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terça-feira, 23 de junho de 2020

PANCS: Beldroega (Portulaca oleracea)



Beldroega (Portulaca oleracea)

Folhosa herbácea prostrada, anual, suculenta, ramificada, com ramos de 20 a 40 cm de comprimento. Sua introdução no País se deu como hortaliça folhosa pelos portugueses, estando hoje dispersa por todo o território brasileiro, sendo em geral, considerada como planta infestante.

Nomes comuns – Beldroega, caaponga, porcelana, bredo-de-porco, verdolaga, berdolaga, beldroega-pequena, beldroega-vermelha, beldroega-da-horta, onze-horas.

Família botânica – Portulacaceae.

Origem – Mediterrâneo, Norte da África e Sul da Europa.

Variedades – Não há a classificação de variedades de forma sistematizada, mas se observa variabilidade em campo. É interessante selecionar localmente plantas que possuem folhas maiores e que produzem grandes maços.

Clima e solo – A beldroega é uma planta que cresce em climas diversos, desde os subtropicais aos tropicais. Desenvolve-se em qualquer tipo de solo, mas produz folhas maiores em solos férteis e com bom teor de matéria orgânica.

Preparo do solo – É geralmente cultivada em áreas pequenas, por vezes somente manejada aproveitando-se a germinação de plantas espontâneas. Assim, as operações são, em geral, feitas manualmente, com auxílio de enxadas. Quando cultivada, os canteiros devem ser semelhantes aos utilizados para alface, com 1,0 a 1,2 m de largura por 10 a 15 cm de altura.

Calagem e adubação – Desenvolve-se plenamente em solos de baixa fertilidade, em função de sua enorme rusticidade, mas visando produzir maços e folhas maiores, recomenda-se a correção do solo e a utilização de composto orgânico, na dosagem de até 3,0 kg/m2 de canteiro, conforme os teores de matéria orgânica no solo. Em cobertura, após cada corte realizado, pode-se aplicar até 1,0 kg/m2 de composto orgânico.

Plantio – A semeadura é feita diretamente no canteiro definitivo a lanço ou em sulcos, ou ainda em pequenas covas distantes 20 a 30 cm entre si. A germinação ocorre a partir de seis a sete dias. Pode-se também produzir as mudas em bandejas para transplantio a partir de 20 dias, quando as plântulas têm de quatro a seis folhas definitivas. É comum em hortas caseiras ou comunitárias aproveitar a germinação espontânea, fazendo-se somente o manejo pelo raleio para o espaçamento desejado. Pode ser cultivada durante todo o ano, mas produz folhas mais largas na primavera e verão.

Tratos culturais – A cultura deve ser mantida sob baixa competição com plantas infestantes, no limpo, por meio de capinas manuais. Apesar de a beldroega ser tolerante à seca, para uma boa produção, com folhas largas, deve-se irrigar, quando em períodos de estiagem, duas a três vezes por semana, conforme as condições climáticas e de solo. Existem relatos quanto ao ataque por alguns insetos desfolhadores (besouros, gafanhotos e formigas), entretanto, a planta apresenta alta capacidade de rebrota e de recuperação.

Colheita e pós-colheita – Inicia-se 75 a 80 dias após a semeadura, podendo produzir de três a sete cortes, espaçados de 30 dias. A cada corte, observa-se tendência de redução no tamanho dos folíolos. Por isso, pode ser interessante a colheita única, com raízes, fazendo-se maços com as plantas inteiras. O ponto ideal de colheita ocorre quando o caule ainda está macio, as folhas bem desenvolvidas e com coloração intensa. No caso de mais de um corte, estes são feitos a 5 ou 10 cm acima da superfície do solo, fazendo-se maços com ramos de 20 a 30 cm. O manuseio da beldroega deve ser feito à sombra. Após o corte dos ramos, faz-se seleção e descarte de partes com defeitos.

Após colhida, assim como a maioria das espécies folhosas, apresenta um pequeno período de conservação. Quando embalados ou colocados em recipientes fechados e colocados na geladeira podem durar um maior tempo. A produção pode alcançar 10 maços com 150 g cada por m2 ou 1,5 kg/m2 a cada corte, sendo comum dois a três cortes até a renovação dos canteiros. As folhas e talos da beldroega são suculentos e podem ser utilizados em saladas, sucos, refogados, cozidos e em caldos, dando a eles uma consistência cremosa.

Figuras 20 e 21: Beldroega, canteiro e detalhes.




segunda-feira, 15 de junho de 2020

Desbaste da Cenoura


O raleio tem como objetivo aumentar a disponibilidade de espaço, água, luz e nutrientes por planta. Na semeadura manual ou mecânica convencional, em que as plântulas são dispostas em fileira contínua, o raleio torna-se uma operação imprescindível para a obtenção de raízes de maior tamanho, mais uniformes e de melhor qualidade.

Deve ser feito de uma só vez, aos 25-30 dias após a semeadura, (Figura 1 e 2) deixando-se um espaço de 4 a 5 cm entre plantas. Espaçamentos entre plantas maiores do que o recomendado vão implicar em menor número de plantas por unidade de área com consequente redução da produção.

Fig. 1. Raleio.  
Fig. 2. Desbaste de plantas excedentes.

Vale salientar que o atraso na realização do raleio, também implica em redução da produção, em decorrência do aumento da competição entre plantas. Na semeaduras de precisão, feitas com semeadeiras pneumáticas e sementes peletizadas, o raleio torna-se uma prática desnecessária, o que contribui para redução dos custos de produção.

o objetivo do desbaste é aumentar a disponibilidade de espaço, água, luz e nutrientes por planta. Na semeadura manual ou mecânica convencional, em que as plântulas são dispostas em fileira contínua, o desbaste toma-se uma operação imprescindível para a obtenção de raízes de maior tamanho e de melhor qualidade, Deve ser feito de uma só vez, aos 25-30 dias após a semeadura,
deixando um espaço de 4 a 5 em entre plantas. Espaçamentos, entre plantas, maiores do que o recomendado vão implicar menor numero de plantas por unidade de área com conseqüente redução da produtividade.
Vale salientar, que o atraso na real ização do desbaste também implica redução da produção, em decorrência do aumento da competição entre plantas (Figura 7). 
Na semeadura mecânica de precisão, em que se usam semeadeiras pneumáticas e sementes pc1etizadas, o desbaste toma-se uma prática desnecessária, contribuindo, assim, para a redução dos custos de mão de obra.






PANCS: Batata-crem ou Raiz-Forte (Armoracia rusticana)


Batata-crem (Armoracia rusticana)

Planta perene, que forma touceira com até 1,0 m de altura, é produzida em pequena escala no Sul do Brasil em quintais domésticos, sendo praticamente desconhecida no resto do país, e mesmo pouco conhecida em grandes cidades da região Sul.

Nomes comuns – Batata-crem, raiz-forte, rabanete-de-cavalo.

Família botânica – Brassicaceae, a mesma do repolho e da couve.

Origem – Europa.

Variedades – Observa-se baixa variabilidade no Brasil.

Clima e solo – Produz sob temperaturas amenas na região Sul. Sob essas condições climáticas, adapta-se a solos bem drenados de textura mediana e ricos em matéria orgânica. Não tolera encharcamento e calor.

Preparo do solo – O preparo do solo é habitualmente feito de forma manual. Devendo-se dar atenção ao preparo das covas, as quais devem ser altas, com cerca de 20 cm de altura em relação ao solo, de modo a permitir boa drenagem.

Calagem e adubação – Recomenda-se a calagem em função da análise de solo, visando atingir pH entre 5,5 e 6,0, e a utilização de composto orgânico, na dosagem de até 3,0 kg/m2 de canteiro, conforme os teores de matéria orgânica no solo.

Plantio – A propagação é feita, geralmente, por mudas diretamente no local definitivo. O espaçamento recomendado é de 1,0 x 0,5 m.

Pode ser plantado durante o ano todo em locais de clima ameno, desde que haja disponibilidade de água. Em locais mais quentes, com temperaturas médias superiores a 20oC, deve-se iniciar o plantio entre março e junho.

Tratos culturais – Recomenda-se manter as plantas infestantes sob controle, por meio de capinas manuais e Irrigar, de acordo com a necessidade da cultura, normalmente duas a três vezes por semana em períodos secos.

Deve-se também monitorar constantemente a lavoura de forma a evitar que as plantas sejam danificadas por insetos desfolhadores (besouros, vaquinhas, idiamins, formigas e gafanhotos).

Colheita e pós colheita – A colheita é feita 4 a 5 meses após o plantio, assim que as folhas atingem cerca de 30 a 40 cm de comprimento. A produtividade pode variar em torno de 100 g/ planta semanalmente, perdurando por meses, com a precaução de sempre deixar uma boa reserva na planta (5 a 6 folhas).

As folhas são, em geral, consumidas refogadas ou cozidas em sopas. As raízes particularmente picantes, são consumidas em saladas ou cozidas em sopas.



Armoracia (por vezes designada como armorácia) é o género botânico a que pertence a raiz-forte, espécie representativa do género e que é também conhecida pelo nome de rábano-bastardo, rábano-de-cavalo, rábano-picante, rábano-rústico, rábano-silvestre, rábano-silvestre-maior, rabão-silvestre, rabão-rústico, rabiça-brava, rabo-de-cavalo ou saramago-maior, cujo nome científico é Armoracia rusticana (ou Cochlearia armoracia, Armoracia lapathifolia, Nasturtium armoracia, Radicula armoracia ou Rorippa armoracia). É uma planta perene, herbácea, da família das Brassicaceae (a que também pertence o nabo, a couve e a mostarda). As folhas radicais (junto à raiz) são grandes e oblongas. As folhas caulinares são lanceoladas. Tem flores brancas, com quatro pétalas inteiras. O fruto é uma silíqua pequena, de cerca de 4 mm de comprimento.

Segundo alguns autores, é nativa do norte temperado da Europa. Segundo outros, do Sudoeste da Ásia. Cresce até 1,5 metros de altura. As suas raízes, tuberosas e pontiagudas, são apreciadas como condimento picante e são ricas em vitamina C, mas as folhas também são comestíveis. Algumas comunidades judaicas utilizam-na ou utilizaram-na como “erva-amarga” durante a comemoração do Pessach. É também utilizado na preparação de molhos para acompanhar carne guisada, salsichas ou peixe defumado. É usado como sucedâneo do wasabi – sendo, para esse efeito, tingido com corante alimentar verde.

A raiz, por si mesma, não tem grande sabor, contudo, quando é cortada ou ralada, algumas enzimas das células danificadas da planta desdobram sinigrina, por hidrólise, de forma a produzir alil-isotiocianato (ou óleo de mostarda) – irritante para os seios da face e para os olhos. Quando se rala a raiz-forte, esta deve ser usada imediatamente ou misturada com vinagre, já que a raiz, exposta ao ar e ao calor, escurece e perde o sabor, tornando-se asperamente amarga.

Em Portugal é cultivada na região de Vila Nova de Milfontes, mas é amplamente utilizada no resto do mundo. Acredita-se que cerca de dois terços da produção mundial desta planta seja produzida na pequena região de Collinsville, no Illinois, Estados Unidos, que se auto-intitula “Capital Mundial da Raiz-forte”, até porque se exporta daí, como produto de luxo, até para locais onde o consumo da planta é mais habitual.

A raiz-forte contém potássio, cálcio, magnésio e fósforo, bem como óleos voláteis, como o óleo de mostarda, que tem propriedades antibióticas. Fresca, a planta tem 177,9 mg/100 g de vitamina C. A enzima peroxidase, encontrada na planta, é muito usada em biologia molecular, por exemplo, para a detecção da ligação de um antígeno a um anticorpos.

A planta é cultivada desde a antiguidade. Catão discute a planta nos seus tratados sobre agricultura. Um mural em Pompeia, onde a planta está representada, sobreviveu até à actualidade. É, provavelmente, a planta que Plínio, o Velho menciona na sua Naturalis Historia, sob o nome de Armoracia, onde a recomenda pelas suas qualidades medicinais. É provável, também, que seja o rabanete silvestre referido pelos antigos gregos como raphanos agrios.

Tanto as raízes como as folhas foram usadas em todo o mundo com intuitos medicinais durante a Idade Média, e como condimento, principalmente na Dinamarca e Alemanha. Antes do uso generalizado da pimenta e do piri-piri, a raiz-forte e a mostarda eram as únicas especiarias picantes utilizadas na Europa.

William Turner (não o pintor, mas o botânico, 1508-1568) menciona a planta como Red Cole no seu “Herbal” (1551-1568), mas não a refere como condimento. No “The Herball, or Generall Historie of Plantes” (1597), John Gerard descreve-a sob a designação de raphanus rusticanus, já que a planta é espontânea em diversas partes de Inglaterra. Depois de indicar as suas propriedades medicinais, este autor refere que os alemães a usavam, juntamente com vinagre, para acompanhar peixe, tal como os ingleses usavam a mostarda.

O rábano carimbado com um pouco de vinagre colocado para o efeito, é comumente usado entre os alemães para molho de comer peixe é tal como nós usamos a mostarda para codimentar carne.
É também ainda muito usado na culinária judaica, num molho agridoce, designado como chrain, que acompanha o gefilte fish. Existem duas variedades de chrain— chrain vermelho e chrain branco, isto é, misturado, ou não, com beterraba vermelha.

A raiz-forte é comumente usada na preparação do falso wasabi, mesmo no Japão. (Wikipedia)

Semana passada, em uma volta pelo Mercado Municipal, encontrei a própria raiz para o Crem (ver foto no início da matéria). É claro que eu tinha de sentir a sensação de preparar meu próprio Crem, não que tenha muito segredo.

Caso você consiga encontrar as raízes eArmoracia (por vezes designada como armorácia) é o género botânico a que pertence a raiz-forte, espécie representativa do género e que é também conhecida pelo nome de rábano-bastardo, rábano-de-cavalo, rábano-picante, rábano-rústico, rábano-silvestre, rábano-silvestre-maior, rabão-silvestre, rabão-rústico, rabiça-brava, rabo-de-cavalo ou saramago-maior, cujo nome científico é Armoracia rusticana (ou Cochlearia armoracia, Armoracia lapathifolia, Nasturtium armoracia, Radicula armoracia ou Rorippa armoracia). É uma planta perene, herbácea, da família das Brassicaceae (a que também pertence o nabo, a couve e a mostarda). As folhas radicais (junto à raiz) são grandes e oblongas. As folhas caulinares são lanceoladas. Tem flores brancas, com quatro pétalas inteiras. O fruto é uma silíqua pequena, de cerca de 4 mm de comprimento.

Segundo alguns autores, é nativa do norte temperado da Europa. Segundo outros, do Sudoeste da Ásia. Cresce até 1,5 metros de altura. As suas raízes, tuberosas e pontiagudas, são apreciadas como condimento picante e são ricas em vitamina C, mas as folhas também são comestíveis. Algumas comunidades judaicas utilizam-na ou utilizaram-na como “erva-amarga” durante a comemoração do Pessach. É também utilizado na preparação de molhos para acompanhar carne guisada, salsichas ou peixe defumado. É usado como sucedâneo do wasabi – sendo, para esse efeito, tingido com corante alimentar verde.

A raiz, por si mesma, não tem grande sabor, contudo, quando é cortada ou ralada, algumas enzimas das células danificadas da planta desdobram sinigrina, por hidrólise, de forma a produzir alil-isotiocianato (ou óleo de mostarda) – irritante para os seios da face e para os olhos. Quando se rala a raiz-forte, esta deve ser usada imediatamente ou misturada com vinagre, já que a raiz, exposta ao ar e ao calor, escurece e perde o sabor, tornando-se asperamente amarga.

Em Portugal é cultivada na região de Vila Nova de Milfontes, mas é amplamente utilizada no resto do mundo. Acredita-se que cerca de dois terços da produção mundial desta planta seja produzida na pequena região de Collinsville, no Illinois, Estados Unidos, que se auto-intitula “Capital Mundial da Raiz-forte”, até porque se exporta daí, como produto de luxo, até para locais onde o consumo da planta é mais habitual.

A raiz-forte contém potássio, cálcio, magnésio e fósforo, bem como óleos voláteis, como o óleo de mostarda, que tem propriedades antibióticas. Fresca, a planta tem 177,9 mg/100 g de vitamina C. A enzima peroxidase, encontrada na planta, é muito usada em biologia molecular, por exemplo, para a detecção da ligação de um antígeno a um anticorpos.

A planta é cultivada desde a antiguidade. Catão discute a planta nos seus tratados sobre agricultura. Um mural em Pompeia, onde a planta está representada, sobreviveu até à actualidade. É, provavelmente, a planta que Plínio, o Velho menciona na sua Naturalis Historia, sob o nome de Armoracia, onde a recomenda pelas suas qualidades medicinais. É provável, também, que seja o rabanete silvestre referido pelos antigos gregos como raphanos agrios.

Tanto as raízes como as folhas foram usadas em todo o mundo com intuitos medicinais durante a Idade Média, e como condimento, principalmente na Dinamarca e Alemanha. Antes do uso generalizado da pimenta e do piri-piri, a raiz-forte e a mostarda eram as únicas especiarias picantes utilizadas na Europa.

William Turner (não o pintor, mas o botânico, 1508-1568) menciona a planta como Red Cole no seu “Herbal” (1551-1568), mas não a refere como condimento. No “The Herball, or Generall Historie of Plantes” (1597), John Gerard descreve-a sob a designação de raphanus rusticanus, já que a planta é espontânea em diversas partes de Inglaterra. Depois de indicar as suas propriedades medicinais, este autor refere que os alemães a usavam, juntamente com vinagre, para acompanhar peixe, tal como os ingleses usavam a mostarda.

O rábano carimbado com um pouco de vinagre colocado para o efeito, é comumente usado entre os alemães para molho de comer peixe é tal como nós usamos a mostarda para codimentar carne.
É também ainda muito usado na culinária judaica, num molho agridoce, designado como chrain, que acompanha o gefilte fish. Existem duas variedades de chrain— chrain vermelho e chrain branco, isto é, misturado, ou não, com beterraba vermelha.

A raiz-forte é comumente usada na preparação do falso wasabi, mesmo no Japão. (Wikipedia)

Semana passada, em uma volta pelo Mercado Municipal, encontrei a própria raiz para o Crem (ver foto no início da matéria). É claro que eu tinha de sentir a sensação de preparar meu próprio Crem, não que tenha muito segredo.

Caso você consiga encontrar as raízes e queira preparar o Crem, comece descascando, deixando apenas a parte branca. Depois, pique em pedaços pequenos e processe bem.

Você deve fazer por etapas, colocando o resultado de cada uma em um pote de vidro e cobrindo com vinagre. Eu utilizei vinagre de maçã, mas você pode usar o de sua preferência.

Depois de preparado, é só tampar o vidro e guardar em geladeira. Tenha certeza que não poderá mais faltar Crem em sua casa.

 queira preparar o Crem, comece descascando, deixando apenas a parte branca. Depois, pique em pedaços pequenos e processe bem.

Você deve fazer por etapas, colocando o resultado de cada uma em um pote de vidro e cobrindo com vinagre. Eu utilizei vinagre de maçã, mas você pode usar o de sua preferência.


Depois de preparado, é só tampar o vidro e guardar em geladeira. Tenha certeza que não poderá mais faltar Crem em sua casa.



sexta-feira, 5 de junho de 2020

PANCS: Azedinha (Rumex acetosa)



Azedinha (Rumex acetosa)

Hortaliça folhosa cultivada em regiões de clima ameno do Rio Grande do Sul a Minas Gerais, podendo ser esporadicamente encontrada em regiões de altitude (acima de 1000m) da Região Centro-Oeste. É uma herbácea perene, que atinge até 20 cm de altura e forma touceiras com dezenas de propágulos. Raramente floresce nas condições climáticas brasileiras. Na verdade, observa-se esporadicamente o pendoamento com a emissão de propágulos aéreos.

Nomes comuns – Azedinha, salada-pronta, devido a seu característico sabor ácido (avinagrado).

Família botânica – Polygonaceae.

Origem – Não se sabe ao certo sua origem, mas é encontrada em estado silvestre em regiões de clima ameno da Europa e da Ásia.

Variedades – Existe alguma variabilidade, com folhas mais ou menos largas e eretas e de diferentes tons de verde-claro, além de variação no paldar quanto à acidez. Na prática, o que ocorre é a seleção e a manutenção de variedades locais.

Clima e solo – Exige clima ameno, com extremos de temperatura entre 5ºC e 30ºC. Não tolera o calor excessivo, tendo seu crescimento prejudicado acima de 30ºC. Possui boa tolerância ao frio, inclusive geadas, mas abaixo de 5ºC por longo período, o tamanho das folhas é sensivelmente reduzido. Os solos devem ser bem drenados, não compactados e com bom teor de matéria orgânica.

Preparo do solo – O plantio deve ser feito em canteiros semelhantes aos utilizados para alface, com 1,0 a 1,2 m de largura por 10 a 15 cm de altura. Como é geralmente cultivada em áreas pequenas, as operações são feitas manualmente, com auxílio de ferramentas manuais.

Calagem e adubação – Quando necessário, efetuar a correção da acidez do solo, com antecedência de pelo menos 60 dias do plantio, e aplicar a quantidade e o tipo de calcário com base na análise de solo, buscando pH entre 5,8 e 6,3. Como não há recomendação específica para azedinha, sugere-se a adubação para alface reduzindo, no entanto, os níveis à metade do recomendado devido à sua rusticidade. Assim, recomenda-se até 200 kg/ha de P2O5, 60 kg/ha de K2O, 20 kg/ha de N e 25 ton/ ha de esterco de curral no plantio (Comissão, 1999). Deve-se aplicar 20% do potássio (K)e do nitrogênio (N) no plantio e o restante parcelado mensalmente a partir da primeira colheita.

Plantio – A propagação é feita através de propágulos desmembrados das touceiras. Estes podem ser plantados em recipientes para posterior transplantio ou direto no local definitivo com espaçamento de 20 cm a 25 cm entre plantas.

Em regiões de clima ameno, o cultivo pode ser realizado o ano inteiro, desde que haja umidade para seu desenvolvimento. Em regiões tropicais com verão quente e inverno ameno, o plantio pode ser realizado de março a julho.

Tratos culturais – A azedinha é uma planta rústica, com baixas exigências. Deve-se capinar e irrigar conforme a necessidade, dando-se maior atenção ao período seco quando se faz necessário um maior aporte de água, por se tratar de planta perene. Outras atividades necessárias a boa condução da lavoura são o desmembramento dos propágulos das touceiras, quando as plantas estiverem muito adensadas, e o monitoramento quanto a infestação de formigas cortadeiras, cupins e besouros desfolhadores (vaquinhas e idiamim). Caso haja infestação dessas pragas, deve-se efetuar o controle manualmente (catação) ou pela aplicação de caldas repelentes ou inseticidas (à base de fumo, pimenta, alho, nim indiano etc.) quando do início da ocorrência. Se a infestação for muito alta, recomenda-se podar as partes mais atacadas e renovar os canteiros. Atenção também deve ser dada a incidência de nematoides do gênero Meloidogyne, os quais podem causar redução no crescimento das plantas.

Colheita e pós-colheita – A colheita tem inicio 50 - 60 dias após o plantio, retirando-se as folhas à medida que elas atingem um bom tamanho (entre 10 e 20 cm) e prolonga-se até seis meses, quando normalmente os canteiros são renovados. A produção varia de dois a três maços (com aproximadamente 100g) por semana por metro. Assim, obtém-se produtividade de 4 kg/m2 ou o equivalente a 40 ton/ha, lembrando-se que normalmente a azedinha é plantada em pequenas hortas.

As folhas da azedinha são consumidas in natura em saladas ou cozidas em sopas e molhos, conferindo um agradável sabor ácido. Após colhida, assim como todas as folhosas, possui vida útil curta em torno de um dia. Entretanto, se colocadas em bandejas de isopor com filme plástico, sacos plástico ou recipiente fechado, pode ser mantida na gaveta da geladeira por 2 ou 3 dias.


Figuras 16 e 17: Azedinha, canteiro e detalhes



terça-feira, 2 de junho de 2020

PANCS: Ariá (Calathea allouia)



Ariá (Calathea allouia)

Planta perene que forma touceiras com folhagem exuberante, inclusive com potencial como ornamental. Nas touceiras, ocorre a produção de caule rizomatoso usado como propágulo e de batatas subterrâneas de coloração amarela. No Brasil, é utilizada em comunidades rurais da Amazônia, sendo pouco conhecida no restante do país e mesmo em centros urbanos amazônicos como Manaus e Belém.

Nomes comuns – Ária, variá, batata-de-índio.

Família botânica – Marantaceae.


Origem – É originário da Amazônia e praticamente desconhecido no restante do País, sendo raramente encontrado mesmo nas cidades da Amazônia como Manaus ou Belém.

Variedades – Observa-se variabilidade com relação a porte, formato das folhas e raízes.

Clima e solo – Produz melhor sob temperaturas elevadas. Extremamente rústica, adapta-se a vários tipos de solo, mas têm apresentado melhor produção em solos leves, arenosos.

Preparo do solo – O plantio deve ser feito em leiras (camalhões), com 1,0 a 1,2 m de largura por 0,2 a 0,3 m de altura.

Calagem e adubação – Por sua rusticidade, produz mesmo em solos depauperados. Recomenda-se a utilização de composto orgânico, até 3,0 kg/m2, conforme o teor de matéria orgânica no solo.

Plantio - A propagação é feita por mudas obtidas na base da touceira, porções de caule rizomatoso (estruturas de reserva), plantadas diretamente no local definitivo. O espaçamento recomendado é de 1,5 a 2,0 m x 0,8 a 1,0 m.

Pode ser plantado durante o ano todo em locais de clima quente, desde que haja disponibilidade de água. Em outras regiões, o plantio deve ser feito no início do período chuvoso quando em localidades com seca bem definida ou na primavera em regiões com temperaturas mais amenas.

Tratos culturais – Deve-se manter as plantas infestantes sob controle, por meio de capinas manuais. A espécie apresenta grande adaptação a diversas condições edafoclimáticas, sendo raramente atacada por pragas, a não ser esporadicamente por desfolhadoras.

Colheita e pós-colheita – A colheita das batatas é feita 7 a 8 meses após o plantio, quando as batatas atingem o tamanho em torno de 10 cm. A produtividade pode variar de 2 a 3 kg/planta ou 10 a 20 ton/ha. As batatas são, em geral, consumidas em saladas, como purê, ensopados, em caldeiradas, etc.


Figuras 14 e 15: Ariá, parte aérea e tubérculos