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quinta-feira, 27 de outubro de 2016

Cultivo e Propriedades do Cominho (Cuminum cyminum)


O cominho (Cuminum cyminum), também chamado de cominho verdadeiro, é uma erva cujas sementes (realmente frutos secos contendo a semente) são usadas como especiaria em vários tipos de alimentos, sendo também usadas para fins medicinais. Esta erva é normalmente bastante ramificada, com folhas em forma de fios finos, e pode atingir de 20 a 80 cm de altura. Suas sementes são frequentemente confundidas com as sementes da alcaravia, mas estas têm um sabor levemente diferente.

Clima

A faixa de temperatura ideal para o cultivo do cominho é de 10°C a 26°C, sendo que esta planta não suporta bem nem baixas temperaturas e nem clima muito quente e seco. Ventos fortes e chuvas pesadas podem causar danos para as plantas.

Luminosidade

Esta planta necessita de luz solar direta pelo menos por algumas horas diariamente.

Solo

Cultive em solo bem drenado, fértil e rico em matéria orgânica. Embora possa tolerar solos mais ácidos, a faixa ideal de pH do solo é de 6,8 a 8,3.

Irrigação

Irrigue de forma a manter o solo úmido, sem que fique encharcado. O solo pode quase secar antes que uma nova irrigação seja feita, porém mantenha o solo úmido se a temperatura ambiente estiver alta. Esta erva é sensível tanto a falta quanto ao excesso de água.

Plantio

As sementes podem ser semeadas no local definitivo ou em sementeiras, com as mudas sendo transplantadas quando estiverem grandes o bastante para serem manuseadas (5 a 10 cm de altura). As sementes podem ficar a aproximadamente 5 mm de profundidade. A germinação leva geralmente de 1 a 3 semanas, mas pode ser apressada deixando as sementes na água por 1 dia.
O espaçamento recomendado para o cultivo é de 40 cm entre as linhas de plantio e de 15 a 25 cm entre as plantas. O cominho também pode ser cultivado em vasos e jardineiras.

Tratos culturais

Retire as plantas invasoras que estejam concorrendo por nutrientes e recursos.

Colheita

A colheita pode ser feita geralmente de três a quatro meses após o plantio, quando as plantas começarem a secar e os frutos estiverem mudando de coloração. Corte ou arranque as plantas e deixe-as penduradas, invertidas, com um tecido ou recipiente abaixo para receber as sementes que se desprenderem, até que estejam completamente secas.

Cominho Auxilia na Digestão: Cominho Mostrou-se ser muito benéfico para a digestão. As Sementes de cominhos ajudar na secreção de enzimas pancreáticas, que Auxilia na Digestão e ajuda na absorção dos nutrientes. Além de Auxilia na secreção de ácidos biliares. O Cominho contém um composto chamado cuminaldehyde que ativa a glândula salivar e facilita a digestão dos alimentos.
Benefícios do Cominho Para a Memória: Estudos Realizados mostrou-se que o Cominho aumentar a memória de uma pessoa. Pois, ele ajuda a manter a acetilcolina no cérebro, que ajuda a reter a memória. Cominho também contém antioxidantes que são úteis para aumentar a memória. Além disso, Ele também ajuda Para uma rápida recuperação de amnésia.
Cominho Reduz o estresse e insônia: O Cominho ajuda na indução do sono. Ele é uma boa fonte de vitamina B, que ajuda na melhoria do sono. Verifique que os óleos essenciais do Cominho podem desencadear o sono devido aos seus efeitos hipnóticos. uma boa forma e comer uma Banana e Cominho antes de dormir para induzir o sono.
Benefícios do Cominho contra infecções: Cominho tem propriedades anti-sépticas e anti-microbianas. Ele mantém várias infecções virais na baía. Eles ajudam a impulsionar a imunidade do corpo. Além disso, o Cominho mostrou-se ser muito benéfica para os órgãos respiratórios. Devido à sua natureza quente que ajuda a suprimir a formação de muco. A Constipação podem ser prevenida por o consumo de cominho, já que contém Vitamina C e ferro, portanto, melhorá a imunidade e as infecções ficaram longe. Ele também fornece com grande alívio quando as sementes de Cominho são tomadas junto com a água quente, as folhas de Manjericão e mel. Dor de garganta, gripe e outras infecções virais também são proibidos por ele.
Cominho Previne a Anemia: Cominho por ser uma excelente fonte em ferro, ele ajuda na formação de hemoglobina e de eritrócitos aumentado no sangue. Hemoglobina ajuda na transferência de oxigénio a diferentes partes do corpo do organismo. O alto consumo de oxigênio ajuda a fazer uma pessoa a elimina fadiga e tonturas.
Benefícios do Cominho Contra o Câncer: Cominho é rico em antioxidantes e em vários óleos essenciais. Eles ajudam na secreção de enzimas anti-cancerígenos de glândulas. portanto ajuda a prevenir o crescimento de células cancerosas. Ele é conhecido por proporcionar um forte atividade captadora de radical. Eugenol e limoneno no Cominho tem fortes propriedades anti-tumorais. Eles são úteis na prevenção de Câncer de cólon, mama, fígado e de estômago.

Outros Benefícios do Cominho

  • Alta quantidade de ferro e cálcio faz com que o Cominho seja realmente útil para mulheres que amamentam, pois ajuda na secreção de leite.
  • Cominho é um anti-congestiva da natureza e é útil contra vários problemas respiratórios como a Asma e bronquite.
  • Cominho possuir alto teor de fibra dietética.Portanto ele ajuda contra problema de constipação.

Benefícios do Chá de Cominho


O chá de cominho é recomendado em inúmeras situações desde desintoxicação do organismo, até mesmo o tratamento de transtornos digestivos. O cominho é composto por propriedades positivas para o fígado, pois os benefícios encontrados nesse condimento faz com que estimule o desempenho das funções do fígado. Além de conter uma grande quantidade de ferro, o cominho é composto de benefícios anti-sépticos. Sem falar que a semente de cominho apresenta propriedades que evitam o câncer. Consumir o cominho é bom para melhorar o funcionamento do organismo e fazer com que ele absorva os nutrientes de uma forma mais rápida. Saiba mais em : Benefícios do Chá de Cominho.

Benefícios do Chá de Cominho

O cominho pertence a família das Umbelíferas. Essa planta se dá uma vez no ano. Suas raízes são brancas, seu é caule levantando, com diversos ramos, e chega a crescer até 40cm de altura. São plantas com um cheiro bastante forte e fazem parte das espécies oleaginosas. Sua principal função é como condimento. O cominho pode ser usado tratamento de complicações nervosas do estômago e também do intestino, bastante utilizada também contra o ingurgitamento dos seios e dos testículos e a cera dos ouvidos. Podemos encontrar o cominho em diversas maneiras, como essência, infusão, tintura etérea e em pó.
As partes utilizadas do cominho são suas folhas e também as sementes. O cominho pode ser utilizado de três maneiras, pode ser tratados diversos problemas de saúde com o chá de cominho, depois que suas folhas estiverem secas. As sementes do cominho são usadas para preparar salsichas e licores. As sementes moídas ou inteiras do cominho são usadas para temperar assados, pães, carnes, sopas, assados, doces, bolos, queijos, entre outros alimentos.

O chá de Cominho é utilizado nos seguintes tratamentos

  • Comer todos os dias as sementes de cominho impulsiona a secreção das enzimas do pâncreas, o que faz com que o organismo faça a obsorção completa dos nutrientes encontrados nos alimentos;
  • Certas vezes o cominho age como laxante, mas é preciso salientar que existem dosagens corretas para adquirir esses benefícios;
  • O cominho age como cicatrizador de ferimentos, que encontram-se até mesmo na região anal, ele contém propriedades antifúngico e antimicróbico;
  • O óleo de cominho é usado como um relaxante natural;
  • Complicações digestivas podem ser tratadas com esse condimento;
  • O cominho contém uma alta quantidade de ferro e timol, auxilia produção de leite materno;
  • Conduz o fígado para o bom desenvolvimento;
  • O cominho contém propriedades antissépticas, que auxilia na melhor desempenho para limpar o organismo;
  • O chá de cominho quando quente é pode tratar casos de asma e bronquite.
  • Acabe com os gases com ajuda do cominho;
  • O cominho age contra a anemia, pois contém uma grande quantidade de ferro que a o elemento principal pra evitar essa doença;
  • O óleo de cominho age no tratamento de resfriados e é um estimulante para a memória;
  • Muito usada também para dar forças aos cabelos e a pele, pois contém altas doses de vitamina E, fósforo e timol, que agem em combate as toxinas e previnem o aparecimento de acnes e furúnculos;
  • O óleo de cominho pode ser usado de diversas formas. Esse óleo pode ser utilizado no tratamento de picadas de inseto e fungos.

Chá de Cominho – Debilidade gastrintestinal

Ingredientes
  • 1 xícara de chá de água fervente
  • 2g de semente de cominho
Modo de fazer
Coloque em xícara (de chá) com água fervente, colocar 2g de semente de cominho. Abafe por mais ou menos 10 minutos, coar e beber antes de fazer as refeições principais.

Chá de Cominho – Complicações estomacais

Ingredientes
  • 1 xícara de chá de água
  • 1g de semente de cominho
  • 1 pedaço de carqueja
  • 1 g de semente de angélica
Modo de fazer
Ferva por mais ou menos 5 minutos em uma xícara (de chá) com água, 1g de semente de cominho, um pedaço de casca de carqueja e 1g de semente de angélica. Coe e beba antes de fazer as refeições principais.

Chá de cominho – Flatulências intestinais (gases)

Ingredientes
  • 20g de cominho
  • 100 mlde álcool neutro 60º
  • Um pouco de água
Modo de fazer
Macere por 5 dias 20g de sementes de cominho em 100ml de álcool neutro 60º. Coe e dilua uma xícara (de chá) em um pouco d’água e beba depois de fazer as refeições mais importantes.

Cominho – Como vinho digestivo

Ingredientes
  • 30g de sementes de cominho
  • 1 litro de vinho branco
Modo de fazer
Macere por 5 dias 30g de sementes de cominho em 1 litro de vinho branco doce. Coe e beba um cálice depois de fazer as refeições mais importantes.

quarta-feira, 19 de outubro de 2016

Manejo de plantas daninhas na Batata


Manejo de plantas daninhas

O ideal é que a cultura da batata não sofra influência de plantas daninhas, que competem por água, nutrientes e luz, além de poderem em alguns casos ter efeito alelopático. Os efeitos mais danosos desta competição são na primeira metade do ciclo de desenvolvimento da cultura, isto é, até os primeiros 30 a 50 dias. No final do ciclo, o efeito das plantas daninhas não se reflete muito na produção, mas o mato pode dificultar fisicamente o processo de colheita.
Dentro da dinâmica do desenvolvimento das plantas daninhas, é importante sempre reduzir a reserva de suas sementes no solo, não as deixando produzir sementes na área. As plantas de batata não competem vigorosamente no início do seu desenvolvimento com as plantas daninhas, sendo que sua habilidade de competição está diretamente relacionada com o estado de dormência, a capacidade de brotação e a ocorrência de crescimento inicial rápido, para produção de grande área foliar para o sombreamento do solo e plantas daninhas. Esta habilidade depende também da arquitetura da planta, que varia entre cultivares.
Para o controle das plantas daninhas, destaca-se o método cultural, que é um conjunto de práticas que possibilitam à cultura melhor competitividade com as plantas daninhas, incluindo a rotação de culturas, utilização de espaçamento e plantio adequados, além do adequado manejo da área após a colheita para evitar a produção de sementes pelas plantas daninhas. Pode-se ainda antecipar o preparo do solo para favorecer a emergência das plantas daninhas, facilitando a sua eliminação antes do plantio, mecânica ou quimicamente.
Em pequenas áreas ou em áreas acidentadas, o controle pode ser realizado por meio de capinas mecânicas, sendo que no cultivo mais tecnificado o uso de herbicidas na época do plantio (pré-plantio ou pré-emergência), seguido de uma ou duas cultivações (tração motorizada), as quais, geralmente, coincidem com a(s) amontoa(s), são mais utilizadas. Os herbicidas devem ser escolhidos em função da sua eficiência, segurança e economicidade, levando-se em conta o programa de rotação de culturas e outras recomendações técnicas para o cultivo.
As plantas que se desenvolvem a partir dos tubérculos que rebrotam (soqueira), em áreas onde são realizadas implantações sucessivas da cultura, também são consideradas daninhas, podendo promover a manutenção de pragas e doenças na área, além de contaminação varietal, devendo estas ser eliminadas após cada cultivo.
Manejo de plantas daninhas e dessecação na cultura de batata.
Pedro J. Christoffoleti Prof. Associado do Depto. de Produção Vegetal - Esalq/USP CP 9 - 13418-900 Piracicaba/SP - pjchrist@esalq.usp.br Marcelo Nicolai - Pós-Graduando em Fitotecnia marcelon@esalq.usp.br-Esalq/USP Juliano F. Barela – Pós-Graduando em Fitotecnia – jfbarela@esalq.usp.br-Esalq/USP
Na horticultura brasileira, especifi-camente na cultura da batata, é encontrada a maior complexidade dos sistemas de produção, visto que seu plantio, manejo e colheita variam com a combinação de fatores climáticos e preço do produto colhido, tornando seu cultivo restrito a determinadas regiões e produtores
especializados. A eficiência do produtor em resolver os problemas fitossanitários que a cultura apresenta é, muitas vezes, o principal fator responsável pelo sucesso de sua exploração comercial, já que os
custos envolvidos com defensivos agrícolas são significativos.
Dentre os problemas fitossanitários, as perdas provocadas pela infestação das plantas daninhas na cultura da batata é um fator que exige do produtor estratégias de manejo adequado, sendo este portanto, o
objetivo principal deste artigo, além de fornecer informações sobre a dessecação da cultura em pré-colheita.


A cultura de batata tem um crescimento vigoroso, que facilita a supressão da infestação das plantas daninhas que emergem tardiamente no ciclo da cultura, simplesmente, pela ocupação do terreno pela cultura através da parte aérea. É fato que, normalmente, é prática dos produtores a operação de amontoa, que consiste no chegamento de terra das entrelinhas na base da planta de batata, o que também promove o controle mecânico da comunidade de plantas daninhas. Sendo assim, a estratégia de executar a operação de amontoa em momento adequado já serve como medida de manejo de plantas daninhas. Por momento adequado da operação de amontoa para o controle de plantas daninhas, entende-se o estádio de desenvolvimento da planta daninha (fase de plântula) em que a operação de amontoa promova o corte ou enterro da mesma. Na operação de amontoa, é importante que o produtor observe também o efeito que esta pode causar sobre o comportamento dos herbicidas aplicados ao solo (pré-emergência).

É comum que áreas produtoras de batata estejam localizadas em solos explorados com outras culturas, especialmente com pastagens. Sendo assim, o manejo de plantas daninhas na cultura da batata deve iniciar-se através da operação de dessecação das gramíneas forrageiras que ocupam estas áreas. Esta operação de dessecação é feita, principalmente, com o herbicida glyphosate (existem várias marcas comerciais no mercado), que por sua característica de atuação como herbicida (produto sistêmico e não
seletivo) elimina todas as plantas e suas partes capazes de reprodução, principalmente as estruturas
especializadas de reprodução destas plantas, como rizomas, estolho e tubérculos da área. É prática comum entre os produtores realizar duas aplicações seqüenciais de glyphosate, em intervalos de 15 a 20 dias, no intuito de, realmente, erradicar as plantas daninhas já estabelecidas na área, bem como, através da segunda aplicação, eliminar o primeiro fluxo de plantas daninhas proveniente de sementes ou eventuais falhas da primeira aplicação.


É também comum entre os produtores de batata revolver o solo antes do plantio da cultura. Este revolvimento pode quebrar a dormência das sementes de plantas daninhas através da aeração do solo
e incidência de luz na semente, o que, para a maioria das sementes de plantas daninhas, já representa um
fator de quebra de dormência. As sementes de plantas daninhas, que sofreram o processo de quebra de
dormência durante o revolvimento do solo, apresentam uma germinação rápida, quando comparado com a emergência dos brotos de batata (8 a 15 dias para emergir).

Esta situação proporciona ao mato uma vantagem competitiva sobre a lavoura. Contudo, essa característica de demora da emissão das hastes a partir dos tubérculos, pode permitir a aplicação de um herbicida de ação não sistêmico e não seletivo para controle das plantas daninhas que emergem antes da cultura. Existe informações de pesquisa que comprovam que, mesmo com até 10 % das hastes rompendo a barreira superficial do solo, é possível aplicar um dessecante de contato (não sistêmico – Paraquat, por exemplo) para dessecar as plântulas de daninhas, reduzindo assim, o banco de sementes não dormentes. Para esta modalidade de aplicação sugere-se a aplicação de Paraquat ou Diquat, na dosagem de 0,4 a 0,6 L/
ha, sem adjuvantes. Essa estratégia de manejo reverte a vantagem competitiva adquirida pelo mato em prol da cultura, sem lhe causar danos produtivos, mesmo deixando a área sob o mato nos dias que antecedem
a emergência da maioria das hastes.

Antes da emergência das hastes, além do Gramoxone e do Reglone, existe ainda a possibilidade do uso
de Sencor (metribuzin) em dosagens de 0,8 a 1,5 L/ha, no entanto, este herbicida apresenta alguma
deficiência no controle de gramíneas. O produto pode ser aplicado sobre a cultura já emergida, na dose mais baixa e com as hastes da batata com até cinco cm de altura. O metribuzin é sugerido em casos de infestações com predominância de folhas largas anuais.

Após a completa emergência da cultura, quando as plantas da batata estão com aproximados 15 a 20 cm
de altura, pode ser observado na entrelinha e mesmo na linha, novas plantas daninhas oriundas de novos
fluxos de emergência do banco de sementes da área. Neste momento, normalmente, é realizado o
processo, já mencionado, denominado de “amontoa”, eliminando esse fluxos mecanicamente.
Quando a cultura atinge em torno de 40 dias após o plantio e foi submetida ao processo de amontoa
há pelo menos dez dias em média, observa-se a necessidade de aplicação de um herbicida do tipo
graminicida. Neste momento, normalmente, as gramíneas estão no estádio de início de perfilhamento,
tanto na entrelinha como na linha submetida ao processo de amontoa. Nesta situação, recomenda-se a aplicação de fluazifop-p-butil (Fusilade 125) ou fenoxaprop-ethyl (Podium). Ambos podem ser aplicados na dosagem de 0,7 l/ ha, sem adjuvantes.

Caso as condições climáticas e culturais, após a aplicação do graminicida, forem adequadas, o batatal tende a fechar a entrelinha com suas hastes vigorosas, e isto ocorre em torno dos 50 dias após o
plantio em média, oscilando de acordo com a variedade e o clima. Essa cobertura do solo, com a própria planta da batata, tende a inibir novos fluxos de emergência das plantas daninhas e, assim, dispensar novas medidas de manejo de plantas daninhas. Entretanto, a cultura sofre, constantemente, ataque de pragas e doenças causadoras de desfolhas, como as pragas de épocas secas, a vaquinha, a lagarta-rosca e a mosca-minadora e as doenças, requeima, pinta-preta e canela.
Tais ocorrências abrem espaço para penetração de luz no batatal, provocando novas quebras de dormência do banco de sementes, as quais podem ser controladas através dos mesmos graminicidas já
citados.

Em torno dos 70 dias após o plantio, a cultura, normalmente, inicia a fase de “enchimento” dos tubérculos, que consiste na translocação dos fotoassimilados produzidos nas folhas para os tubérculos. A partir daí, inicia-se um processo fisiológico de redução do vigor das hastes do batatal, com o amarelecimento e queda das folhas, gerando aberturas na folhagem, e assim permitindo incidências de luz solar no solo, propiciando a emergência de algumas plantas daninhas de rápido desenvolvimento que aproveitam o
excesso de nutrientes proveniente da adubação, característico da cultura. No entanto, estas plantas daninhas não devem ser motivo de preocupação dos produtores, pois não irão interferir na produtividade final da cultura, e serão eliminadas através da operação de dessecação normalmente feita em pré-colheita.
Se, por razões diversas, houver um atraso na colheita, recomenda-se o monitoramento da infestação das
gramíneas e possíveis novas aplicações de graminicidas, no intuito de reduzir novas entradas de sementes destas plantas no banco de sementes, e que, conseqüentemente, representaria focos de infestação na cultura subseqüente em rotação.

Antes de detalhar melhor o dessecamento da batata para a colheita, vale ainda lembrar que para o controle de plantas de folhas largas na cultura da batata após a emergência da mesma, não existem herbicidas seletivos registrados para a cultura. Vale também destacar que o uso de haloxyfop (Verdict) na cultura da batata é uma alternativa para eventuais falhas de controle de gramíneas, uma vez que este produto é um excelente graminicida, atuando inclusive em plantas daninhas em estádios mais avançados de desenvolvimento, onde os demais graminicidas não atuam. Contudo, o controle tardio destas plantas pode resultar em danos à produção das plantas de batata, pela interferência do mato.
Na dessecação é importante destacar que esta deve ser feita quando a planta de batata já transferiu ao tubérculo a maior parte de suas reservas nutricionais, quando ocorreu o máximo de enchimento
e ganho de peso dos tubérculos. Neste momento, é usado um produto de contato para dessecar as plantas, sem que haja possibilidades de acúmulo de resíduos do dessecante nos tubérculos. A aplicação de Paraquat (Gramoxone) ou Diquat (Reglone), sem a adição de adjuvantes à calda, para a dessecação pode ser feita tomando cuidado para que a planta da batata não esteja sob condição de estresse hídrico. Tal ocorrência poderia comprometer a qualidade dos tubérculos, pois pode haver acúmulo de resíduos do
dessecante, mesmo que o dessecante não seja sistêmico. Os fabricantes dos dessecantes já citados recomendam a dose de 2,0 L/ha, para ambos os dessecantes, contudo tem sido observado na prática que a aplicação seqüencial de 1,0 L/ha, com as aplicações espaçadas em dois dias de intervalo entre as
pulverizações proporciona melhores resultados que uma única aplicação.



sábado, 15 de outubro de 2016

Cultivo da Jicama (Pachyrhizus erosus)



Originaria do Mexico, pertence à familia das leguminosas. É um tubérculo pouco conhecido, sendo cultivado em climas quentes da América Central, nas regiões dos Andes, Sul da Ásia.
Pode ser consumida  aos cubos, cortada em palitos finos, crus ou cozidos, em frituras, saladas, salada de repolho, sopa, e com outros vegetais e frutas como laranjas, maçãs, cenouras e cebolas, bem como carnes e frutos do mar. A receita mexicana mais comum  é fatia-las e polvilha-las com pimenta em pó, sal e suco de limão.
O Jicama  promove a saúde óssea, aumentando a absorção de cálcio de outros alimentos, protegendo contra a osteoporose. A inulina tem um papel prebiótico no intestino - que promove o "bom"  crescimento de bactérias que mantém tanto um cólon saudável e imunidade equilibrada. É um ótimo alimento para os diabéticos, sendo baixa em calorias para aqueles interessados ​​na redução de peso. Jicama é também uma excelente fonte de fibras e vitamina C - 44% do valor diário por porção. É um poderoso antioxidante que atua na proteção  contra o câncer, inflamação, tosse viral  e infecções. Além  ​​de potássio, a jicama pode ajudar a promover a saúde do coração, uma vez que os vegetais e frutas com  alto índice de potássio estão ligadas a menores riscos de doenças do coração. Jicama contém vitaminas importantes, como folatos, riboflavina, piridoxina, ácido pantotênico, e tiamina, e os minerais magnésio, cobre, ferro e manganês.
Um estudo publicado no British Journal of Nutrition em 2005 mostrou que os alimentos que contêm inulina, como jicama, reduzem  os riscos de câncer de cólon em vários aspectos, que incluem a redução da exposição, bem como o impacto tóxico de substâncias cancerígenas no intestino, e inibindo o crescimento e propagação do cancro do cólon para outras áreas do corpo. Os cientistas concluíram que a  inulina pode reduzir a incidência de câncer colorretal, quando administrado durante as fases iniciais de desenvolvimento do câncer. 
As sementes maduras da Jicama contêm altos níveis de rotenona, um produto químico usado como inseticida e pesticida.  O restante da planta jícama é muito tóxico . 


A jicama (Pachyrhizus erosus) é uma espécie de feijão originária do México e da américa central, e que produz raízes tuberosas que podem ser consumidas cruas ou cozidas. Ricas em inulina, um polissacarídeo do açúcar frutose, suas raízes têm um sabor adocicado e são uma rica fonte de fibras dietéticas. As raízes mais velhas ou maiores podem ser processadas para obtenção de amido.
A jicama é uma trepadeira perene de vida curta que pode atingir 4 ou 5 metros de altura, mas seus ramos, folhas, flores, vagens e feijões não devem ser consumidos, pois contêm retenona, uma substância que é moderadamente tóxica para mamíferos e altamente tóxica para peixes e invertebrados. As vagens colhidas muito jovens, antes dos feijões começarem a crescer, também podem ser consumidas cozidas, mas seu uso é menos comum.
O nome popular jicama vem do espanhol jícama, que por sua vez deriva da palavra náuatle xicamatl, que é o nome desta planta na língua asteca. Esta espécie também pode ser conhecida por vários outros nomes populares, como batata-mexicana, feijão-batata e jacatupé, embora outras espécies de feijão também possam ser conhecidas por estes dois últimos nomes.

Folhas e flores da jicama. A jicama é uma espécie de feijão trepador que produz raízes tuberosas comestíveis. As folhas, flores, vagens desenvolvidas e feijões são tóxicos e não devem ser consumidos

Clima
Cresce melhor em clima quente, não suportando baixas temperaturas. Pode ser cultivada em climas mais amenos se houver pelo menos 5 meses para cultivo sem baixas temperaturas, ou protegidas em estufas, mas as raízes produzidas normalmente serão menores do que as cultivadas em locais de clima mais quente. Clima quente e dias curtos favorecem o crescimento das raízes tuberosas.

Luminosidade
Cultive sob luz solar direta.
Solo
O ideal é que o solo seja leve, profundo, bem drenado, fértil e rico em matéria orgânica.

Irrigação
Irrigue com frequência para que o solo seja mantido sempre úmido, porém sem que permaneça encharcado.

Plantio
A jicama normalmente é propagada por sementes, mas as raízes tuberosas também podem ser usadas para este fim. As sementes podem ser semeadas diretamente no local definitivo, a uma profundidade de aproximadamente 1,5 cm. Também podem ser semeadas em sementeiras ou em sacos plásticos para mudas, fazendo o transplante quando as mudas estiverem bem desenvolvidas.
As raízes tuberosas podem ser usadas no plantio quando estão disponíveis mas não se encontram sementes, ou quando se procura selecionar as melhores raízes das melhores plantas para serem utilizadas em plantios destinados a produção de sementes que serão utilizadas em futuros plantios.
O espaçamento pode ser de 60 a 120 cm entre as linhas de plantio, sendo menor em clima mais ameno onde a colheita será realizada o mais cedo possível e maior em clima mais quente, dependendo também do espaço necessário em cada caso para a realização dos tratos culturais e do uso ou não de tutoramento para as plantas. O espaçamento entre as plantas pode ser de 20 a 25 cm.

Tratos culturais
Embora seja opcional, o ideal é que existam cercas ou treliças com 1 a 3 metros de altura (ou mais) para conduzirem o crescimento das plantas.
Retirar as flores pode favorecer o crescimento das raízes.

Retire as ervas invasoras que estiverem concorrendo por recursos e nutrientes.

As raízes jovens da jicama parecem com nabos. Raízes mais velhas apresentam uma forma mais irregular

Colheita
A colheita geralmente pode ser feita de 5 a 9 meses após o plantio, quando as raízes estão com pelo menos 8 cm de diâmetro. Em clima mais ameno, a colheita deve ser feita antes que a temperatura comece a cair muito (colha se as plantas aparentarem estar debilitadas por conta de temperaturas mais baixas). Em locais de clima quente a colheita é feita mais tarde, quando as raízes estão maiores. As raízes tuberosas continuam a crescer, podendo chegar a pesar 20 kg em alguns anos, mas as raízes mais velhas, com mais de um ano, são menos doces e mais amiláceas do que as mais jovens.
As raízes devem ser desenterradas com cuidado para que não que não sofram cortes ou se quebrem, o que apressa sua deterioração. As raízes intactas podem ser armazenadas por algumas semanas em temperatura ambiente e por alguns meses se mantidas refrigeradas.



quarta-feira, 12 de outubro de 2016

Adubação na Batata


Adubação

As quantidades de corretivos e fertilizantes a serem aplicadas devem ser adequadas a fim de permitir o bom crescimento e desenvolvimento da batata. Doses abaixo do necessário limitam o desenvolvimento da planta. Por outro lado, o excesso pode ocasionar o desenvolvimento anormal da planta, seja devido à toxidez, salinidade, inibição da absorção de determinado nutriente pela presença excessiva de outro, ou mesmo crescimento excessivo das hastes, quando se aplica muito N, por exemplo.
Exigências nutricionais
O conhecimento das quantidades de nutrientes extraídos do solo pela cultura da batata é de suma importância para o manejo adequado da adubação.
A batateira é uma planta de crescimento/desenvolvimento rápido e bastante exigente em nutrientes. Dependendo do nível de produtividade, as quantidades de nutrientes extraídas e exportadas podem variar, embora não haja, necessariamente, uma relação direta entre esses fatores, pois podem existir diferenças na eficiência de utilização dos nutrientes por influência de outros fatores tais como cultivar, teor de água no solo, solo, clima, espaçamento e sanidade. As quantidades aproximadas de nutrientes necessárias para a batata encontram-se na Tabela 1.
Aproximadamente 78% do fósforo (P), 68% do potássio (K), 65% do nitrogênio (N), 65% do enxofre (S), 33% do magnésio (Mg) e 9% do cálcio (Ca) absorvidos pela batateira são acumulados nos tubérculos. Quanto aos micronutrientes, cerca de 49% do cobre (Cu), 45% do boro (B) e 41% do zinco (Zn) absorvidos pela cultura ao longo do ciclo são acumulados nos tubérculos, enquanto a absorção de ferro (Fe) e manganês (Mn) representa 20% e 11%, respectivamente, do total absorvido pela planta de batata.
O momento adequado da aplicação, bem como a época e dose de cada nutriente também é importante para o equilíbrio nutricional da planta para a obtenção de elevada produtividade. Considerando um ciclo de 90 a 110 dias, a absorção máxima de N, P, Ca, Mg e S ocorre na fase inicial de enchimento dos tubérculos (45 a 70 dias após o plantio - DAP). Já o K tem sua absorção mais concentrada entre 40 e 60 DAP. A fase de maior demanda por B ocorre logo após o início da formação de tubérculos, entre 35 e 50 DAP, enquanto a maior exigência por Fe e Mn inicia-se a partir dos 45 DAP e vai até 65 DAP. O Cu e o Zn são absorvidos em maiores proporções na segunda metade do ciclo da cultura.
Existe uma época crítica em que a cultura da batata necessita de praticamente todos os nutrientes disponíveis em quantidades relativamente altas, que vai desde o início da formação dos tubérculos, três a quatro semanas após a emergência, até próximo ao final do ciclo. A fase de enchimento de tubérculos é uma fase crítica em que a disponibilidade de nutrientes e de água no solo deve ser elevada, pois, nesse período, a acumulação de matéria seca e a absorção de nutrientes são muito rápidas. A análise de tecidos vegetais, realizada em laboratório, é um meio eficiente de monitorar o estado nutricional das plantas e, também, ajuda a calibrar as necessidades de fertilizantes na cultura da batata. Por meio dela, deficiências potenciais podem ser detectadas cedo o suficiente para o tratamento dos distúrbios nutricionais durante a estação de crescimento.
Quase todas as partes da planta de batata têm sido utilizadas para avaliar o estado nutricional, tais como: folíolos, pecíolos, folhas, caules, raízes e tubérculos. O pecíolo tem sido um dos órgãos mais utilizado, embora ele não seja o mais adequado para todos os nutrientes e em todas as situações. Pecíolos são, muitas vezes, mais sensíveis a mudanças na concentração de macronutrientes do solo, enquanto lâminas foliares são mais sensíveis às diferenças nos níveis de micronutrientes. Verifica-se que, de modo geral, o estado nutricional das plantas é melhor refletido pela quantificação dos teores dos nutrientes nas folhas do que em outras partes ou órgãos.
Para interpretação dos resultados das análises das partes da planta, podem-se utilizar diversos critérios, como: nível crítico, faixa de suficiência, etc. Porém, no Brasil, a interpretação pelo critério da faixa de suficiência dos nutrientes nas folhas, utilizando tabelas, ainda é o método mais difundido. Como a concentração dos nutrientes varia de acordo com o órgão da planta amostrado e a época de amostragem, estes aspectos devem ser considerados por ocasião da definição da referência para fins de comparação (Tabela 2).
No Estado de São Paulo, para monitoramento do estado nutricional da batata, recomenda-se amostrar a terceira folha a partir do tufo apical de 30 plantas aos 30 dias após a emergência (DAE). Já em Minas Gerais, tem-se utilizado a quarta folha a partir do ápice, coletada próxima à época de realização da amontoa.
Sintomas de deficiência
A deficiência de nutrientes provoca alterações que podem ser visíveis em vários órgãos das plantas, conforme se segue:
Nitrogênio: clorose principalmente das folhas mais velhas, plantas pouco vigorosas, com crescimento lento, hastes finas, internódios curtos e folhas eretas, além de produzirem tubérculos pequenos e em menor quantidade; quando a deficiência de N é severa, pode haver manchas necróticas e abscisão de folhas. Em solos arenosos e pobres em matéria orgânica, que não receberam adubação nitrogenada, a deficiência de N é mais marcante.
Fósforo: os folíolos não se expandem, enrugam-se, ficam verde-escuros, sem brilho e curvam-se para cima; as folhas inferiores podem apresentar cor púrpura na parte abaxial; as raízes e os estolões são reduzidos em número e em comprimento, e a produção de tubérculos é reduzida.
Potássio: plantas deficientes são pequenas e compactas; a folhagem tem aparência murcha em razão de as folhas se arquearem para baixo; sob condições de deficiência severa, as margens e os ápices das folhas mais velhas tornam-se inicialmente amareladas, adquirem coloração amarronzada e, posteriormente, tornam-se necrosadas, sendo comum o aparecimento de inúmeras manchas pretas pequenas entre as nervuras nas margens dos folíolos.
Cálcio: os sintomas aparecem primeiramente nas folhas mais jovens, que ficam menores e enrugadas, o crescimento da planta é reduzido, com caules e folíolos finos, e, em condições severas, pode haver morte da gema apical e necrose nos ápices dos brotos dos tubérculos; quando a deficiência ocorre em estádio mais avançado, há o desenvolvimento de pontos mortos (coração negro), devido à baixa mobilização de Ca para os tubérculos.
Magnésio: há amarelecimento entre as nervuras foliares, seguido de necroses de coloração marrom, principalmente nas folhas mais velhas, que permanecem com as margens verdes; as folhas tornam-se ainda enroladas para cima, além de ficarem grossas e quebradiças. 
Enxofre: as folhas mais novas ficam cloróticas e com lento crescimento, mas geralmente não secam, como acontece na deficiência de N.
Boro: os sintomas são primeiramente visualizados nas partes mais novas da planta; pode haver morte dos brotos principais, maior brotação lateral e desenvolvimento de muitas hastes, o que leva à produção de tubérculos menores; os folíolos se enrolam a semelhança ao sintoma de viroses. As folhas são mais grossas e os internódios mais curtos. Nos tubérculos, pode haver atraso na brotação, baixa conservação, rachaduras internas e coração oco.
Cobre: os sintomas de carência ocorrem inicialmente nas folhas mais novas, que se tornam pouco túrgidas, podendo até mesmo, em casos graves, secar.
Ferro: clorose internerval nas folhas jovens, enquanto as nervuras permanecem verdes. Posteriormente, podem aparecer lesões necróticas nas folhas.
Manganês: os sintomas são observados em folhas jovens, que apresentam clorose internerval e com aparecimento de pontuações pequenas e redondas de cor marrom ou preta. Essas pontuações ocorrem em grupos perto da nervura central em direção à área basal dos folíolos, sendo que os pecíolos, geralmente, permanecem verdes e sem sintomas; entretanto, o excesso de Mn é mais comum, causando lesões necróticas irregulares nas folhas e no caule.
Molibdênio: as plantas ficam cloróticas, raquíticas e, com o passar do tempo, podem ficar com folhas pardacentas e ocorrer morte dos bordos.
Zinco: as margens dos folíolos ficam voltadas para cima, as folhas ficam menores, os internódios mais curtos e, por consequência, a planta tem seu crescimento reduzido.
Adubação mineral
A dose de adubação nitrogenada depende da época de plantio, devendo-se aplicar menores doses sob temperatura mais elevada. A resposta à adubação também é influenciada por outros fatores, sobretudo, cultivar e tubérculo-semente, de modo que cultivares de ciclo curto, menos vigorosas e tubérculos-semente menores exigem maiores doses de N. O N tende a alongar o ciclo e aumentar o vigor vegetativo das plantas, podendo, quando em excesso, reduzir a produtividade e a qualidade dos tubérculos. O histórico cultural e a cultura precedente à da batata também influenciam a necessidade de N. No Brasil, encontram-se recomendações de adubação nitrogenada para a cultura da batata variando de 60 a 250 kg/ha de N.
Nos estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina, a estimativa da necessidade de aplicação de N é determinada em função do teor de matéria orgânica do solo (Tabela 3). No Estado de São Paulo, a recomendação varia de 80 a 160 kg/ha, dependendo da época de cultivo. Considerando que, em média, a percentagem de aproveitamento do N proveniente dos fertilizantes nitrogenados pelas plantas está em torno de 60% e as necessidades das principais cultivares de batata utilizadas atualmente, seria necessária a aplicação de aproximadamente 150 a 200 kg/ha de N para satisfazer as necessidades da cultura, na safra de inverno em sucessão a gramíneas.
Recomenda-se aplicar metade da dose total recomendada no sulco de plantio e metade em cobertura, antes da operação de amontoa. Entretanto, na ausência de informações científicas, recomenda-se, como orientação geral, que não é aconselhável aplicar menos que 40 kg/ha e nem mais que 100 kg/ha de N no sulco de plantio. Quando o agricultor optar pelo parcelamento da adubação nitrogenada, o que é recomendável, sobretudo, na época das águas e em solos arenosos, o adubo nitrogenado deve ser aplicado de tal forma que um filete contínuo seja distribuído alguns centímetros ao lado da fileira de plantas, sobre o solo. A incorporação deve ser feita em seguida, promovida pela operação de amontoa. Em cultivares utilizadas para a industrialização e com ciclo mais longo, a aplicação de N em períodos após a amontoa pode ser benéfica, já que favorece a manutenção de área foliar fotossintetizante e o enchimento dos tubérculos por um maior tempo.
A disponibilidade de P no solo interfere fortemente na resposta da batateira à adubação fosfatada. Assim, no Estado de São Paulo (Tabela 4) e Cerrado brasileiro (Tabela 5) a recomendação varia de acordo com o teor de P disponível no solo.
A batata responde bem à aplicação de P, desde pequenas doses (50 kg/ha) em solos com elevada disponibilidade deste nutriente. Porém, destaca-se que, em solo com teores baixos de P disponível pode haver resposta até as doses maiores (450-500 kg/ha). 
Devido a sua alta taxa de fixação no solo e sua baixa difusão, toda a dose recomendada, geralmente, é aplicada no sulco de plantio. Porém, em solos muito pobres em P, a fosfatagem em área total com termofosfato e a posterior aplicação localizada de P solúvel no sulco de plantio pode gerar maiores produtividades.
O K é o nutriente exigido em maiores quantidades pela cultura da batata (Tabela 1). Assim, quando o teor de K trocável no solo é baixo altas doses são necessárias para se obter elevadas produtividades, podendo chegar a 350 kg/ha, como pode ser observado nas Tabelas 4, 5, 6, 7, 8 e 9. Por outro lado, em solo com elevada disponibilidade de K, pode não haver resposta da cultura da batata a adubação potássica, podendo ser feita apenas a aplicação de uma dose de reposição.
A aplicação do K é, geralmente, feita por ocasião do plantio. Deve-se misturar bem o adubo com o solo para evitar problemas com injúrias devido à salinização, especialmente porque na cultura da batata podem ser utilizadas elevadas doses de fertilizantes. Quando se utiliza doses muito elevadas, entretanto, a retirada de parte do fertilizante potássico do sulco de plantio é interessante, seja aplicando-se a lanço imediatamente antes ou após o plantio, ou por ocasião da amontoa, junto com o N. Quando o plantio for efetuado em época chuvosa, o parcelamento da adubação potássica no plantio e em cobertura pode proporcionar menores perdas e favorecer o desenvolvimento das plantas e a produção de tubérculos.
Quanto ao S, dificilmente ocorrerá carência enquanto forem aplicadas fórmulas NPK que incluam superfosfato simples. Também o uso de sulfato de amônio em cobertura é outra garantia de fornecimento adequado de S para a batateira, pois as quantidades de S extraídas pela cultura variam de 0,2 a 1,5 kg de S para cada tonelada de tubérculos produzidos (Tabela 1). Na impossibilidade de utilização de adubos contendo S, o nutriente pode ser fornecido pela utilização de gesso agrícola.
Para os micronutrientes Fe, Mn e Cu, não há relatos de deficiência na batateira, o que é resultado da alta disponibilidade, especialmente de Fe e Mn nos solos brasileiros. Além disso, como a batata, é normalmente cultivada em solos ligeiramente ácidos, situação em que a disponibilidade de micronutrientes catiônicos aumenta, não é comum ocorrer limitação à absorção desses micronutrientes. Defensivos utilizados na cultura da batata também podem minimizar o aparecimento de deficiência de micronutrientes, como Cu, Mn e Zn. Recomenda-se, para solos com baixos teores de B e Zn, principalmente naqueles com menor teor de matéria orgânica e mais arenosos, a adição de 1 a 2 kg/ha de B e 3 a 4 kg/ha de Zn.
Adubação orgânica
O principal benefício da adubação orgânica é a melhoria das propriedades químicas, físicas e biológicas do solo, auxiliando na ciclagem e disponibilização de nutrientes e no controle de doenças de solo. Além disso, a adição de compostos orgânicos ou o plantio de espécies de plantas em pré-cultivo de batata, sejam elas comerciais ou apenas como adubo verde, é recomendado, podendo com isso diminuir a quantidade de adubo mineral aplicado. Assim, sempre que disponível o uso de adubação orgânica em substituição à mineral, total ou parcialmente, é desejável, desde que economicamente viável.
São vários os produtos que podem ser utilizados, sendo que as quantidades a serem aplicadas devem ser compensadas, considerando-se os teores de nutrientes (Tabela 10) e os respectivos índices de conversão, ou seja, a disponibilização de nutrientes em função do tempo (decomposição e mineralização). Todo o K aplicado comporta-se como mineral, pois não participa de compostos orgânicos estáveis. Com relação ao P, 60% fica disponível no primeiro cultivo e 20% para o segundo. Para o N esta relação é de 50% e 20% para os dois primeiros cultivos, respectivamente. No terceiro cultivo a totalidade do N, P e K já se encontra mineralizada.
No caso do composto e estercos, deve-se ter cuidado para que estes estejam bem curtidos e sejam incorporados uniformemente no solo, evitando-se contato direto com os tubérculos-semente e para se obter maior aproveitamento do P e redução nas perdas de N por volatilização.
Quanto à adubação verde em pré-plantio de batata, deve-se selecionar as espécies a serem utilizadas de acordo com o ciclo vegetativo, quantidade de biomassa acumulada, facilidade de incorporação, tempo para decomposição e mineralização, suscetibilidade a doenças e relação C/N. Outro fator importante é o sincronismo entre a liberação do N do adubo verde e a demanda da cultura. As gramíneas apresentam maior relação C/N e podem ocasionar imobilização de parte do N do solo e/ou aplicado durante sua decomposição. Por outro lado, podem ser hospedeiras de doenças bacterianas e fúngicas que afetam a batata, mas podem ser hospedeiras de nematoides, especialmente do gênero Pratylenchus.