil, possuem recomendações de adubação adequadas e calibradas às suas condições de solo e clima. Para São Paulo, as recomendações encontram-se na Tabela 2. Deve-se aplicar 10 a 20 t ha-1 de esterco de curral curtido ou 1/4 dessas quantidades de esterco de galinha, juntamente com a adubação de plantio, cerca de 10 dias antes do transplante das mudas. É recomendável que se aplique também 30 kg ha-1 de S no plantio caso não se utilize adubos contendo enxofre em sua formulação, como o sulfato de amônio, por exemplo. A adubação em cobertura com N e K deve ser parcelada de 4 a 6 vezes, a partir de 30 dias após o transplantio.
As recomendações de adubação para Minas Gerais, visando uma produtividade de 25 a 70 t ha-1, estão apresentadas na Tabela 3. Todo o P (100%) e parte do N e do K (40%) devem ser aplicados antes do plantio, enquanto o restante do potássio e do nitrogênio (60%) deverão ser parcelados ao longo do ciclo, em cobertura, sendo seis aplicações de 10% a cada 15 dias. Deve-se adicionar 20 a 40 t ha-1 de esterco de curral curtido ou 5 a 10 t ha-1 de esterco de galinha, aplicados 10 a 15 dias antes do transplantio, incorporados e bem misturados ao solo, nos sulcos ou nas covas de plantio. As maiores doses deverão ser utilizadas nos solos arenosos.
Na Tabela 4 estão descritas as quantidades de adubos para o cultivo da berinjela no estado do Rio de Janeiro visando obter uma produtividade de 20 a 30 t ha-1. A adubação orgânica, 20 a 30 t ha-1 de esterco de curral ou composto orgânico ou 10 a 15 t ha-1 de cama de aves ou 5 a 8 t ha-1 de esterco de aves, deve ser aplicada 20 a 30 dias antes do transplantio juntamente com 2/3 da dose de P e 1/3 da dose de K. O restante do P (1/3) deve ser aplicado no transplantio das mudas. O resto do K (2/3) será adicionado em duas coberturas junto com o N, a primeira após o transplantio e a segunda 30 dias depois, sendo 1/3 da dose de K e 30 kg ha-1 de N por vez. Se houver sintoma de deficiência de N, aplicar mais uma dose de 30 kg ha-1 de N.
Nutriente
|
teor de P no solo (Mehlich-1) (mg dm-3)
| ||||
< 10
|
10-30
|
30,1-60
|
> 60
|
cobertura
(kg ha-1) | |
plantio (kg ha-1)
| |||||
P2O5
|
300-400
|
200-300
|
100-200
|
50
| |
Nutriente
|
teor de K no solo (mg dm-3)
|
cobertura1/(kg ha-1)
| |||
< 60 | 60 -120 | 120,1-240 | > 240 | ||
plantio (kg ha-1)
| |||||
K2O
|
100-150
|
50-100
|
0-50
|
-
|
50
|
Nutriente
N
|
plantio (kg ha-1)
|
cobertura1/(kg ha-1)
| |||
100
|
50
| ||||
Nutriente
|
plantio (kg ha-1)
|
cobertura
(kg ha-1) | |||
B
|
2
|
--
| |||
Zn
|
4
|
--
|
1/adubação em cobertura deve ser parcelada em 2 vezes, aos 45 e 90 dias após o transplante.
Fonte: EMATER-DF (1987).
Nutriente
|
teor de P no solo (resina) (mg dm-3)
| ||||
< 25
|
25-60
|
> 60
| |||
plantio (kg ha-1)
|
cobertura
(kg ha-1) | ||||
P2O5
|
600
|
320
|
160
|
--
| |
Nutriente
|
teor de K no solo (mg dm-3)
| ||||
< 60
|
60 -120
|
> 120
| |||
plantio (kg ha-1)
|
cobertura1/ (kg ha-1)
| ||||
K2O
|
180
|
120
|
60
|
80-120
| |
Nutriente
N
|
plantio (kg ha-1)
|
cobertura1/ (kg ha-1)
| |||
40
|
80-120
| ||||
Nutriente
|
Zn no solo (mg dm-3)
| ||||
< 0,6
|
> 0,6
| ||||
plantio (kg ha-1)
|
cobertura1/ (kg ha-1)
| ||||
Zn
|
3,0
|
0,0
| |||
Nutriente
N
|
plantio (kg ha-1)
|
cobertura1/ (kg ha-1)
| |||
40
|
80-120
| ||||
Nutriente
|
plantio (kg ha-1)
|
cobertura1/ (kg ha-1)
| |||
B
|
1
|
80-120
|
1/adubação em cobertura deve ser parcelada de 4 a 6 vezes, a partir de 30 dias após o transplantio.
Fonte: Raij et al. (1997).
Fósforo |
Potássio
|
Nitrogênio
| ||||
P no solo (Mehlich-1) (mg dm-3)
|
Dose de P2O5
(kg ha-1) |
K no solo (mg dm-3)
|
Dose de K2O1/ (kg ha-1)
|
Dose de N1/ (kg ha-1)
| ||
Baixo |
200
|
< 50
|
160
|
100
| ||
Argiloso2/
|
Text. média
|
Arenoso
| ||||
< 32
|
< 48
|
< 80
| ||||
Médio |
160
|
51-90
|
120
|
100
| ||
Argiloso
|
Text. média
|
Arenoso
| ||||
32 – 47
|
48 – 79
|
80 – 119
| ||||
Bom |
120
|
91-140
|
80
|
100
| ||
Argiloso
|
Text. média
|
Arenoso
| ||||
48 – 72
|
80 – 120
|
120 – 180
| ||||
Muito bom |
80
|
>140
|
50
|
100
| ||
Argiloso
|
Text. média
|
Arenoso
| ||||
> 72
|
> 120
|
> 180
|
1/aplicar 60% do K e do N em seis coberturas a cada 15 dias após o transplante. 2/ Considera-se como argilosos, de textura média e arenosos aqueles solos com teores maiores que 35, de 15 a 35, e menores que 15% de argila, respectivamente.
Fonte: Ribeiro et al. (1999).
Nutriente
|
teor de P no solo (Mehlich-1) (mg dm-3)
| |||
< 10
|
10-30
|
20,1-30
|
> 30
| |
plantio (kg ha-1)
| ||||
P2O5
|
120
|
90
|
60
|
--
|
Nutriente
|
teor de K no solo (mg dm-3)
| |||
< 45
|
45-90
|
90,1-135
|
> 135
| |
plantio + cobertura1/ (kg ha-1)
| ||||
K2O
|
90
|
60
|
30
|
--
|
Nutriente
N
|
cobertura1/(kg ha-1)
| |||
60
|
1/Realizar duas adubações de cobertura com 1/3 da dose de K e 30 kg ha-1 de N por aplicação, a primeira após o transplantio e a segunda 30 dias depois. Se houver sintoma de deficiência de N, aplicar mais uma dose de 30 kg ha-1de N.
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